sábado, 8 de janeiro de 2022

LOURDES CASTRO 1930-2022


Morreu hoje Lourdes Castro, uma das mais importantes artistas plásticas portuguesas.

Natural do Funchal, Lourdes Castro foi aluna do Colégio Alemão antes de partir para Lisboa onde frequentou o curso de pintura da Escola Superior de Belas Artes.

Casada com René Bertholo, partiu para Munique em 1957. No ano seguinte, já em Paris, o casal fundou — com outros artistas, entre eles Christo, Escada e João Vieira — o grupo KWY. Além de exposições, o grupo produziu até 1963 doze números da revista homónima. Depois de 25 anos a viver em Paris, regressou ao Funchal.

Várias vezes premiada e condecorada, Lourdes Castro está representada em museus britânicos e europeus, mas também na Gulbenkian, em Serralves e no Museu de Arte Moderna de Havana.

A partir da segunda metade dos anos 1960 desenvolveu o carácter performativo do seu Teatro de Sombras. Em 2016, a Culturgest mostrou os 36 cadernos a que chamou Álbum de Família. Casou em segundas núpcias com Manuel Zimbro, com quem expôs (2019), na Fundação Carmona e Costa, um núcleo de obras centradas no quotidiano de ambos na Quinta do Monte.

Lourdes Castro tinha 91 anos e as causas da morte não foram tornadas públicas.

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EM QUE FICAMOS?


Vai por aí uma grande confusão. Muita gente ainda não percebeu o óbvio: se ganhar as eleições e formar Governo, o PS apresentará o OE que foi chumbado em Outubro. Nem podia ser de outro modo. Ninguém levaria a sério um Partido que se mostrasse disposto a negociar agora o que, tendo sido arduamente negociado no Outono, foi rejeitado. 

Portanto, é simples. Querem outro OE? Votem em quem tenha condições de formar novo Governo. Supor que das eleições do próximo dia 30 possa resultar correcção de pontaria, é o mesmo que acreditar no sexo dos anjos.

Imagem: sondagem da Católica para a RTP e Público. Clique.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

TIRO PELA CULATRA

A sondagem da Universidade Católica divulgada esta noite pela RTP não acrescenta nada às projeções de voto, mas traz um dado importante:

«[...] 43% dos votantes PS em 2019 são favoráveis a entendimento preferencial com o PSD...» 

Este score ultrapassa a minha percepção, que ficava por 30 ou 32%. Foi isto que o chumbo do OE conseguiu. As pessoas cansaram-se e, provavelmente, teremos novas eleições no Outono.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

COSTA VS VENTURA


Obviamente.

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domingo, 2 de janeiro de 2022

AL BERTO


UM POEMA POR SEMANA — Para este domingo escolhi o sexto poema de Réstia de Sangue de Al Berto (1948-1997), poeta que trouxe à poesia portuguesa o lampejo de uma identidade queer coerente com os acidentes biográficos.

Nascido em Coimbra como Alberto Raposo Pidwell Tavares, foi viver para Sines no ano seguinte. Frequentou a Escola António Arroio, em Lisboa, antes de partir para a Bélgica em Abril de 1967.

Em Bruxelas frequentou a École Nationale Supérieure d’Architecture et des Arts Visuels, tendo vivido na comunidade hippie onde conheceu Joëlle de La Casinière, amiga com quem fundaria, em 1972, o Montfaucon Research Center.

Regressado a Portugal em Novembro de 1975, foi viver para Sines, onde publicou À Procura do Vento Num Jardim d’Agosto (1977). Em Sines foi editor e livreiro, animador cultural da autarquia e director do Centro Cultural Emmerico Nunes.

A partir de 1987, ano de publicação de O Medo, Al Berto tornou-se uma figura mediática, com presença regular em festivais e outros eventos da cena literária. Em 1992 foi feito Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Horto de Incêndio (1997), o livro derradeiro, foi escrito e publicado no âmbito de uma bolsa de criação literária do ministério da Cultura.

Sofrendo de um linfoma, foi internado no Hospital dos Capuchos no dia 25 de Abril de 1997, morrendo naquele hospital a 13 de Junho.

Vinte anos após a sua morte estreou (em Outubro de 2017) o filme Al Berto, de Vicente Alves do Ó.

O poema desta semana pertence a Livro Décimo (1985). A imagem foi obtida a partir da 1.ª edição de O Medo, editada pela Contexto.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares, Camilo Pessanha, Edith Arvelos, Cesário Verde, António José Forte, Francisco Bugalho, Leonor de Almeida, Carlos de Oliveira, Fernando Assis Pacheco, José Blanc de Portugal, Luís Miguel Nava, António Maria Lisboa, Eugénio de Andrade, José Carlos Ary dos Santos, António Manuel Couto Viana e Ruy Cinatti.]

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