quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

VENENO


Vou falar de uma série que não interessará a muita gente. Mas pode servir de alerta, por exemplo, aos associados da AMPLOS, a Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género.

Refiro-me a Veneno, em streaming na HBO. Criada por Javier Ambrossi e Javier Calvo a partir da biografia de Cristina Ortiz Rodríguez (1964-2016), conta a história da mais famosa transexual espanhola de sempre, La Veneno...

Analfabeta, La Veneno contou a sua vida a Valeria Vegas, jornalista transexual. Foi Valeria quem escreveu Digo! Ni puta, ni santa. Las memorias de La Veneno, livro publicado em Outubro de 2016. Cerca de um mês depois, La Veneno foi encontrada inanimada em casa, com traumatismo cranioencefálico. Após quatro dias em coma, morreu. Tinha 52 anos. Ainda hoje se discute se foi acidente ou assassínio. Entrevistada na televisão semanas antes de morrer, afirmou ter recebido ameaças de morte por causa da biografia.

A série é composta por oito episódios. Em televisão mainstream nunca vi nada igual: linguagem, sexo explícito, etc. A narrativa começa em Adra, a vilória onde La Veneno nasceu como José Antonio Ortiz Rodríguez, vulgo Joselito. Três actores compõem a personagem de Joselito: criança de 8 anos / adolescente de 14 / jovem adulto homossexual. E três actrizes transexuais a de La Veneno: puta em Madrid / estrela de Esta noche cruzamos el Mississippi, o programa de maior audiência na televisão espanhola / ex-presidiária. La Veneno esteve presa duas vezes: três anos entre 2003 e 2006, numa prisão masculina, e alguns meses em 2014, numa prisão feminina.

O auge da fama ocorreu nos anos 1990, quando futebolistas, políticos, membros do jet-set espanhol e, se non è vero, è ben trovato, um destacado membro da realeza — quem vir a série, dê atenção aos olhos do actor que surge no 8.º episódio dentro da limusine — faziam parte da sua carteira de clientes. Os nomes são omissos, mas as iniciais estão no livro.

Não é um tema fácil. A crueza das situações descritas perturbará muita gente. Mas vale a pena. Ao pé disto, Almodóvar é uma canção de embalar.

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

PASSOU UM ANO


Faz hoje um ano que, após análise de um relatório do Dr. Zhong Nanshan, epidemiologista e pneumologista com prestígio científico e força política, a China reconheceu oficialmente a existência de um vírus letal, semelhante a uma pneumonia misteriosa e difícil de tratar, com origem no mercado de peixe de Wuhan.

Não obstante o quadro exposto por Nanshan (o cientista que em 2002 identificou a síndrome respiratória aguda grave), Xi Jinping só mandou fechar a capital da província de Hubei no dia 23 de Janeiro. Era tarde.

Sabe-se hoje que tudo terá começado em Agosto ou Setembro de 2019, mas os avisos da comunidade científica chinesa foram sistematicamente desvalorizados em Pequim.

Esse gap provocaria uma pandemia de proporções inimagináveis. 

Lembrar que, só em 2019, mais de seis milhões de chineses fizeram férias em Itália, país onde vivem cerca de 350 mil imigrantes chineses, metade dos quais na Toscana.

Assim nasceu o Covid-19.

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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

NONSENSE

Após a saída de Antonoaldo Neves, Miguel Frasquilho mudou de funções na TAP. A mudança determinou um acréscimo do seu salário no valor de 1.500 euros mensais.

Caiu o Carmo e a Trindade. E Frasquilho anunciou, hoje, ter renunciado ao aumento. Não consigo classificar o disparate. Se queria marcar posição, batia com a porta. Pusessem lá outro.

Renunciar ao salário indexado ao cargo que exerce significa que desvaloriza as suas funções. Não é próprio de gente séria.

Salazar deixou-nos esta mentalidade de merceeiro.

OE 2021


Assunto arrumado. Clique na vinheta.

domingo, 27 de dezembro de 2020

QUEM VAI SER O 2.º?


Entretenham-se com a diversidade e depois queixem-se.

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sábado, 26 de dezembro de 2020

BREXIT FECHADO


Está publicado o texto integral do acordo, estritamente comercial, estabelecido entre a UE e o Reino Unido.

Agora terá de ser aprovado por todos os 27 países da UE e pelo Parlamento Europeu. E ainda pelo Parlamento britânico, que reúne no próximo dia 30.

São cerca de 1.500 páginas, e não duas mil como se tem lido na imprensa portuguesa.

Sendo um acordo comercial, todos os assuntos que afligem os portugueses e outros europeus descontentes com o Brexit não estão contemplados. Dois exemplos: a livre emigração e o programa Erasmus (embora os alunos que estão no UK possam completar o seu programa). Os direitos de pesca foram adiados, significando isso que, a partir do próximo 1 de Janeiro, os franceses deixam de poder pescar fora das suas águas.

Espanha ainda não sabe o que vai acontecer a Gibraltar. E a famosa “fronteira” entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda é um dos vários itens varridos para debaixo do tapete.

O Brexit consumou-se. Ponto.

Imagem: Politico. Clique.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

PRESIDENCIAIS


Sondagem da Intercampus para o Negócios e o Correio da Manhã, divulgada hoje:

Marcelo 58,4% / Ana Gomes 12,1% / André Ventura 10,9% / Marisa Matias 4,5% / João Ferreira 3,3% / Tiago Goçalves 3,2%.

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

INTERCAMPUS


Sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã, a CMTV e o Negócios, divulgada hoje.

PS 38% / PSD 23,6% / CHEGA 7,7% / BE 7,3% / CDU 5,4% / IL 4,5% / PAN 3,4% / CDS 3,2%.

Continuem a apostar na diversidade e/ou a impedir uma eventual maioria absoluta do PS, e depois queixem-se.

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domingo, 20 de dezembro de 2020

ENTRADAS CONDICIONADAS

A partir da meia-noite de hoje, os passageiros de voos provenientes do Reino Unido não podem entrar em Portugal continental, nos Açores e na Madeira, se não cumprirem um destes dois requisitos:

— serem cidadãos nacionais.

