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sábado, 7 de novembro de 2020
AT LAST
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
PARLAMENTO APROVOU
Com os votos do PS, do PSD, do CDS e de uma deputada não inscrita, foi aprovado o novo Estado de Emergência.
Votaram contra o PCP, o PEV, a IL e JKM. Abstiveram-se o BE, o PAN e o CHEGA.
Vigorará a partir das zero horas do próximo dia 9, ou seja, a partir da meia-noite do próximo domingo.
O PRÉMIO
Não tenho por hábito comentar prémios (aos amigos laureados felicito-os privadamente), excepto três: o Nobel da Literatura, o Camões e o Pessoa.
Ignorando o passado do professor de Coimbra, pessoa sobre quem toda a vida ouvi elogios, vindos de gente de Esquerda, sobretudo da Esquerda marxista, na sua maioria académicos de universidades de Lisboa, Porto, Braga e Coimbra, a distinção pareceu-me ajustada. Estava errado.
Aqui chegados, apercebi-me com surpresa da indignação gerada pela atribuição do prémio. Intelectuais que admiro, como Mario de Carvalho, Luis Filipe Castro Mendes e Jorge Silva Melo (nenhum dos três com propensão para delírios persecutórios) reagiram com violência, ora pedindo a demissão da ministra da Cultura, ora denunciando o conúbio do laureado com o Estado Novo, durante a crise académica de 1969, e mais tarde no III Congresso da Oposição Democrática (Aveiro, 1973). Amigas minhas, antigas alunas de Aguiar e Silva, também relataram episódios funestos da misoginia do professor.
Em Moçambique nunca ouvi falar de Aguiar e Silva. Quem se interessava por teoria da literatura comprava o livro de René Wellek e Austin Warren, no original (1948) ou na tradução da Europa-América. Já em Portugal, um catedrático amigo aconselhou-me a obra de Aguiar e Silva. Anos mais tarde, professores mais jovens, oriundos da extrema-esquerda, enfatizavam o carácter único, excelentíssimo, da obra. Os conservadores ignoravam o homem. Dito de outro modo: em 45 anos de gossip, nunca ouvi nada contra o carácter do laureado.
A controvérsia prossegue. A maioria lamenta a infelicidade do prémio, mas Manuel Alegre e Vítor Serrão (entre outros) consideram-no muito merecido. Tudo isto é lamentável. Ficaria bem ao laureado recusar o prémio. Não seria o primeiro e encerrava o assunto.
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ACONTECEU
Na pessoa de Marjorie Taylor Greene, 46 anos, empresária da construção civil, o QAnon entrou no Congresso americano. Ms Greene foi eleita nas listas do Partido Republicano.
O QAnon é uma organização de extrema direita, xenófoba, apoiante de Trump, que defende publicamente a tese de que os Democratas (com Obama e Hillary à cabeça) estão envolvidos em tráfico sexual de crianças. Ms Greene sustentou a campanha com base na luta de que é preciso abater «os pedófilos satânicos que bebem o sangue das crianças para rejuvenescer...» E foi eleita. Parece anedota? Pois parece. Infelizmente é a realidade.
Neste momento, quem domina as redes sociais são o QAnon e organizações paralelas. Portanto, nenhuma admiração com os cerca de 70 milhões de votos de Trump. O QAnon tem mais de um milhão de seguidores com a cara destapada.
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
ENTÃO?
Os resultados na Carolina do Norte, na Geórgia e no Nevada (estados onde os votos por correspondência podem ser contados até ao próximo dia 12) poderão determinar o desfecho.
Não é descartável uma intervenção do Supremo Tribunal.
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quarta-feira, 4 de novembro de 2020
AINDA SEM VENCEDOR
Espero acordar amanhã com boas notícias, malgré a interrupção da contagem de votos na Pensilvânia, pedida por Trump.
Imagem: Guardian. Clique.
STEP BY STEP
terça-feira, 3 de novembro de 2020
THE WINNER TAKES IT ALL
É hoje o dia. Mas, neste momento, a América ainda dorme.
