quinta-feira, 18 de abril de 2019

EUROPEIAS


Sondagem da Aximage hoje divulgada no CM e no Negócios.

Maioria de esquerda = 51%.

Se este estudo for confirmado nas urnas, PS e PSD elegem o mesmo número de deputados.

A soma da Direita [PSD+CDS+ALIANÇA] corresponde a 39,2%.

A tese do puxão de orelha aos Governos, sejam eles quais forem (uma única vez, em 1999, o partido que estava a governar ganhou as Europeias: foi o PS, mas Soares era o cabeça de lista), é equivalente a brincar com o fogo. A ver vamos.

Clique no gráfico do Negócios.

DÉJÀ VU

Chegou esta madrugada ao fim a greve dos motoristas de matérias perigosas. Muita gente não se lembra, mas uma greve igual paralisou o país entre 9 e 11 de Junho de 2008. Déjà vu, portanto.

Daqui até às eleições legislativas de Outubro vai ser assim. PSD, CDS, BE, PCP e PEV tudo farão para evitar a vitória do PS.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

O ESPLENDOR DO CINISMO

Os partidos da Oposição aproveitaram o ano eleitoral para trazer à colação o tema da contagem de tempo dos professores do ensino básico e secundário. Até aqui, nada de novo. Faz parte das regras de jogo da democracia.

Aqui chegados, uma coligação negativa [PSD+CDS+BE+PCP+PEV] permitiria aprovar, imediatamente, a recuperação do tempo de serviço congelado pelo Governo PAF/Troika. Bastaria cada um destes partidos apresentar um diploma nesse sentido. A aprovação estava garantida.

O que fizeram então os estrénuos defendores dos docentes? O PSD e o CDS apresentaram diplomas sibilinos: sim senhor, têm direito aos 9 anos, se as condições económico-financeiras do país (subida do PIB e outros detalhes), na próxima legislatura, o permitirem. Se. A Esquerda chumbou. O BE, o PCP e o PEV querem novas negociações do Governo com os sindicatos com vista a estabelecer um calendário até 2025. A Direita chumbou. Os cinco diplomas baixaram à comissão parlamentar de Educação.

Dito de outro modo, toda a gente se esforçou por garantir que tudo ficava na mesma.

Por que carga de água ninguém teve tomates para apresentar um diploma sem reticências? Medo de que o Governo bata com a porta e provoque eleições antecipadas? É uma possibilidade real. Mas isso é outro campeonato. A Oposição não pode querer comer o bolo e ficar com ele.

FRÉDÉRIC MARTEL


Hoje na Sábado escrevo sobre a obra mais recente do francês Frédéric Martel (n. 1967), No Armário do Vaticano. E começo por notar que certo tipo de publicidade pode induzir em erro. No original, o livro chama-se Sodoma. Enquête au cœur du Vatican. Não se trata, como alguma gente supõe, de um manifesto gay. É uma investigação exaustiva, conduzida durante quatro anos. Para escrever o livro, o autor contou com a colaboração de 80 investigadores espalhados por cerca de quarenta países, que entrevistaram mais de 1500 pessoas. Martel entrevistou ele próprio 41 cardeais, 52 bispos, 45 núncios apostólicos, mais de 200 padres e seminaristas, embaixadores, adidos de imprensa, funcionários do Vaticano e membros da Guarda Suíça. Dividido em quatro partes, o livro aborda o pontificado de vários Papas, as lutas pelo poder, as correntes ideológicas, o predomínio da extrema-direita no pontificado de João Paulo II, a guerra movida por Roma aos defensores da Teologia da Libertação, as idiossincrasias da Igreja em África e na América Latina, a ‘ditadura’ da Congregação para a Doutrina da Fé, a vida dupla de centenas de padres de todos os escalões hierárquicos, os excessos do cardeal guineense Robert Sarah, a biografia mirabolante do cardeal colombiano Alfonso López Trujillo, «essa diva do catolicismo moribundo» que durante dezoito anos presidiu ao Conselho Pontifício para a Família, corrupção e escândalos financeiros na Santa Sé, a reiterada indiferença de Bento XVI face aos relatórios sobre abuso de menores, a clínica Gemelli, onde altos dignitários da Igreja são discretamente tratados de sida e doenças correlatas, o assédio sexual aos membros da Guarda Suíça, o outing do teólogo Krzysztof Charamsa (expulso do Vaticano), a protecção de padres pedófilos, etc. O dia em que Bento XVI sagrou arcebispo o seu secretário particular, Georg Gänswein, último acto oficial antes da renúncia, está fixado em páginas magníficas. Martel explica com minúcia a esquizofrenia que sustenta parte significativa dos altos escalões do Vaticano. O agitprop contra a comunidade homossexual não impede cardeais influentes de organizarem orgias chemsex com prostitutos. O triplo homicídio que envolveu Cédric Tornay, membro da Guarda Suíça, ilustra a bipolaridade. Um documento para a História. Quatro estrelas. Publicou a Sextante.