— serem cidadãos estrangeiros com residência legal em Portugal.

Mesmo assim, as pessoas destes dois grupos têm de apresentar teste negativo à chegada.

Se não tiverem, são testadas no aeroporto e colocadas em isolamento até à verificação do seu resultado. Estando positivas, têm de cumprir quarentena.

Todos os outros (estudantes estrangeiros, pessoas em trânsito por qualquer razão, turistas, etc.) não são autorizados a desembarcar.

E VÃO DEZ

A Alemanha, a Áustria, a Bélgica, a Dinamarca, a França, a Holanda, a Irlanda, Israel, a Itália e a Suécia, interromperam hoje as ligações aéreas com o Reino Unido devido ao descontrolo da situação pandémica.

O mesmo se aplica ao Eurostar (comboio) que liga a ilha à Europa.

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 3.334 infectados e 71 mortos. Mais 2.419 recuperados.

NORTE + 1.505 infectados [+ 25 mortos]

CENTRO + 543 [+ 21]

LISBOA E VALE DO TEJO + 979 [+ 22]

ALENTEJO + 206 [+ 2]

ALGARVE + 63 [+ 1]

AÇORES + 7 / MADEIRA + 31

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AMÉRICA EM TRANSE

Michael T. Flynn, tenente-general na reserva e antigo Conselheiro de Segurança Nacional, acusado pelo Departamento de Justiça de mentir ao FBI sobre conversas com diplomatas russos (o processo encerrou com o perdão presidencial do passado 25 de Novembro), propôs no canal de televisão Newsmax, da extrema-direita evangelista, esta pérola:

«Trump deve impor a Lei Marcial e colocar as Forças Armadas a controlar novas eleições...»

Desde os delírios de Sidney Powell, sacerdotiza das teorias de conspiração sobre a alegada “fraude” eleitoral, que não se ouvia nada tão aberrante.

A ver vamos o que acontece na sessão do Congresso, marcada para 6 de Janeiro, destinada a certificar os votos do Colégio Eleitoral. É intenção de alguns Republicanos tentarem invalidar o resultado, alegando que os votos por correspondência são ilegais. Não contando com eles, a vitória seria de Trump. Aguardar para ver.

SEF EM RODA LIVRE


Isto continua a acontecer?

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sábado, 19 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 3.835 infectados e 86 mortos. Mais 4.124 recuperados.

NORTE + 1.489 infectados [+ 43 mortos]

CENTRO + 796 [+ 10]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.169 [+ 29]

ALENTEJO + 256 [+ 2]

ALGARVE + 68 [+ 1]

AÇORES + 21 / MADEIRA + 36 [+ 1]

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CESOP


Sondagem do CESOP da Universidade Católica para o Público e a RTP, divulgada hoje.

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VACINAS

Vários países — China, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Rússia e Reino Unido — iniciaram já a vacinação Covid dos grupos que cada um considera prioritários.

O curioso é que ainda ninguém viu uma personalidade pública de relevo planetário a ser vacinada. O director-geral da OMS não deveria dar o exemplo? E quem diz o senhor Tedros Adhanom diz o secretário-geral das Nações Uuidas, o CEO da Pfizer e os das restantes farmacêuticas envolvidas, etc. Verdade que Mike Pence, vice-Presidente em exercício dos EUA, deu o braço às televisões, mas o senhor Pence é irrelevante. Putin não foi vacinado. Nem Trump. Nem a rainha.

Nos países da UE a vacinação começará, alegadamente, no próximo dia 27 (mas pode ir até 29). O que fará Marcelo? O que farão os outros candidatos presidenciais?

Ontem, no Expresso da Meia-Noite, Francisco Ramos, coordenador nacional da vacinação, despejou um balde de água fria nas expectativas de muita gente. Tudo é falível: datas, eficácia, lotes disponíveis. Fez bem em pôr os pontos nos ii.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 4.336 infectados e 75 mortos. Mais 3.662 recuperados.

NORTE + 2.001 infectados [+ 31 mortos]

CENTRO + 674 [+ 12]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.360 [+ 27]

ALENTEJO + 195 [+ 4]

ALGARVE + 67

AÇORES + 21 [+ 1] / MADEIRA + 18

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SONDAGEM ISCTE E ICS


A sondagem do ISCTE e do ICS, divulgada no Expresso e na SIC, causa do notório destrambelhamento de Rui Rio no Twitter.

Catorze pontos separam o PS do PSD. Sozinho, o PS tem mais que toda a Direita junta.

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NOJO


Como é possível descer tão baixo?
Imagem: Twitter de Rui Rio. Clique.


SEF COM NOVA DIRECÇÃO


O tenente-general Luís Francisco Botelho Miguel, comandante-geral da GNR até Julho passado, acaba de ser nomeado director do SEF.

Cabe-lhe dirigir o processo de reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, assegurando «a separação orgânica entre as funções policiais e as funções administrativas de autorização e documentação de imigrantes

No momento em que se avolumam as denúncias de atropelos aos direitos humanos no âmbito do SEF (uma prática de anos, segundo esses testemunhos), é tempo de pôr ordem na casa.

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 4.320 infectados e 87 mortos. Mais 3.309 recuperados.

NORTE + 1.992 infectados [+ 40 mortos]

CENTRO + 731 [+ 15]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.288 [+ 28]

ALENTEJO + 169 [+ 3]

ALGARVE + 73

AÇORES + 32 / MADEIRA + 35 [+ 1]

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SEIS MULHERES


Hoje na Sábado.

