quinta-feira, 30 de julho de 2015

SUSAN SONTAG

 
Hoje na Sábado escrevo sobre a reedição de Olhando o Sofrimento dos Outros, de Susan Sontag (1933-2004). Tal como as edições de língua inglesa, a primeira edição portuguesa trouxe na capa a gravura de Goya que na actual edição surge na página 2. Isto não é um detalhe. É desleixo. O texto reporta à célebre fotografia de Eddie Adams sobre a execução, em 1968, de um rapaz vietcong: «Colocando-se ao lado do seu prisioneiro, de modo que o seu perfil e a cara do preso ficassem visíveis para as câmaras atrás dele, Loan disparou à queima-roupa.» Nada a ver com o enforcado de 1812 que o leitor tem à frente. Tomando como ponto de partida as reflexões de Virginia Woolf sobre as raízes da guerra, Olhando o Sofrimento dos Outros, último livro publicado em vida, de certo modo prolonga os Ensaios Sobre Fotografia que em 1977 fizeram de Sontag um nome incontornável, que surpreendia a cada nova obra. Pondo o dedo na ferida, Sontag explica com fluência e erudição como da Guerra da Secessão às bandeiras de Iwo Jima (americanos) e do Reichstag (russos), fotos de massacres em África publicadas como sendo nos Balcãs, mais o beijo de Doisneau, a encenação foi de regra, prática contrariada pela Guerra do Vietname e pelo 11 de Setembro. Extremamente pedagógico. Quatro estrelas.

A TRETA

 
Ao contrário do que apregoa muita gente, os programas do PS e o da coligação de suporta o Governo [PSD+CDS] não se confundem. O item Segurança Social é bem revelador: a treta do tecto para descontos obrigatórios, ficando o remanescente para o que cada um quiser, é uma perversão da cadeia de solidariedade.

Infelizmente, muita gente (mesmo de Esquerda) não sabe o que isso significa. Entretenham-se a votar em partidos criados a correr com a finalidade de arranjar emprego para meia dúzia de personalidades com lugar cativo nos media, e depois queixem-se. A imagem é do Diário de Notícias.

domingo, 26 de julho de 2015

UM ANO DEPOIS

 
«Esta informação foi avançada ao PÚBLICO pela própria Procuradoria-Geral da República, na sequência de um pedido de esclarecimento feito pelo jornal.» — O banqueiro saiu do TCIC pelo seu próprio pé e seguiu para Cascais sem escolta policial. O respeitinho é de facto uma coisa muito bonita. Imagem do Público.