UM POEMA POR SEMANA — Para este domingo escolhi Hoje de Salette Tavares (1922-1994), nome maior do experimentalismo português.
Natural de Lourenço Marques, onde viveu até 1933, Salette Tavares estudou filosofia em Lisboa antes de radicar-se (1949) em Paris. Na capital francesa trabalhou com Gabriel Marcel, Merleau-Ponty, Étienne Souriau e Louis Lavelle.
Além de poesia, traduziu Pascal e publicou ensaios sobre o existencialismo católico, estética, linguagem e teoria da arte. A partir dos anos 1970 fez exposições individuais da sua poesia visual, na Galeria Quadrum, no CCB, em Serralves, na Gulbenkian, etc. Leccionou estética na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa) e foi presidente da secção portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte.
Prefaciado por Luciana Stegagno Picchio, o volume Obra Poética 1957-1971 (1992) recebeu o Prémio do PEN Clube. Ao longo da vida voltou várias vezes a Moçambique.
O poema desta semana pertence a Quadrada (1967). A imagem foi obtida a partir do 2.º volume da Terceira Série de Líricas Portuguesas, a mítica antologia organizada por Jorge de Sena, publicada pelas Edições 70 [este segundo volume] em 1983, já depois da morte do antólogo.
[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire e Gomes Leal.]
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