À beira de completar 48 anos, a francesa Vanessa Springora (n. 1972), editora da Julliard, publicou Consentimento, primeiro e único livro que escreveu, logo premiado com o prémio Jean-Jacques Rousseau para literatura autobiográfica. A onda de choque atingiu os leitores não familiarizados com os interditos do demi-monde, mas não surpreendeu o meio literário. Poucos ignoram que Gabriel Matzneff gosta de rapariguinhas — e também de rapazinhos —, preferência documentada ao longo da obra, razão pela qual as revelações de Vanessa Springora acrescentam pouco. Perturba descobrir os detalhes da intensa ligação sexual, consentida, que uniu V. e G., ou seja, entre uma rapariga de 14 anos e um homem de 50, mas literatura não é sinónimo de moral. Além do prémio, Consentimento vendeu cerca de cem mil exemplares. Entretanto, os livros de Matzneff, hoje com 84 anos, foram retirados de muitas livrarias francesas, em especial o ensaio Les Moins de Seize Ans (1974). Vanessa Springora resume: escrevi para «apanhar o caçador na sua própria armadilha, prendê-lo num livro.» Valeu a pena?

Acaba de ser traduzido o romance mais recente de Mariana Enriquez (n. 1973), A Nossa Parte da Noite. Jornalista e escritora argentina, a obra de Mariana Enriquez adapta ao imaginário sul-americano a tradição gótica. A partir desse amálgama de fantasia e horror, a autora constrói um universo que os leitores portugueses conhecem desde, pelo menos, As Coisas Que Perdemos no Fogo (2017). Retrato cru da ditadura militar argentina, A Nossa Parte da Noite não constitui excepção. O facto de o fazer por intermédio de uma narrativa que mistura médiuns, satanismo, masmorras, rituais de sexo, etc., não belisca a descrição da tragédia em que o país viveu mergulhado.

Enquanto não chega a biografia de Agustina Bessa-Luís escrita pelo historiador Rui Ramos, um novo contributo faz luz sobre a vida da grande escritora. Refiro-me a Sapatos de Corda, de Mónica Baldaque, relato desempoeirado da vida da mãe: relações de família, o Douro, a Obra, os anos de Esposende, a casa do Gólgota, os Verões em Guéthary, a desconfiança do milieu literário, o enfado com o paroquialismo indígena, a política, as viagens, os filmes de Manoel de Oliveira, a saída de cena em 2007, a presença constante de Alberto Luís. Vasta iconografia ilustra o livro, cheio de episódios surpreendentes, como, entre outros, o do Jaguar que pediu (e recebeu) a título de royalties… Imprescindível.

A obra de Rachel Ingalls (1940-2019) é um dos segredos mais bem guardados da literatura de língua inglesa. Admirada pelos seus pares e nos círculos cultos dos dois lados do Atlântico, não é um nome familiar ao grande público. Agora temos Mrs. Caliban para avaliar a excelência desta americana que viveu quase toda a vida na Inglaterra. Se viu A Forma da Água (2017), o filme de Guillermo del Toro, fica com a sensação de que ele se “inspirou” no livro de 1983. Decerto não por acaso, a obra-prima de Rachel Ingalls foi reeditada em 2017. Enfim, até um leitor distraído se interroga sobre onde viu ou ouviu falar de uma mulher apaixonada por um anfíbio gigante com pele verde-acastanhada. Felizmente, a prosa da autora é infinitamente superior às capacidades do cineasta. Quem gosta de fábulas (esta é sobre solidão) vai com certeza deliciar-se com este romance breve mas intenso.

Um novo subgénero faz o seu caminho: o da literatura de imigrantes sem resquícios de auto-complacência. É o caso de Yaa Gyasi (n. 1989), nascida no Gana, radicada desde criança nos Estados Unidos, autora de dois livros, ambos premiados sob aplauso geral. Reino Transcendente relata o quotidiano de uma doutoranda de Stanford, oriunda de África, forçada a gerir as obrigações académicas com a depressão da mãe. Numa escrita fluente, Yaa Gyasi diz o que tem a dizer sem os clichês associados ao proselitismo étnico da political correctness.

Até aos anos 1970, a literatura francesa foi determinante na cultura do Ocidente. Quase todos crescemos à sombra da vasta plêiade que vai de Balzac a Marguerite Duras, mais uma centena entre ambos. Isso acabou. Annie Ernaux (n. 1940) destaca-se nas raras excepções, como descobrirá quem ler Uma Paixão Simples, brevíssimo récit que volta às livrarias na irrepreensível tradução de Tereza Coelho. Só uma grande autora podia escrever um livro assim, misto de diário («não conto uma história») e bloco de notas, 70 páginas de uma crueza desarmante: «Não quero explicar a minha paixão […] quero, simplesmente, expô-la.» Notável.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

TODA A HERESIA SERÁ CASTIGADA

O JL que saiu hoje é um número especial dedicado exclusivamente a Eduardo Lourenço. Um dos textos sobre o autor homenageado é de Eugénio Lisboa, colaborador do jornal praticamente desde a sua fundação.

Aparentemente, o texto merece reservas a José Carlos de Vasconcelos, o director. Eugénio Lisboa sentiu-se visado pelas farpas do editorial e bateu com a porta.

Aqui fica a carta de demissão de Eugénio Lisboa:

«José Carlos de Vasconcelos, quero comunicar-lhe que não volto a colaborar no JL. Enquanto o fiz, procurei sempre dizer, com franc parler que devo a bons e íntegros mestres, aquilo que penso: com admiração, quando ela é devida, mas sem idolatrias próprias de ditaduras de terceiro mundo. 

Para este número, dedicado a Eduardo Lourenço, enviei-lhe um texto a seu pedido. Isso convocava, da sua parte, no mínimo, neutralidade e cortesia, não as farpas envenenadas da sua editorial.

A minha colaboração de tantos anos, que não é de qualidade “imaginária” — ou, se é, porque continuou a mantê-la? — não justifica um ataque tão enviesado. A minha visão do Eduardo Lourenço é a minha, a que sinceramente tenho e posso garantir-lhe que não estou só.

Seja como for, não voltarei a incomodá-lo com os meus textos e desejo bom futuro ao JL.»

Definitivamente, vivemos no país do beija-mão. Digo eu.

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 4.720 infectados e 82 mortos. Mais 3.681 recuperados.

NORTE + 2.182 infectados [+ 35 mortos]

CENTRO + 840 [+ 14]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.375 [+ 30]

ALENTEJO + 177 [+ 2]

ALGARVE + 94 [+ 1]

AÇORES + 36 / MADEIRA + 16

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QUAL A SURPRESA?


