sábado, 11 de maio de 2019

BERARDO


Lamento, mas tenho de reconhecer que Joe Berardo deu um baile aos deputados da comissão de inquérito à gestão e recapitalização da Caixa Geral de Depósitos: A Caixa não executou acções do BCP porque não quis. Elementar.

Ao fim de cinco horas, quando terminou a performance, os três agentes de execução enviados pelo tribunal que recebeu a queixa da CGD, do Millennium-BCP e do Novo Banco (credores de cerca de mil milhões de euros), esperavam por ele na porta do Parlamento que dá para a Rua de São Bento.

Eram três, mas nenhum foi capaz de lhe entregar a notificação judicial. Berardo tinha seguranças à sua volta? Não. Fugiu de helicóptero? Não. Saltou para uma mota? Não.

Seguido por dúzia e meia de profissionais dos media, e pelos três agentes de execução, Berardo fez um longo trajecto a pé até à Calçada da Estrela, que subiu em passo lento, antes de, calmamente, entrar numa garagem.

Comentários para quê?

ELEMENTAR

«Marcelo e António Costa deixaram muito clarinho quem manda e quem não manda. Manda, através deles, o cidadão eleitor, não mandam os sindicalistas. Por uma vez só temos de agradecer ao primeiro-ministro e ao Presidente da República

— Vasco Pulido Valente, hoje no Público.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

LM VS MAPUTO


Estas duas fotografias mostram o mesmo edifício, o Leão Que Ri, um dos quinze ou vinte, ou se calhar mais, que o arquitecto Amâncio de Alpoim Miranda Guedes (1925-2015), vulgo Pancho, espalhou por Lourenço Marques, actual Maputo.

Na foto em cima, vemos o edifício acabado de construir, em 1958. Na de baixo, de 2004 (salvo erro), a degradação não poupou os espaços entre os pilotis do rés-do-chão, outrora vazios, hoje transformados em lojas.

E ainda há quem me pergunte porque nunca quis voltar de visita.

Não vivi no Leão Que Ri, mas recordações muito fortes ligam-me a um dos seus apartamentos. E foi com espanto que ontem ouvi (no primeiro episódio da série documental Brisa Solar, de Ana Pissarra e José Nascimento, transmitida na RTP2) o arquitecto Luís Lage dizer que agora é que está bem, porque, e cito de cor, a arquitectura é o que queremos fazer dela. Então ficamos assim.

Bora lá pôr o Taveira a desconstruir os Jerónimos!

Clique nas imagens para as ver na íntegra.

CHUMBO


Eram sensivelmente 12:30 quando PS, PSD e CDS chumbaram as três propostas de alteração ao Dec-Lei 36/2019, de 15 de Março, relativas à contagem de tempo dos professores.

O PAN absteve-se. BE, PCP e PEV votaram a favor.

Na imagem, o deputado socialista Porfírio Silva invectivando o PSD durante a sua declaração de voto oral. Clique

HORA DA VERDADE

Está em curso no Parlamento a sessão plenária em que serão votados os textos finais, apresentados pela Comissão de Educação e Ciência, relativos à contagem de tempo dos professores do ensino básico e secundário.

São três as propostas de ALTERAÇÃO ao Decreto-Lei n.º 36/2019, de 15 de Março, que estatui no seu art.º 2.º — «A partir de 1 de Janeiro de 2019, aos docentes referidos no artigo anterior são contabilizados 2 anos, 9 meses e 18 dias, a repercutir no escalão para o qual progridam a partir daquela data

Trata-se das propostas de alteração 126/XIII, do BE; 127/XIII, do PCP; e 129/XIII, do PSD. O CDS não apresentou nenhuma. A votação final global deverá ocorrer por volta da uma da tarde, prevendo-se o chumbo das três.

ELEMENTAR


Estudo da Eurosondagem para o jornal i, Diário de Notícias da Madeira, Diário Insular dos Açores e Porto Canal.

Clique na imagem do i.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

O FOLHETIM


Se dúvidas houvesse... Afinal, quem fez teatro?
Clique na imagem do Expresso.

NOJO ABSOLUTO


Danny Baker, actor e guionista de stand-up comedy, tinha um programa semanal na BBC. Tinha. Foi hoje demitido por ter publicado um tuíte ilustrado com a imagem de um casal (representando os duques de Sussex) de mão dada com um chimpanzé, e uma legenda inclassificável: «O bebé real sai do hospital

Se isto não é racismo, não sei o que seja racismo.

A VIDA COMO ELA É


Sondagem da Aximage publicada hoje no CM e no NEGÓCIOS sobre o caso dos professores.

57% aprovam o Governo.

49% aprovam a ameaça de demissão feita por António Costa, 44% discordam e para 7% o assunto é indiferente.

