sexta-feira, 27 de setembro de 2019

ABSTENCIONISMO

Parece que, nas gerações sub-40, a percentagem de abstencionistas é superior a 75%. Portanto, têm o que merecem.

Se não cumprem o dever cívico de votar (acto que devia ser obrigatório), que direito lhes assiste em protestar contra os contratos de trabalho precários, os salários terceiro-mundistas, a especulação do arrendamento urbano, a inexistência de uma rede ferroviária que sirva todo país (e não apenas o eixo Lisboa-Porto-Braga), as disfunções do Serviço Nacional de Saúde, a oferta residual de alojamento académico, etc.? Somos de facto uma sociedade peculiar.

As gerações que nos anos 1960 e 70 lutaram por um país livre, e adulto, confrontam-se hoje com a sociedade alheada e alienada que os seus herdeiros criaram.

VOTAR

O próximo domingo, dia 29, é dia de voto antecipado. Quem se registou para o efeito (mais de 40 mil pessoas, 30% das quais em Lisboa) poderá fazê-lo, sem direito às 24 horas de nojo a que obrigam os votantes de 6 de Outubro.

Espero que o façam em consciência. Votem em que partido votarem, façam-no de acordo com aquilo em que acreditam.

O impropriamente chamado voto útil é uma falácia. Votar no partido A ou B para «impedir» uma vitória do PS (como faz muita gente que conheço, incluindo amigos de Direita que votam BE para travar o passo a Costa), não é só um disparate. É um jogo perigoso.

AXIMAGE


Sondagem da AXIMAGE divulgada hoje pelo Jornal Económico.

PS = 37,4% / PSD = 25,2% / BE = 11% / CDU = 6,8% / CDS = 5,1% / PAN = 3,6%

O PS obtém mais 12,2% que o PSD.

Maioria de Esquerda = 55,2%. Juntando o PAN, seriam 58,8%.

Clique na imagem do semanário Económico.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

TRACKING POLL


Desde o passado dia 21, a Pitagórica tem estado a fazer uma tracking poll para a TVI, que a divulga na abertura do Jornal das 8, para o Jornal de Notícias e para a TSF. Hoje foi assim.

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TROPEÇOU NA BÍLIS

Mais depressa eu escrevesse sobre a estratégia de Rui Rio na campanha eleitoral — afastamento dos trauliteiros saudosos de Passos, discurso de bom senso, aparente frieza no raciocínio, profissão de fé nos princípios —, mais depressa o presidente do PSD tropeçava na sua verdadeira natureza.

A pretexto da acusação, divulgada esta tarde, sobre o Caso Tancos, Rui Rio perdeu a compostura encenada até ontem. Em conferência de imprensa, fazendo coro com o desvario da líder do CDS — Querem dar o voto a criminosos? É isso que querem?, disse a passionária do Caldas —, ameaçou mandatar o PSD para convocar a Comissão Permanente da Assembleia da República. E ainda a procissão vai no adro.

O primeiro-ministro foi claro na resposta: «Não mudo de princípios de dois em dois dias». 

MÃEPAIFILHO


Começou ontem a ser transmitida (22:12) na RTP-2 a série inglesa MotherFatherSon, criada por Tom Rob Smith, dirigida por James Kent e produzida pela BBC em 2019.

Nos principais papéis, Richard Gere, Helen McCrory, Billy Howle, Pippa Bennett-Warner, Sinéad Cusack, Joseph Mawle e Nick Caplan.

Oito episódios de 60 minutos cada. Imperdível.

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TRAULITEIRICES

Ao contrário de Assunção Cristas, que aposta numa política de terra queimada (e, com isso, vai reduzir o CDS a um grupelho irrelevante), Rui Rio tem tido, até ao momento, a inteligência de afastar os trauliteiros da campanha do PSD. Se mantiver a postura, isso terá como resultado evitar a pré-anunciada hecatombe do partido. A ver vamos.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

VALE TUDO?

Não me contaram. Eu vi. Vi hoje pela 1.ª vez, e em diferido, mas vi.

O Polígrafo da SIC, transmitido esta noite, naturalmente focado nas eleições do próximo 6 de Outubro, foi buscar as eleições de 2011, disputadas por Sócrates. Não foi na RTP Memória. Foi na SIC. Eu repito: hoje, o Polígrafo da SIC foi buscar as eleições de 2011, disputadas por Sócrates.