Sondagem do CESOP da Universidade Católica para o Público e a RTP, divulgada hoje.

Marcelo 68% / Ana Gomes 13% / André Ventura 8% / João Ferreira 5% / Marisa Matias 5% / Tiago Gonçalves 1%.

«Os eleitores do BE inquiridos nesta sondagem que já decidiram o sentido de voto preferem Marcelo mesmo contra Marisa Matias (28% contra 13%), embora haja 31% destes eleitores que ainda não decidiram em quem votar. 

A candidata do Bloco perde, entre os eleitores do BE, também contra Ana Gomes, que recolhe 17% das intenções de voto neste universo.

Uma curiosidade: 2% dos eleitores bloquistas expressam intenção de votar em André Ventura

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EXECUTIVO BIDEN


Mais três nomes para o executivo de Biden.

Transportes — Pete Buttigieg, 38 anos, Mayor de South Bend entre 2012 e 2020, homossexual, casado com um homem, protestante, poliglota, formado em História (Harvard) e Literatura (Oxford), antigo tenente da Marinha e veterano no Afeganistão, concorreu às Primárias democratas de 2020, desistindo a favor de Biden. 

Energia — Jennifer Granholm, 61 anos, Procuradora-Geral (1999-2003) e Governadora do Michigan (2003-2011), formada em Arte (Berkeley) e Direito (Harvard), antiga editora-chefe da Harvard Civil Rights-Civil Liberties Law Review. Ms Granholm nasceu no Canadá mas está naturalizada americana desde 1963. É casada com um homem e tem três filhos.

Clima — Gina McCarthy, 66 anos, formada em Antropologia Social (Boston) e Engenharia Ambiental (Tufts), directora desde 2018 do Centro para o Clima, Saúde e Meio Ambiente da Universidade de Harvard, actual presidente do Conselho de Defesa de Recursos Naturais, antiga administradora da Agência de Protecção Ambiental (2013-17). É casada com um homem e tem três filhos.

Pete Buttigieg, Jennifer Granholm e Gina McCarthy juntam-se aos nomes já conhecidos, casos de, entre outros, Ron Klain, como Chief of Staff, Antony J. Blinken, como Secretary of State (MNE), Janet L. Yellen, no Tesouro, Avril Haines, na liderança do Intelligence, Alejandro Mayorkas (cubano naturalizado americano), na Segurança Interna, John Kerry, como “czar” do Ambiente, e a embaixadora afro-americana Linda Thomas-Greenfield nas Nações Unidas.

A foto de Pete Buttigieg é da Vogue. Clique.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 2.638 infectados e 84 mortos. Mais 5.761 recuperados.

NORTE + 1.348 infectados [+ 36 mortos]

CENTRO + 436 [+ 18]

LISBOA E VALE DO TEJO + 682 [+ 26]

ALENTEJO + 59 [+ 3]

ALGARVE + 42

AÇORES + 44 / MADEIRA + 27 [+ 1]

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CONVERGÊNCIA CÓSMICA

Peter Baker, no New York Times

«Quando os historiadores do futuro fecharem os livros sobre o desastre de 2020, um ano extremamente cansativo e difícil, com doença, morte, conflitos raciais, violência nas ruas, colapso económico e discórdia política como não se via nos Estados Unidos há gerações, eles podem olhar para trás, para esta segunda-feira, 14 de Dezembro, como um momento crucial. Foi nesse dia que os americanos começaram a arregaçar as mangas para uma vacina produzida em tempo recorde para derrotar um vírus [...] E foi nesse dia que os membros do Colégio Eleitoral se reuniram em cada um dos 50 estados para ratificar o fim da eleição mais polarizada do século.»  

A expressão convergência cósmica é do advogado republicano Benjamin L. Ginsberg, um dos republicanos que criticou os esforços de Trump para distorcer o resultado das eleições.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

COLÉGIO ELEITORAL CONFIRMA BIDEN


Eram 17:27 horas locais quando os 55 votos eleitorais da Califórnia fizeram Biden ultrapassar a fasquia de 270 votos, mínimo exigido pelo Colégio Eleitoral para confirmar a vitória.

Não houve “eleitores infiéis” (aqueles que votam contra a resultado do voto popular), como a Constituição permite, e tudo acabou bem.

Biden tornou-se oficialmente o 46.º Presidente dos Estados Unidos.

Clique na imagem do NYT.

JOHN LE CARRÉ 1931-2020


Hoje na Sábado.

A notícia chegou domingo à noite, mas John Le Carré morreu no sábado, 12 de Dezembro. Tinha 89 anos e estava internado no Royal Cornwall Hospital com uma pneumonia.

Margaret Atwood e Simon Sebag Montefiore reagiram imediatamente. A escritora canadense foi peremptória: George Smiley, o espião que Chamada Para a Morte (1961) acrescentou à literatura, é «a chave» para a compreensão dos anos da Guerra Fria. Ter em conta que Smiley é o protagonista de dez dos trinta livros publicados por Le Carré até 2019. O historiador foi curto, classificando Le Carré como «o gigante da literatura inglesa».

Mas é um erro supor que John Le Carré foi apenas um brilhante autor de thrillers de espionagem. Le Carré é um dos nomes mais importantes da literatura de língua inglesa em qualquer género. Em 2013, já Ian McEwan havia dito numa entrevista que ele era «o romancista inglês mais importante da segunda metade do século XX […] ilustrando o declínio britânico como mais ninguém.» Com efeito, o facto de ter trabalhado nos serviços secretos britânicos durante 15 anos, primeiro no MI5, depois no MI6 (o mesmo fizeram Somerset Maugham e Graham Greene, para citar apenas dois), apenas o habilitou a descrever, com energia e sarcasmo, aquilo a que chamou o Circo. A fuga de Kim Philby para Moscovo pôs fim a essa fase da sua vida. Ironia suprema: por todo o mundo, os serviços de Intelligence subsumiram como jargão próprio os termos que Le Carré utiliza nos livros que escreveu. Dito de outro modo, a realidade adoptou a ficção. Como sublinha Boyd Tonkin, desde J.R.R. Tolkien que nenhum outro autor criou um «laboratório da natureza humana» de tal envergadura.

