A sessão das Cortes de Espanha (Senado e Congresso de Deputados) está marcada para o próximo dia 5. E a do Parlamento da Grécia para o próximo dia 7.
E nós por cá?
Imagem: hoje, em Camberra. Clique.
A sessão das Cortes de Espanha (Senado e Congresso de Deputados) está marcada para o próximo dia 5. E a do Parlamento da Grécia para o próximo dia 7.
E nós por cá?
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Surpreendeu-me que o terço inicial do discurso do PR tenha incidido nas consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia, nessa «manhã de 24 de Fevereiro em que o mundo mudou [...] Uma manifestação de força sem legitimidade jurídica, nem política, que teve condenação internacional.»
Foi bom que o tivesse feito, mas apanhou-me (como provavelmente a muita gente) de surpresa. Arriscaria dizer que andou ali mão de um dos novos ministros, e não é preciso trabalhar na West Wing para saber que é assim que estas coisas se fazem.
Muito bom, e certeiro, o discurso do primeiro-ministro, também ele focando (no momento próprio) a guerra na Europa.
Novidade mesmo foi a afirmação de António Costa de que «a proposta do Orçamento do Estado já está finalizada...» Sabia-se que o programa do Governo é aprovado amanhã em Conselho de Ministros, para ser discutido na AR nos próximos dias 7 e 8 de Abril, mas termos o OE 2022 finalizado é uma revelação inesperada (mais do que a mudança de ministro das Finanças, a guerra terá alterado a versão chumbada em Outubro do ano passado). São boas notícias.
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Augusto Santos Silva substitui Eduardo Ferro Rodrigues como Presidente da Assembleia da República, cargo para que foi eleito por 156 votos a favor, 63 brancos e 11 nulos.
Santos Silva fez um bom discurso. Destaco dois tópicos:
«A liberdade e a igualdade custaram-nos demasiado para regredirmos...» / «O discurso sem lugar aqui será o discurso de ódio, que insulta o outro que é diferente e que discrimina, seja qual for o motivo da discriminação...»
O statement não deixou de invectivar os «nacionalistas antipatriotas», razão que explica o azedume da primeira intervenção da extrema-direita.
Num acto cerimonial como este, foi deprimente ver os deputados do PSD de braços cruzados, incapazes de aplaudir alguém que, não sendo um dos seus, defendia valores e princípios que são universais.
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Natural de Ereira (Coimbra), Afonso Duarte estreou-se em 1912 com Cancioneiro das Pedras, mas seria só a partir de 1929, com Os 7 Poemas Líricos — volume publicado pela Presença — que o seu nome obteria ressonância nacional.
Tinha formação em ciências físico-naturais mas era etnógrafo por opção. Professor do ensino básico, adversário da Ditadura Nacional (1928-33), foi aposentado compulsivamente do ensino em 1932. Viveu grande parte da vida com paralisia nos membros inferiores.
Colaborou nas principais revistas literárias do seu tempo, interessou-se por arte popular, escreveu e publicou obras sobre pedagogia e etnografia.
A primeira edição da sua Obra Poética (1956) completa foi organizada por Carlos de Oliveira e João José Cochofel.
O poema desta semana pertence a Ossadas (1947). A imagem foi obtida a partir da edição de 2003 (Cotovia) de A Poesia da Presença, antologia organizada por Adolfo Casais Monteiro, que a publicou no Brasil em 1959.
[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares, Camilo Pessanha, Edith Arvelos, Cesário Verde, António José Forte, Francisco Bugalho, Leonor de Almeida, Carlos de Oliveira, Fernando Assis Pacheco, José Blanc de Portugal, Luís Miguel Nava, António Maria Lisboa, Eugénio de Andrade, José Carlos Ary dos Santos, António Manuel Couto Viana, Ruy Cinatti, Al Berto, Alexandre O’Neill, Vitorino Nemésio, David Mourão-Ferreira, Miguel Torga, Ângelo de Lima, Pedro Tamen, António Ramos Rosa, José Régio, Antero de Quental, Pedro Homem de Mello e Teixeira de Pascoaes.]
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