sábado, 7 de novembro de 2020

AT LAST


Biden acaba de ser eleito 46.º Presidente dos Estados Unidos. Os votos da Pensilvânia desataram o nó górdio.

Clique na imagem da CNN.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

PARLAMENTO APROVOU

Com os votos do PS, do PSD, do CDS e de uma deputada não inscrita, foi aprovado o novo Estado de Emergência.

Votaram contra o PCP, o PEV, a IL e JKM. Abstiveram-se o BE, o PAN e o CHEGA.

Vigorará a partir das zero horas do próximo dia 9, ou seja, a partir da meia-noite do próximo domingo. 

O PRÉMIO


No passado 27 de Outubro foi anunciada a atribuição do Prémio Camões 2020 ao ensaísta Vítor Manuel de Aguiar e Silva. O júri desta 32.ª edição do prémio foi constituído pelos portugueses Clara Rowland e Carlos Mendes de Sousa, pelos brasileiros Antonio Cicero e Antônio Hohlfeldt, pelo guineense Tony Tcheka e pelo moçambicano Nataniel Ngomane.

Não tenho por hábito comentar prémios (aos amigos laureados felicito-os privadamente), excepto três: o Nobel da Literatura, o Camões e o Pessoa.

Ignorando o passado do professor de Coimbra, pessoa sobre quem toda a vida ouvi elogios, vindos de gente de Esquerda, sobretudo da Esquerda marxista, na sua maioria académicos de universidades de Lisboa, Porto, Braga e Coimbra, a distinção pareceu-me ajustada. Estava errado.

Aqui chegados, apercebi-me com surpresa da indignação gerada pela atribuição do prémio. Intelectuais que admiro, como Mario de Carvalho, Luis Filipe Castro Mendes e Jorge Silva Melo (nenhum dos três com propensão para delírios persecutórios) reagiram com violência, ora pedindo a demissão da ministra da Cultura, ora denunciando o conúbio do laureado com o Estado Novo, durante a crise académica de 1969, e mais tarde no III Congresso da Oposição Democrática (Aveiro, 1973). Amigas minhas, antigas alunas de Aguiar e Silva, também relataram episódios funestos da misoginia do professor.

Em Moçambique nunca ouvi falar de Aguiar e Silva. Quem se interessava por teoria da literatura comprava o livro de René Wellek e Austin Warren, no original (1948) ou na tradução da Europa-América. Já em Portugal, um catedrático amigo aconselhou-me a obra de Aguiar e Silva. Anos mais tarde, professores mais jovens, oriundos da extrema-esquerda, enfatizavam o carácter único, excelentíssimo, da obra. Os conservadores ignoravam o homem. Dito de outro modo: em 45 anos de gossip, nunca ouvi nada contra o carácter do laureado.

A controvérsia prossegue. A maioria lamenta a infelicidade do prémio, mas Manuel Alegre e Vítor Serrão (entre outros) consideram-no muito merecido. Tudo isto é lamentável. Ficaria bem ao laureado recusar o prémio. Não seria o primeiro e encerrava o assunto.

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ACONTECEU

Na pessoa de Marjorie Taylor Greene, 46 anos, empresária da construção civil, o QAnon entrou no Congresso americano. Ms Greene foi eleita nas listas do Partido Republicano.

O QAnon é uma organização de extrema direita, xenófoba, apoiante de Trump, que defende publicamente a tese de que os Democratas (com Obama e Hillary à cabeça) estão envolvidos em tráfico sexual de crianças. Ms Greene sustentou a campanha com base na luta de que é preciso abater «os pedófilos satânicos que bebem o sangue das crianças para rejuvenescer...» E foi eleita. Parece anedota? Pois parece. Infelizmente é a realidade.

Neste momento, quem domina as redes sociais são o QAnon e organizações paralelas. Portanto, nenhuma admiração com os cerca de 70 milhões de votos de Trump. O QAnon tem mais de um milhão de seguidores com a cara destapada.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

ENTÃO?


Continuamos no fio da navalha: Biden com 264 grandes eleitores vs 214 do lado de Trump.

Os resultados na Carolina do Norte, na Geórgia e no Nevada (estados onde os votos por correspondência podem ser contados até ao próximo dia 12) poderão determinar o desfecho.

Não é descartável uma intervenção do Supremo Tribunal.

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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

AINDA SEM VENCEDOR


Hoje fico por aqui. Depois das vitórias de Biden no Wisconsin e no Michigan (ambas confirmadas), e da previsível vitória no Arizona, o desfecho parece mais claro.

Espero acordar amanhã com boas notícias, malgré a interrupção da contagem de votos na Pensilvânia, pedida por Trump.

Imagem: Guardian. Clique.