Clique na imagem do Expresso.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

DESFAÇATEZ


Entrevistado ontem no Jornal das 8 da TVI, Rui Rio disse o equivalente de dizer que a terra não é redonda. Não vi em directo, apenas o podcast que me chegou agora às mãos. Ora vejam:

«O PSD nunca recuou na questão das carreiras dos professores. Na última quinta-feira não houve uma votação geral, mas sim a aprovação de um texto feita artigo a artigo. Se tivesse havido uma votação na comissão, teríamos votado contra. Há sempre muita confusão nas comissões e eu nem deputado sou, muito menos daquela comissão.»  —  [síntese, citada de cor]

O descaramento não tem limites.

A imagem, obtida no passado dia 2, e publicada no Expresso, mostra os deputados do PSD, CDS, BE e PCP a selarem o aggiornamento. Clique.

segunda-feira, 6 de maio de 2019

PREMONITÓRIO


Em 1980, Jean-Jacques Servan-Schreiber (1924-2006) escreveu um livro premonitório, Le Defi Mondial, publicado em simultâneo em quinze países: França, Arábia Saudita, Argentina, Áustria, Brasil, Espanha, Finlândia, Holanda, Índia, Israel, Itália, Japão, Líbano, Noruega e Portugal. No ano seguinte venceu a barreira do mundo de língua inglesa, tornando-se um bestseller planetário. Quanto sei, depois dele apenas publicou, em dois volumes, as suas memórias. Uma doença do foro neurológico afastou-o de tudo em 1996.

Escritor, jornalista, fundador de L’Express, presidente do Parti Radical e, mais tarde, do Mouvement Réformateur, “inventor” da UDF, ministro de Giscard d’Estaing, mogul da vida política parisiense, Servan-Schreiber provoca muitos anticorpos.

Mas é fascinante ver como, há trinta anos, foi capaz de fazer a radiografia do mundo em que vivemos hoje: guerras por causa do petróleo, terror global, microcomputadores, robotização crescente, afirmação das monarquias do Golfo, migrações em massa, etc. As cabecinhas bem-pensantes franziram os sobrolhos, mas todos os dias acordamos com a realidade descrita por antecipação neste livro que reencontrei há pouco por acaso.

RESSACA

Vendo bem, a posição do PSD e do CDS na ressaca da quinta-feira frentista resume-se assim:

O Estado caucionará as contas da Fenprof no momento em que, sendo a dívida externa de Portugal inferior a 25% do PIB (actualmente corresponde a 101%), for possível fixar, em simultâneo:

— O indexante dos apoios sociais em 1.307,28 euros [actual: 435,76 euros]
— O salário mínimo em 1.800 euros [actual: 600 euros]
— A pensão mínima do regime não contributivo em 600 euros [actual: em média 180 euros]
— A remuneração mínima nos serviços do Estado em 900 euros [actual: 635 euros]
— A devolução a todos os pensionistas do valor da CES, a celerada Contribuição Extraordinária de Solidariedade, que afectou exclusivamente os pensionistas, variando entre um mínimo de 3,5% e um máximo de 10% (conforme o valor bruto das pensões), incluindo o adicional de 40% aplicado cumulativamente a uma fracção das pensões de valor superior a 7.545,96 euros.
— A indexação a todos os funcionários públicos das contas da Fenprof, corrigindo o valor das pensões de reforma (Segurança Social) e aposentação (Caixa Geral de Aposentações) entretanto atribuídas.

Se estamos a falar de crescimento económico, isto é o básico. O básico.

domingo, 5 de maio de 2019

PIRUETA

Ouvi agora Rui Rio. Depois de insultar o primeiro-ministro, afirmou:

«A contabilização do tempo total das carreiras dos professores deverá ser considerada de forma proporcional ao crescimento da economia, observado o respeito pela regra da despesa contida no Pacto de Estabilidade e Crescimento. [...] Se esta formulação for aprovada pelo PS no Parlamento, a proposta passa. Se os socialistas voltarem a votar contra este articulado, o PSD também votará contra o projecto final encontrado na comissão parlamentar

Que palavrão para classificar isto?

O líder do PSD sabe perfeitamente que a alegada “cláusula de salvaguarda” (esperar pelo crescimento da economia) foi e voltará a ser chumbada pelo PS. Não vale a pena chover no molhado.

Nisto tudo, continuo sem compreender o medo das eleições antecipadas.

SOPHIA


Chega às livrarias na próxima terça-feira, dia 7, a primeira biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004).

Para a escrever, Isabel Nery entrevistou mais de sessenta pessoas — família, amigos, escritores, intelectuais, políticos, tradutores, investigadores, gente comum —, consultou arquivos em Portugal, na Dinamarca e na Alemanha, consultou documentação de vária índole, cotejou correspondência, livros, imprensa, teses, filmes e documentários.

O livro tem 336 páginas e inclui portofolio fotográfico. Publica a Esfera dos Livros.

Clique na imagem.

VALE TUDO


Trampolinice como modo de vida.
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