Nascido David John Moore Cornwell, a 19 de Outubro de 1931, em Pool, na Inglaterra, escolheu o pseudónimo que o celebrizou. A fama planetária chegou com o terceiro livro, O Espião Que Saiu do Frio (1963), adaptado ao cinema por Martin Ritt. A partir daí, Le Carré entrou na lenda. 

Oriundo de uma família problemática — quem leu as memórias coligidas em Túnel de Pombos lembra-se do capítulo sobre Ronnie, «vigarista, fantasista, preso ocasional e meu pai…» —, foi educado em colégios privados, estudou na Universidade de Berna e em Oxford, formou-se em línguas modernas e deu aulas em Eton. Não ter visto a mãe dos 5 aos 21 anos de idade não terá ajudado.

Além do conflito Leste/Oeste, o espectro da obra inclui temas tão diferentes como as “prioridades” da indústria farmacêutica, os trambiques da ajuda humanitária internacional, a queda do Muro de Berlim, o colapso da URSS, o tráfico de pessoas e armas, o expansionismo israelita, o “zelo” securitário que se seguiu ao 11 de Setembro, lavagem de dinheiro, etc. Livros como A Toupeira (1974), O Ilustre Colegial (1977), A Gente de Smiley (1979), Um Espião Perfeito (1986, o mais autobiográfico de todos), O Gerente da Noite (1993), O Nosso Jogo (1995), O Fiel Jardineiro (2001), Amigos Para Sempre (2003), Um Traidor dos Nossos (2010), Uma Verdade Incómoda (2013), para citar apenas alguns, são hoje clássicos. Como escreveu Timothy Garton Ash, em 1999, na New Yorker, «o verdadeiro assunto de Le Carré não é a espionagem, é o labirinto infinitamente enganador das relações humanas…»

Adversário de Trump e Boris Johnson, equiparava-os a mafiosos. No último livro, Agente em Campo, publicado em Outubro de 2019, ambos estão no centro da intriga, que gira em torno do hipotético conluio (encoberto) entre os Estados Unidos e os serviços secretos britânicos, com o intuito de desacreditar a União Europeia… As derradeiras ilusões que tinha com o Reino Unido perdeu-as com o Brexit.

Avesso a homenagens (recusou ser feito Cavaleiro pela rainha), recebeu vários prémios literários, o mais recente dos quais o Olof Palme 2019, que lhe foi atribuído «pela qualidade e humanismo da sua escrita, acerca da liberdade do indivíduo e das questões fundamentais da humanidade.» Casou duas vezes e é pai de quatro filhos (o mais novo é o escritor Nick Harkaway). Vivia na Cornualha há mais de quarenta anos, embora tivesse mantido a casa de Londres, em Hampstead.

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COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 2.194 infectados e 90 mortos. Mais 2.955 recuperados.

NORTE + 936 infectados [+ 29 mortos]

CENTRO + 255 [+ 24]

LISBOA E VALE DO TEJO + 777 [+ 32]

ALENTEJO + 101 [+ 3]

ALGARVE + 39 [+ 2]

AÇORES + 62 / MADEIRA + 24

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domingo, 13 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 4.044 infectados e 98 mortos. Mais 2.869 recuperados.

NORTE + 2.143 infectados [+ 43 mortos]

CENTRO + 520 [+ 18]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.112 [+ 30]

ALENTEJO + 162 [+ 4]

ALGARVE + 66 [+ 1]

AÇORES + 34 / MADEIRA + 7 [+ 2]

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SER OU NÃO SER


Como é natural, o statement de André Caldas sobre estar casado com um homem continua a provocar ondas de choque. Os jornais da manhã não ignoram a entrevista dada à revista da Universidade de Lisboa. Um deles nem se esquece de referir que o marido do secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros é diplomata.

Tudo isto é natural nos países civilizados. Lembro-me bem da boa disposição de Merkel no casamento com outro homem de um antigo ministro seu dos Negócios Estrangeiros.

Nós por cá temos alguns exemplos de políticos que assumem publicamente a sua identidade sexual, como é o caso de Alexandre Quintanilha, o deputado do PS que casou em 2010 com o escritor Richard Zimler (sendo a união muito anterior), de Graça Fonseca, ministra da Cultura, de Adolfo Mesquita Nunes, antigo deputado e vice-presidente do CDS, para só citar casos de personalidades com responsabilidades públicas.

Em 2009, Miguel Vale de Almeida, antropólogo e activista LGBT, foi eleito deputado nas listas do PS. Creio que foi o primeiro a entrar em São Bento sem nada na manga.

Por isso me faz confusão que escritores e artistas novos (estou a pensar em gente com menos de 50 anos, alegadamente progressista), bastante conhecidos, não sejam capazes de dar um passo em frente. É pena. 

Sobre políticos de ambos os sexos que fazem tabu da sua identidade sexual, abstenho-me de comentar.

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sábado, 12 de dezembro de 2020

O SEU A SEU DONO


Não isenta ninguém do torpor dos últimos nove meses, mas reconfigura o retrato dos acontecimentos subsequentes à morte de Ihor Homenyuk, nas instalações do SEF no Aeroporto de Lisboa, na noite de 11 para 12 de Março passado.

Vi a entrevista. A embaixadora confirma ter sido informada pessoalmente pelo ministro da Administração Interna, no início de Abril, altura em que lhe foram apresentadas condolências em nome do Estado.

Quando a jornalista lhe perguntou o que fez com a informação [«Informou a família...?»], afirmou ter despachado o assunto para o cônsul. Acto contínuo, levantou-se e deu a entrevista por terminada.

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COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 4.413 infectados e 88 mortos. Mais 4.805 recuperados.

NORTE + 2.078 infectados [+ 38 mortos]

CENTRO + 738 [+ 21]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.347 [+ 26]

ALENTEJO + 130 [+ 3]

ALGARVE + 62

AÇORES + 31 / MADEIRA + 27

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O NOME DAS COISAS


Estou orgulhoso do André Caldas, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Conheço-o desde o tempo em que foi Presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, funções que acumulava com as de chefe de gabinete de Mário Centeno, quando este foi ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo.