STEP BY STEP


Ranking do Colégio Eleitoral até ao momento. Antes assim. Mas não deixa de ser tristemente revelador que uma criatura como Trump já tenha obtido quase 70 milhões de votos.

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terça-feira, 3 de novembro de 2020

THE WINNER TAKES IT ALL


É hoje o dia. Mas, neste momento, a América ainda dorme.

Deixo aqui as três primeiras estrofes da canção famosa dos Abba. Sirvam para ilustrar o óbvio: o modelo eleitoral norte-americano não é igual ao europeu continental. Ponto. 

«I don't want to talk / About the things we've gone through / Though it's hurting me / Now it's history / I've played all my cards / And that's what you've done too / Nothing more to say / No more ace to play / / The winner takes it all / The loser standing small / Beside the victory / That's her destiny / / I was in your arms / Thinking I belonged there / I figured it made sense / Building me a fence / Building me a home / Thinking I'd be strong there / But I was a fool / Playing by the rules [...]»

—  The Winner Takes It All , 1999.

O ATENTADO DE VIENA


Até ao momento morreram cinco pessoas, estando hospitalizadas mais de vinte (sete das quais em estado muito grave), vítimas do atentado de ontem à noite em seis locais diferentes do centro da capital austríaca.

Visando pessoas sentadas em cafés e esplanadas, os tiroteios começaram às 20h locais. Um dos atacantes, um macedónio de 20 anos, alegadamente apoiante do Daesh, foi abatido pela polícia junto à Ruprechtskirche. Foram efectuadas dezenas de prisões, embora a polícia continue sem saber o número de terroristas envolvidos.

Tudo se passou nas imediações da principal sinagoga de Viena, a Stadttempel. Os espectadores da Staatsoper (imagem) e do Burgtheater foram retidos dentro das salas durante quatro horas, sendo então retirados sob forte escolta policial.

Esta manhã, o centro da cidade continua fechado (e todas as escolas encerradas), patrulhado por milhares de polícias. 

Sebastian Kurz, o Chanceler, decretou três dias de luto nacional.

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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

RATCHED


Quase toda a gente se lembra de Voando Sobre um Ninho de Cucos, o filme que Miloš Forman fez em 1975 com Jack Nicholson no protagonista. Da enfermeira Mildred Ratched é que nem todos se recordarão, embora Louise Fletcher tenha ganho o Óscar de melhor actriz.

A personagem de Mildred Ratched é tão absorvente que Evan Romansky e Ryan Murphy criaram uma prequela do romance de Ken Kesey que está na origem do filme de Forman.

Assim nasceu Ratched, a série da Netflix que abre com Danse Macabre de Saint-Saëns e nos agarra logo pelo deslumbramento da fotografia.

Na série, Sarah Paulson faz de Mildred Ratched, uma mulher fria e calculista, abusada em criança, sociopata, assassina e lésbica. A seu lado encontramos a sempre notável Judy Davis, Finn Wittrock (o serial killer em torno do qual gira a trama), Cynthia Nixon, Sharon Stone, Amanda Plummer, Vincent D’Onofrio, Jon Jon Briones (o homem das lobotomias que cita Egas Moniz), Charlie Carver, Alice Englert e, por último mas não em último, a extraordinária Sophie Okonedo, numa performance de cortar a respiração.

Tudo se passa entre 1947 e 1950, quase sempre no Lucia State Hospital, uma instituição alegadamente psiquiátrica da Califórnia, localizada em Monterey. Violência e sexo em doses não recomendáveis a almas sensíveis.

O plot ressente-se da agenda política: Vincent D’Onofrio, no papel de Governador da Califórnia, é uma caricatura de Trump. Mas também de proselitismo: não é crível que em 1947 a secretária de um Governador estadual seja casada com um negro. Mesmo tratando-se de um casamento de fachada — ela lésbica, ele homossexual —, tal não era exequível nos círculos políticos norte-americanos dos anos 1940. Para já não falar do espírito MeToo que perpassa ao longo dos oito episódios da série. De qualquer modo, um excelente entretenimento.

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domingo, 1 de novembro de 2020

FICÇÃO OU REALIDADE?

A imprensa internacional noticia e o Público também: 2,58 milhões de eslovacos (metade da população do país) fizeram ontem, sábado, o teste Covid. Desse total, 1% deu positivo.

Liderada por Jaroslav Naď, ministro da Defesa da Eslováquia, a operação terá mobilizado 40 mil médicos e equipas de apoio, soldados, polícias, funcionários administrativos, mas também voluntários, uns e outros distribuídos por cinco mil locais de testagem.

Mesmo tratando-se de testes de antígeno, os chamados testes rápidos, não deixa de ser impressionante.