Deixo aqui as três primeiras estrofes da canção famosa dos Abba. Sirvam para ilustrar o óbvio: o modelo eleitoral norte-americano não é igual ao europeu continental. Ponto.
«I don't want to talk / About the things we've gone through / Though it's hurting me / Now it's history / I've played all my cards / And that's what you've done too / Nothing more to say / No more ace to play / / The winner takes it all / The loser standing small / Beside the victory / That's her destiny / / I was in your arms / Thinking I belonged there / I figured it made sense / Building me a fence / Building me a home / Thinking I'd be strong there / But I was a fool / Playing by the rules [...]»
— The Winner Takes It All , 1999.
O ATENTADO DE VIENA
Visando pessoas sentadas em cafés e esplanadas, os tiroteios começaram às 20h locais. Um dos atacantes, um macedónio de 20 anos, alegadamente apoiante do Daesh, foi abatido pela polícia junto à Ruprechtskirche. Foram efectuadas dezenas de prisões, embora a polícia continue sem saber o número de terroristas envolvidos.
Tudo se passou nas imediações da principal sinagoga de Viena, a Stadttempel. Os espectadores da Staatsoper (imagem) e do Burgtheater foram retidos dentro das salas durante quatro horas, sendo então retirados sob forte escolta policial.
Esta manhã, o centro da cidade continua fechado (e todas as escolas encerradas), patrulhado por milhares de polícias.
Sebastian Kurz, o Chanceler, decretou três dias de luto nacional.
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segunda-feira, 2 de novembro de 2020
RATCHED
A personagem de Mildred Ratched é tão absorvente que Evan Romansky e Ryan Murphy criaram uma prequela do romance de Ken Kesey que está na origem do filme de Forman.
Assim nasceu Ratched, a série da Netflix que abre com Danse Macabre de Saint-Saëns e nos agarra logo pelo deslumbramento da fotografia.
Na série, Sarah Paulson faz de Mildred Ratched, uma mulher fria e calculista, abusada em criança, sociopata, assassina e lésbica. A seu lado encontramos a sempre notável Judy Davis, Finn Wittrock (o serial killer em torno do qual gira a trama), Cynthia Nixon, Sharon Stone, Amanda Plummer, Vincent D’Onofrio, Jon Jon Briones (o homem das lobotomias que cita Egas Moniz), Charlie Carver, Alice Englert e, por último mas não em último, a extraordinária Sophie Okonedo, numa performance de cortar a respiração.
Tudo se passa entre 1947 e 1950, quase sempre no Lucia State Hospital, uma instituição alegadamente psiquiátrica da Califórnia, localizada em Monterey. Violência e sexo em doses não recomendáveis a almas sensíveis.
O plot ressente-se da agenda política: Vincent D’Onofrio, no papel de Governador da Califórnia, é uma caricatura de Trump. Mas também de proselitismo: não é crível que em 1947 a secretária de um Governador estadual seja casada com um negro. Mesmo tratando-se de um casamento de fachada — ela lésbica, ele homossexual —, tal não era exequível nos círculos políticos norte-americanos dos anos 1940. Para já não falar do espírito MeToo que perpassa ao longo dos oito episódios da série. De qualquer modo, um excelente entretenimento.
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domingo, 1 de novembro de 2020
FICÇÃO OU REALIDADE?
A imprensa internacional noticia e o Público também: 2,58 milhões de eslovacos (metade da população do país) fizeram ontem, sábado, o teste Covid. Desse total, 1% deu positivo.
Liderada por Jaroslav Naď, ministro da Defesa da Eslováquia, a operação terá mobilizado 40 mil médicos e equipas de apoio, soldados, polícias, funcionários administrativos, mas também voluntários, uns e outros distribuídos por cinco mil locais de testagem.
Mesmo tratando-se de testes de antígeno, os chamados testes rápidos, não deixa de ser impressionante.