Antes de entrar a tempo inteiro na política, o André foi professor de Direito Romano na Universidade de Lisboa, presidente da OPART (organismo que tutela a Orquestra Sinfónica Portuguesa, o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado), integrou a direcção da Associação Musical Lisboa Cantat, em suma, era um homem da Cultura.

O facto de sermos amigos não me inibe de manifestar publicamente a minha admiração pela entrevista (sobre vários temas) dada à revista da Universidade de Lisboa.

Excerto:

«Não sei exatamente porque é que a homofobia existe. Acho que é um jugo do qual a sociedade se libertará, mas ainda há algum caminho para lá chegar. O que é que podemos fazer? As pessoas públicas viverem a sua homossexualidade com naturalidade. Sou o primeiro membro do governo casado com uma pessoa do mesmo sexo e não faço disso especial alarde público, mas também não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal. E espero que isso possa significar, para os jovens portugueses, que não estão condenados a um ostracismo. Se houver um jovem que, pelo meu exemplo, se possa sentir mais livre para viver a sua orientação sexual abertamente, eu ficaria muito feliz. Nunca me senti vitimizado em razão da minha orientação sexual, mas tenho consciência de que, sendo de Lisboa e de um contexto social e familiar progressista, a minha experiência não se compara com a de outras pessoas homossexuais. Não nos podemos permitir vitimizar-nos, e devemos desarmar os nossos adversários vivendo abertamente a sexualidade. Ninguém me pode aviltar em função da minha orientação sexual, porque não o admito. Se alguém me aviltar, não me posso sentir diminuído – sinto, pelo contrário, que o outro é diminuído. Enquanto sociedade, temos de perceber que existe diversidade e que as pessoas não são diminuídas por integrarem uma minoria, de índole sexual ou outra. E quem pertence a uma minoria tem de ter uma grande energia para se dar permanentemente ao respeito

Ora bem. Parabéns, André.

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 5.080 infectados e 95 mortos. Mais 4.100 recuperados.

NORTE + 2.395 infectados [+ 41 mortos]

CENTRO + 787 [+ 16]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.618 [+ 32]

ALENTEJO + 193 [+ 2]

ALGARVE + 66 [+ 2]

AÇORES + 16 [+ 1] / MADEIRA + 5 [+ 1]

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A REESTRUTURAÇÃO


Ouvida na íntegra a comunicação com que Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, antecedeu a conferência de imprensa desta manhã, retive:

— Foi ponderada a insolvência da TAP, mas os seus custos eliminaram essa opção.

Até 2025, a TAP vai perder 6,7 mil milhões de euros.

— Antes de 2024, será necessário injectar na TAP um total de 3,8 mil milhões de euros.

— No imediato a TAP precisa de 970 milhões de euros. E ao longo de 2021 mais 300 milhões.

— As ineficiências e a desvantagem competitiva da TAP são anteriores à pandemia.

— As ineficiências foram agravadas a partir de 2015 com a gestão privada. Em 2020, a pandemia fez o resto.

— O rácio de tripulantes da TAP, por voo, é superior ao standard.

A TAP tem mais 19% de pilotos e mais 28% de tripulantes do que as companhias de bandeira da Europa. O ministro citou a Ibéria, a Lufthansa e a Air France/KLM.

— Os custos laborais, por piloto, subiram 37% entre 2017 e 2019. 

— Têm de ser despedidos dois mil trabalhadores efectivos. 

— Os trabalhadores contratados são dispensados.

— No imediato, a TAP reduz a frota de 108 para 88 aviões, privilegiando a utilização dos modelos A321 e A320.

— Os cortes salariais serão progressivos, até ao limite de 25%, aplicando-se apenas ao remanescente de 900 euros.

— É para manter o spoke–hub das rotas com o Brasil, América do Norte e África Ocidental.

— A redução de rotas ainda não está totalmente definida.

A seguir falou o secretário de Estado do Tesouro, mas já não ouvi. Também não ouvi as perguntas e respostas dos media.

HISTÓRIAS DE EMBALAR


Os bisnetos da minha geração talvez venham a conhecer a verdadeira história do SARS-COV-2, o coronavírus que deu origem à Covid-19.

Lá para 2040, mais coisa menos coisa, as crianças vão adormecer ouvindo a história dos replicantes de morcego que dizimaram cidades chinesas e italianas antes de dizimarem o resto do mundo. Uma boa história infantil mete sempre morcegos, mesmo que em 2040 sejam replicantes de.

Não estaremos cá para ver. Por enquanto, o pagode vai digerindo as fantasias que lhe impingem.

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MUDAR A AMÉRICA


Biden e Kamala Harris foram escolhidos como personalidades do ano pela TIME. A ver vamos se a nova presidência corrobora a legenda, mudando a História da América.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 3.134 infectados e 86 mortos. Mais 4.848 recuperados.

NORTE + 1.371 infectados [+ 32 mortos]

CENTRO + 444 [+ 14]

LISBOA E VALE DO TEJO + 964 [+ 37]

ALENTEJO + 267 [+ 2]

ALGARVE + 63 [+ 1]

AÇORES + 19 / MADEIRA + 6.

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ELA AVISOU

Andrea Ammon, directora do ECDC, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, foi clara no aviso que fez ontem aos países da UE.

Cito de memória: «Não vai haver vacinas para todos nos prazos programados» / «Numa primeira fase, o número de doses disponíveis deverá ficar àquem das necessidades» / «Têm de ser revistas as priroridades dos planos de vacinação» / «Profissionais de saúde em 1.º lugar, com certeza, mas só os de idade superior a 50 anos» / «Antes de Julho de 2021 não haverá condições para vacinações em massa» / «É preciso acautelar os processos de transporte, distribuição e armazenamento» / «Ainda desconhecemos possíveis reacções adversas». Etc.

