Hoje na Sábado escrevo sobre Obra Perfeitamente Incompleta, de José Sesinando (1923-1995), aliás José Palla e Carmo, autor de culto largamente desconhecido dos mais jovens. Coube a Abel Barros Baptista e Luísa Costa Gomes estruturar o acervo indisciplinado desta obra de difícil acesso, disperso por publicações avulsas, bem como por edições artesanais, privadas. Integrado na colecção de Ricardo Araújo Pereira, ao lado de títulos de Hasek, Diderot, Gontcharov e outros, Obra Perfeitamente Incompleta colige três livros de Sesinando: Obra Ântuma (1986), prosa humorística e poesia, e mais dois que nunca chegaram às livrarias — Olha, Daisy (1985) e Heteropsicografia (1985), variações sobre poemas de Fernando Pessoa, «dois livros extraordinários, sem comparação na posteridade pessoana», sublinha Baptista. Ensaísta, crítico e tradutor, Sesinando é um caso singular. A mordacidade assenta numa profunda cultura literária. Por exemplo: «O poeta é um rabujador / Que pega o touro pelos cornos» vale como retrato a traço grosso de Ary dos Santos. Quatro estrelas. Publicou a Tinta da China.
quinta-feira, 5 de julho de 2018
quarta-feira, 4 de julho de 2018
AGITPROP PAROLO
Percebo que as pessoas comuns acreditem piamente no que dizem os jornais. A soldo de agências de spin e dos partidos do arco parlamentar, os jornais (atolados de notícias plantadas) facultam hoje uma informação residual. As pessoas comuns são livres de acreditarem no que quiserem porque não têm responsabilidades políticas. O que me deixa atónito é ver deputados a alinharem pelo mesmo diapasão.
Um exemplo na ordem do dia: os deputados, em especial os do BE e os do CDS, querem ouvir Medina sobre o contrato estabelecido entre Madona e a Câmara de Lisboa. A frota da cantora virou assunto de Estado. Mas por que raio esses deputados, antes do foguetório, não foram informar-se?
É que o espaço alugado a Madona esteve cedido, até Dezembro de 2017, ao Instituto de Conservação e Restauro José de Figueiredo, tutelado pela Direcção-Geral do Património Cultural. Nessa altura não importava acautelar os interesses da população? Isto para não falar dos outros dezanove contratos similares em vários pontos da cidade.
Publicada por
Eduardo Pitta
à(s)
09:00
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