DIGA 33


Instantâneo de Margarida Araújo, da sessão em que participei ontem à noite no Teatro da Rainha, no âmbito do Diga 33. Duas horas de conversa sobre literatura e memórias pessoais, em ambiente descontraído, com moderação de Henrique Manuel Bento Fialho.

 A grande surpresa foi reencontrar Fernando Mora Ramos, actor e encenador, que não via há 44 anos. Mora Ramos é o actual director artístico do Teatro da Rainha, onde brevemente vai repor O Resto Já Devem Conhecer do Cinema, de Martin Crimp (a partir de Eurípides), uma produção do Teatro Nacional de São João, do Porto, em parceria com o Teatro da Rainha, das Caldas.

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terça-feira, 16 de abril de 2019

TEATRO DA RAINHA


Hoje nas Caldas da Rainha.
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segunda-feira, 15 de abril de 2019

RECONSTRUIR NOTRE-DAME


Os bilionários franceses François-Henri Pinault, mecenas das artes, chairman e CEO do grupo de marcas de luxo Kering [Gucci, Yves Saint Laurent, Balenciaga, Alexander McQueen e outras], e Bernard Arnault, proprietário do grupo LVMH [Louis Vuitton & Moët Hennessy], vão doar 300 milhões de euros para a reconstrução de Notre-Dame. Pinault, cem milhões, Arnault, duzentos.

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NOTRE-DAME PASTO DAS CHAMAS


A força do incêndio que deflagrou na Catedral de Notre-Dame, de Paris, já fez desabar a torre. Clique na imagem do Le Monde.

CAOS NAS CONSERVATÓRIAS

Perdi três horas na Conservatória da Avenida Fontes Pereira de Melo para levantar o cartão de cidadão. O pedido de renovação, urgente (33 euros), foi feito em casa no passado dia 5.

Hoje, ao fim de 45 minutos de espera, pedi o livro de reclamações. A responsável pelos serviços, com quem pedi para falar, esclareceu-me que a urgência apenas se aplica à manufactura. São alheios a atrasos de correio e, ali na Conservatória, vai toda a gente para a mesma fila.

Isto é uma vigarice. Se as conservatórias não têm pessoal suficiente para garantir canais próprios de assuntos urgentes, têm obrigação de suspender a opção urgente. Vender gato por lebre não dignifica o Estado.

Acaso a senhora ministra da Justiça está ao corrente do caos que reina nas Conservatórias?

domingo, 14 de abril de 2019

FAKE, OF COURSE


A campanha do 69, honi soit qui mal y pense, não pára. Televisões e jornais martelam o tema (resultado de um estudo encomendado por uma Fundação privada) como se estivéssemos perante uma Lei da iniciativa do Governo aprovada pela maioria de Esquerda na Assembleia da República.

A RTP3 ocupou parte da sua programação da tarde com a necessidade de o adoptar, porque na Suécia é o que fazem. Dizem-me que é tempo de antena da Fundação promotora do estudo, titular de espaço alugado na televisão pública. Se é assim, a rubrica devia vir assinalada como publicidade.

Qualquer jornalista sério que faça o trabalho de casa sabe que, em matéria de idade legal de reforma, Portugal tem um dos níveis mais altos (actualmente 66 anos e 5 meses) da UE, dos outros países europeus (na Rússia são 60 anos) e do resto do mundo. Não vale a pena dizer que é preciso chamar o Diabo.

A falta de vergonha contagiou quase todos. Assunção Cristas anda pelos comícios a atribuir ao Governo a responsabilidade da «reforma aos 70 anos», que ela «não quer», mas os malvados dos socialistas querem.