Nada disto surpreende, mas é bom que fique registado.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

INDIGNAÇÃO E VERGONHA

Acabo de ver na televisão as reacções indignadas dos partidos ao facto de, só hoje, a directora nacional do SEF ter apresentado a sua demissão.

Considerando eu que Cristina Gatões devia ter sido demitida no passado 30 de Março, devo deduzir, pela indignação manifestada hoje, que os partidos estiveram oito meses a hibernar.

O que se passou nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa (o brutal assassinato de Ihor Homenyuk, cidadão ucraniano) envergonha Portugal. Conhecemos os factos ocorridos na noite de 11 para 12 de Março graças a uma denúncia anónima divulgada pela TVI no Jornal das 8 de 29 de Março. Repito: 29 de Março. Cristina Gatões devia ter saído no dia seguinte. Mas não saiu.

Mais grave: o ministro Cabrita foi informado pelo IGAI a 17 de Março, e nada fez. Portanto, sem a denúncia anónima que permitiu à TVI divulgar o horror na noite de 29 de Março, é provável que o assunto nunca tivesse chegado ao conhecimento da opinião pública.

O que andaram os partidos a fazer este tempo todo?

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 4.097 infectados e 70 mortos. Mais 2.272 recuperados.

NORTE + 2.076 infectados [+ 30 mortos]

CENTRO + 555 [+ 13]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.157 [+ 21]

ALENTEJO + 163 [+ 6]

ALGARVE + 97

AÇORES + 28 / MADEIRA + 21.

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 2.905 infectados e 81 mortos. Mais 6.585 recuperados.

NORTE + 1.584 infectados [+ 44 mortos]

CENTRO + 418 [+ 13]

LISBOA E VALE DO TEJO + 758 [+ 22]

ALENTEJO + 40 [+ 1]

ALGARVE + 75

AÇORES + 15 [+ 1] / MADEIRA + 15.

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TAP NA AR


Depois de amanhã, quinta-feira, o plano de reestruturação da TAP é apresentado à Comissão Europeia.

Portugal terá de negociar forte, porque a reestruturação prevista fica aquém das exigências de Bruxelas.

Depois da Comissão, o Governo vai levar o plano à Assembleia da República. Faz muito bem. A decisão obriga os partidos da Oposição a dizerem, preto no branco, o que pretendem fazer com a companhia. Percebe-se o incómodo de Rui Rio e Catarina Martins, dois dos que subitamente descobriram a «legitimidade» do Governo para gerir o dossiê. 

É muito fácil dar soundbites sem apresentar soluções. Num prazo muito curto, a TAP precisa de mais mil milhões de euros, embora o OE 2021 só tenha inscrito metade desse valor. Portanto, mais mil milhões a juntar ao empréstimo extradordinário do Verão passado (1,2 mil milhões de euros) autorizado por Bruxelas.

Chegou a hora das vestais sujarem as mãos.

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

TATE SEM WHISTLER


Devido ao mural que o decorou durante 93 anos, o restaurante da Tate Britain não vai poder reabrir.

Um comité de ética considerou racista e ofensiva a pintura de Rex Whistler, The Expedition in Pursuit of Rare Meats. O referido mural retrata cenas de caça, escravatura de crianças negras e imagens problemáticas de chineses. 

Encomendado por Charles Aitken para a inauguração do restaurante em 1927, era um dos hot spots do museu. Em 2013 foi restaurado por 45 milhões de libras. Agora terá de ser removido. Em todo o caso, o restaurante mantém-se encerrado até 31 de Outubro de 2021.

Rex Whistler (1905-1944) morreu em combate na Segunda Guerra Mundial. Tinha 22 anos quando o museu lhe encomendou o mural.

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COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 2.597 infectados e 78 mortos. Mais 2.788 recuperados.

NORTE + 1.231 infectados [+ 38 mortos]

CENTRO + 292 [+ 14]

LISBOA E VALE DO TEJO + 917 [+ 24]

ALENTEJO + 92 [+ 2]

ALGARVE + 35

AÇORES + 21 / MADEIRA + 9.

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ET POUR CAUSE


L’État, c’est moi. Clique na imagem.

SINTOMAS


Reportando aos anos 2013 e 2014, Yvette K. Centeno acaba de publicar o primeiro volume dos diários a que chamou Sintomas. Fê-lo por indução de filhos e netos, curiosos, uns e outros, das origens polacas da família da mãe.

Yvette K. Centeno é uma grande autora mas, nunca tendo andado em bicos de pés, o seu nome soa pouco familiar fora do círculo de cognoscenti. Afinal, a Simbologia, de que é considerada a mais importante especialista portuguesa, não é uma área de livre trânsito. E quem diz Simbologia diz filosofia hermética, alquimia, mística judaica, estudos sobre Pessoa, Goethe ou Celan, três entre muitos sobre quem orientou seminários e proferiu conferências em Harvard, Oxford, Londres, Berlim, Paris, Madrid, Lisboa, Coimbra e outras cidades.

Sintomas abre várias janelas. Ficamos a saber que, durante a Segunda Guerra Mundial, sua mãe trabalhou numa organização internacional de apoio a fugitivos e exilados judeus, que o activismo político, marxista, levou seu pai mais de uma vez à prisão, que os anos (1946-50) de Buenos Aires foram consequência da repressão do Estado Novo, que Paris era um escape recorrente, e que a paixão do jazz era partilhada com o marido, o lendário contrabaixo Bernardo Moreira, aka Binau.

Yvette não diz, mas digo eu: Binau, engenheiro civil, um dos fundadores do Hot Club de Portugal, acrescentou três músicos à família e dirigiu durante quase vinte anos a Escola de Jazz Luís Villas Boas. Quem viu Belarmino (1964), de Fernando Lopes, lembra-se dele a tocar com o saxofonista belga Jean Pierre Gebler.

Numa escrita limpa, isenta de pose, Yvette K. Centeno fala do tempo que nos coube viver, da infância, do intervalo argentino, das fugas para Paris, da operação de B., de filhos, noras e netos, do 25 de Abril, das redes sociais, de amigos, entre eles Rui Zink, de Rilke, de autoras suas contemporâneas, da angústia do envelhecimento, de toda a sorte de trivialidades que preenchem o nosso quotidiano.