Argumento: naquele ano, o PS teria arregimentado anónimos de cor (indianos, sobretudo) para encher os seus comícios.

Como isto não é jornalismo, é o quê?

GOLPE CONSTITUCIONAL


A decisão do Supremo Tribunal de Londres de considerar nula e de nenhum efeito a suspensão de Westminster até ao próximo 14 de Outubro, decretada pelo primeiro-ministro britânico, abre um precedente gravíssimo e uma crise constitucional de consequências imprevisíveis.

Não gostar de Boris Johnson é uma coisa. Perverter o equilíbrio de poderes (e uma tradição de séculos), outra. Se não gostam de Boris, ponham o povo a votar. Em democracia estes diferendos resolvem-se com eleições.

As repúblicas de juízes nunca deram bom resultado.

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É O MERCADO, PÁ


O colapso da Thomas Cook é um caso de polícia. Os administradores continuaram a auferir salários exorbitantes, não obstante a situação da empresa. Ontem foi o dia em que 21 mil trabalhadores (espalhados por dezasseis países) ficaram sem emprego, e 600 mil turistas retidos nos destinos de férias, sem regresso a casa garantido, obrigados a abandonar os hotéis se não pagassem a continuação da hospedagem. Por não terem condições de pagar segunda vez o que era suposto estar liquidado, muitos turistas foram simplesmente despejados.

Andrea Leadsom, Secretary of State de Negócios, Energia e Estratégia Industrial, foi clara: Os contribuintes não têm de pagar o resgate da Thomas Cook. Passos Coelho deixou implodir o BES e depois pôs-nos a todos a pagar a “resolução” inventada pelo governador do BdP.

Fretando aviões, o departamento britânico de aviação civil está a tentar levar de volta ao Reino Unido os cidadãos britânicos ali residentes.

Ontem já saiu do Algarve um avião fretado com 170 pessoas a bordo. Mais dia menos dia, os repatriados recebem a factura do vôo (não há repatriamentos de borla). Até ao momento foram repatriadas 14.700 pessoas, desembarcadas em Manchester, embora a maioria seja residente em Londres.

Para hoje estão previstos 74 vôos (ilhas Baleares, Canárias, etc.), mas as partidas estão atrasadas, em média, oito horas.

Como era de esperar, as companhias aéreas que operam nos locais mais afectados pela falência de Thomas Cook triplicaram, desde ontem, o preço das suas tarifas. Já hoje, no espaço de uma hora, a Jet2 fez aumentos de 30%.

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FRANCO OUT


Por unanimidade, o Supremo Tribunal de Espanha autorizou o Governo a exumar os restos mortais de Franco, que vão ser transferidos da Basílica do Vale dos Caídos (imagem) para o cemitério onde está a mulher.

Igualmente por unanimidade, o tribunal também rejeitou o pedido da família do ditador que pretendia, caso a exumação fosse autorizada, transferir os restos mortais para uma cripta na Catedral de Santa Maria a Real de Almudena.

Sánchez pretende consumar a exumação antes das eleições de 10 de Novembro, embora uma eventual providência cautelar (a pedido da família de Franco) do Tribunal Constitucional possa atrasar essas intenções.

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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

MADEIRA


Embora o PSD continue a ser o partido mais votado na Madeira, as eleições de ontem marcaram uma viragem decisiva na relação de forças.

O PS mais do que triplicou o número de votos e mandatos.

O BE, o PAN e três partidos locais saem de cena. A abstenção desceu cerca de 6%.

Síntese:

— O PSD perdeu a maioria absoluta que detinha há 43 anos.
— O PSD desceu de 24 para 21 deputados.
O PS subiu de 6 para 19 deputados. E concorreu sozinho.
— O CDS desceu de 7 para 3 deputados.
— A coligação PCP-PEV perdeu um deputado.
— O BE perdeu os seus dois deputados e sai do Parlamento.
— O JpP desceu de 5 para 3 deputados.

Deixam de ter representação parlamentar o BE e o PTP.

A imagem ilustra os números oficiais. Clique.