sábado, 11 de julho de 2015

CINCO ANOS OUT

 
A notícia foi desmentida por algumas fontes, confirmada por outras, mas já toda a gente percebeu que é uma forma de pôr o assunto em agenda de forma “oficiosa”. Escrevendo no Twitter, Varoufakis dá-lhe crédito.

Segundo o Frankfurter Allgemeine, que não é um jornal qualquer, Schäuble propõe a saída da Grécia do euro durante cinco anos. Ou isso, ou a imediata alienação de património da Grécia no valor de 50 mil milhões de euros. O ministro das Finanças alemão teria reagido desse modo à proposta que Tsakalotos levou ao Eurogrupo, considerando-a insuficiente. Clique na imagem.

UM EXEMPLO

 
O PS apresentou como cabeça-de-lista no círculo do Porto o cientista Alexandre Quintanilha. A decisão é duplamente de saudar. Por um lado, Quintanilha é independente. Não é comum, se é que alguma vez aconteceu, um partido apresentar um não-militante como cabeça-de-lista, com a agravante de o fazer num círculo de tamanha importância. Por outro lado, Quintanilha é homossexual assumido, casado com o escritor Richard Zimler. Já era tempo de um partido de Esquerda pôr de lado os esqueletos no armário. Assim outros o façam.

Natural de Lourenço Marques, Alexandre Quintanilha estudou em Moçambique, na África do Sul e em França (o doutoramento em física), tendo trabalhado nos Estados Unidos (Berkeley) entre 1972 e 1990. Regressado a Portugal e radicado no Porto, dirigiu o Centro de Citologia Experimental e leccionou no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. No passado dia 3 deu a sua última lição como professor catedrático. Fará 70 anos em Agosto.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

EUROSONDAGEM


Sondagem divulgada pelo Expresso ao meio-dia. Imagem do jornal.
Clique para ler melhor.

VARA

Não sei, nem me interessa saber, se Armando Vara é impoluto ou deixa de ser. Não conheço o homem de lado nenhum. O que eu sei é que a opinião pública portuguesa não perdoa que um homem de Lagarelhos, antigo empregado de balcão da Caixa Geral de Depósitos num vilarejo remoto, tenha chegado a deputado, secretário de Estado, ministro adjunto do primeiro-ministro (Guterres), ministro da Juventude e Desporto, e depois a administrador da referida CGD e do Millennium-BCP. Não pertencer ao eixo Lapa-Cascais faz toda a diferença.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

FOLHETIM

 
Comentários para quê? A notícia é do Expresso. Clique.

REINALDO MORAES

 
Hoje na Sábado escrevo sobre O Cheirinho do Amor, do brasileiro Reinaldo Moraes (n. 1950), livro que colige trinta e seis crónicas. Com excepção de O desejo em dois tempos, foram publicadas entre 2011 e 2014 numa revista para homens. Não se trata de um dicionário de ideias feitas sobre o macho indígena, embora ande lá perto. Num texto que serve de fio condutor da obra, De quatro na Bundolândia, Moraes fixa a obsessão «anal e sodomita» dos patrícios: «o fato é que não dá pra subestimar o número de homens brasileiros, héteros ou gays, que vivem com o cu na cabeça.» Fazendo vénia aos clássicos, termina citando Oswald de Andrade: «Enrabei dona Lalá.» Faz todo o sentido, porque Moraes, com o ser um autor culto, tem uma escrita vigiada, com frequentes envios de natureza erudita. Em nenhuma circunstância o sexo, tema central do livro, serve de álibi para o uso frouxo da linguagem. Muito pelo contrário. O autor calibra bem todas as harmónicas discursivas. Melhor ainda: permite ao leitor familiarizar-se com um largo inventário de sinónimos genitais: rabicó, brioco, toba, fiofó, a lista não tem fim. A ironia tem momentos deveras conseguidos, como na crónica dedicada ao défice de natalidade na Dinamarca. No domínio do nonsense, a sonda vaginal de que trata a crónica Sorria: seu pênis está sendo filmado, revela uma imaginação delirante: «Coisa pra corno milionário.» Sobre o cheirinho do amor, é melhor ler o livro. Quatro estrelas.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O ESTADO DA NAÇÃO

Sondagem da Intercampus para a TVI, a TSF e o Público, divulgada hoje.

terça-feira, 7 de julho de 2015

MARIA BARROSO 1925-2015


Após onze dias em coma, morreu hoje Maria Barroso, 90 anos, fundadora e presidente da Fundação Pro Dignitate, cargo que exerceu até dar entrada no hospital no passado dia 25 de Junho. Republicana, democrata, resistente anti-fascista, católica de esquerda, alma do Colégio Moderno que dirigiu durante mais de trinta anos, professora, pedagoga, actriz de teatro e cinema, co-fundadora do Partido Socialista (única mulher presente na reunião de Bad Münstereifel em 1973), deputada (1976-85), Primeira Dama (1986-96), interlocutora no processo de paz que pôs termo à guerra civil em Moçambique (conseguiu em 1991 que Chissano e Dhlakama estabelecessem e respeitassem um corredor entre Maputo e a fronteira de Ressano Garcia), presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (1997-2003), activista dos direitos humanos e de causas sociais, Doutora Honoris Causa de universidades nacionais e estrangeiras, companheira de Mário Soares durante 70 anos, mãe de Isabel e João Soares. Uma vida exemplar.

O velório decorrerá no Colégio Moderno e as cerimónias fúnebres terão lugar amanhã, a partir das 10:00, na Igreja do Campo Grande.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

TSAKALOTOS

 
Euclides Tsakalotos, 55 anos, até ontem ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros, é a partir de hoje o ministro das Finanças da Grécia. Formado em Oxford, Tsakalotos chefiava a equipa negocial grega desde 27 de Abril. A imagem é do Público.

DISCURSO DIRECTO, 6

Eduardo Paes Mamede em entrevista ao Negócios. Excerto:

«É impossível governar à esquerda com as actuais regras europeias. Isso causa grandes dificuldades à esquerda porque implica dizer às pessoas que o nosso projecto, por mais moderado que seja, só vai ser possível com uma ruptura, que tem sempre alguma coisa de radical. A maior parte da população vive mal com a incerteza

VAROUFAKIS SAIU

Tsipras ganhou o referendo. A vitória do Não é inequívoca: 61,3% contra 38,7% do Sim. A abstenção foi de 37,6%. Vamos ver o que a Grécia ganhou ou poderá vir a ganhar com este desfecho. Para já, Varoufakis demitiu-se: Excerto do statement de despedida: «Soon after the announcement of the referendum results, I was made aware of a certain preference by some Eurogroup participants, and assorted ‘partners’, for my… ‘absence’ from its meetings; an idea that the Prime Minister judged to be potentially helpful to him in reaching an agreement. For this reason I am leaving the Ministry of Finance today.» Foi uma pena ter levado cinco meses a perceber o óbvio.