Natural de Lisboa, onde nasceu em 1940, filha de mãe polaca e pai português, poeta, ficcionista, dramaturga, ensaísta e tradutora, professora catedrática jubilada, Yvette K. Centeno foi co-fundadora do CITAC da Universidade de Coimbra, criou o Gabinete de Estudos de Simbologia da Universidade Nova de Lisboa, fundou o ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian, viveu largas temporadas em Paris, conviveu de perto com os grandes da cultura europeia de século XX e, não obstante, mantém-se uma das personalidades mais discretas da cena literária.

Quem leu Entre Silêncios, o volume da sua poesia reunida publicado em 2019, ou Quem Se Eu Gritar (1962), As Palavras Que Pena (1972), A Alquimia e o Fausto de Goethe (1982), Fernando Pessoa: o Amor, a Morte, a Iniciação (1984), Literatura e Alquimia (1987) Os Jardins de Eva (1998), entre outros títulos, vai gostar de Sintomas, que prolonga, em aparente sottovoce, dois livros anteriores: Do Longe e do Perto (2011, diário) e No Rio da Memória (2017, memórias). Assim cheguem depressa os volumes subsequentes de Sintomas.

Com design de Mariana Viana, a capa reproduz o detalhe de uma pintura de Vera Kace. Parabéns, Yvette.

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domingo, 6 de dezembro de 2020

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 3.834 infectados e 87 mortos. Mais 2.852 recuperados.

NORTE + 2.258 infectados [+ 50 mortos]

CENTRO + 500 [+ 14]

LISBOA E VALE DO TEJO + 773 [+ 21]

ALENTEJO + 215 [+ 2]

ALGARVE + 62

AÇORES + 22 / MADEIRA + 4.

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BA LEILOA


O leilão da British Airways é o retrato cru destes dias de incerteza. Com cerca de seis mil milhões de euros (aliás 5,1 mil milhões de libras) de prejuízo entre Janeiro e Setembro, a companhia britânica está a leiloar, desde o mês passado, as baixelas e outros acessórios que usava nas primeiras classes.

Com a redução brutal da frota, do número de voos e das rotas de destino, o cancelamento da encomenda de 68 novos aviões, e a saída de cena do 747, a companhia viu-se obrigada a despedir mais de dez mil trabalhadores.

Agora pôs em leilão as baixelas (copos para todo o tipo de bebidas, flûtes de champanhe, chávenas de chá e café, pratos, talheres, molheiras, travessas, bandejas...), mas também cestos de pão, guardanapos e toalhas, carrinhos de bebidas, tigelas para bombons, caixas de refeições, sapatilhas de descanso, máscaras de sono, mantas e roupa de cama, etc. As porcelanas William Edwards estão entre o itens mais caros.

As obras de arte que decoravam os gabinetes dos gestores de topo (muitos deles despedidos) já haviam sido leiloadas em Outubro.

Trágica antecipação daquilo a que vamos assistir em 2021.

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sábado, 5 de dezembro de 2020

NATAL & ANO NOVO


Quadro das medidas aprovadas hoje em conselho de ministras para o período do Natal e Ano Novo.

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COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 6.087 infectados e 73 mortos. Mais 6.165 recuperados.

NORTE + 3.000 infectados [+ 43 mortos]

CENTRO + 866 [+ 8]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.980 [+ 20]

ALENTEJO + 106 [+ 1]

ALGARVE + 88 [+ 1]

AÇORES + 27 / MADEIRA + 20.

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O QUE TERÁ SIDO?


Não sei o que Fernando Medina prometeu aos empresários da restauração que durante uma semana montaram circo à porta da Assembleia da República, levando-os a abandonar o local. Mas gostava de saber.

A seguir à aviação comercial, o sector da restauração tem sido, aqui como no resto do mundo, o mais afectado pela pandemia. Não por acaso, no âmbito do regime de layoff simplificado, o Governo isentou os restaurantes, bares e discotecas do pagamento da TSU. Mais: beneficiam de uma majoração de 50% no acesso aos apoios a fundo perdido, estando em vigor a moratória para o pagamento de rendas comerciais.

Até ao momento, o Governo disponibilizou 1,2 mil milhões de euros (metade a fundo perdido) ao sector da restauração. Mil milhões de euros é muito dinheiro. Mas foi mais. Foi tanto como o empréstimo feito à TAP: 1,2 mil milhões. As ajudas não serão suficientes para salvar todos, mas mantêm abertos cerca de 80% dos restaurantes. Os que conheço funcionam de forma irrepreensível desde a sua reabertura em Maio.

Provavelmente inspirados pelo chef bósnio, empresários do Norte replicam nos Aliados (Porto) o circo de São Bento. Para já, velinhas. Como irá o edil da Invicta descalçar a bota?

Voltamos ao ponto: qual foi o plus prometido por Medina?

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

MAIS 4 SEMANAS

Com os votos a favor do PS, do PSD e de uma deputada não inscrita, foi aprovada a prorrogação do Estado de Emergência até ao próximo dia 23.

O decreto presidencial aprovado esta tarde prevê a sua prorrogação automática (i.e., sem necessidade de nova votação parlamentar) até 7 de Janeiro de 2021, dando liberdade ao Governo para regulamentar medidas especiais no Natal e no Ano Novo.

Votaram contra o PCP, o PEV, a IL e o CHEGA. Abstiveran-se o BE, o CDS, o PAN e a deputada JKM.

COVID HOJE


Situação Covid-19 em Portugal, hoje.

Mais 4.935 infectados e 79 mortos. Mais 5.020 recuperados.

NORTE + 2.577 infectados [+ 45 mortos]

CENTRO + 626 [+ 14]

LISBOA E VALE DO TEJO + 1.508 [+ 15]

ALENTEJO + 111 [+ 1]

ALGARVE + 73 [+ 3]

AÇORES + 26 [+ 1] / MADEIRA + 14.

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

PLANO DE VACINAÇÃO COVID



As três fases da vacinação.

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