sábado, 4 de setembro de 2021

PAULO RANGEL FAZ COMING OUT


Por causa desta manchete do Expresso fui ver o programa Alta Definição, da SIC. Nele, Paulo Rangel, 53 anos, eurodeputado do PSD, fez o seu coming out com inteligência e serenidade. 

Fê-lo só agora, esclareceu, para preservar a mãe, falecida em 2019. Quem tinha de saber sabia, isso nunca constituiu problema

Rangel, homem culto —  um cristão que tolera o catolicismo —, fez o que fazem os políticos sérios quando se preparam para voos mais altos: pôs as cartas na mesa.

Ao longo da entrevista, além de falar dos pais, dos irmãos, da formação académica, de viagens, do Parlamento Europeu e de política tout court, ainda disse poemas de Gedeão.

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LEITURA


No seu blogue Acrítico, Antonio Ganhão faz a resenha do mais recente dos meus livros. Deixo aqui os últimos parágrafos:

«[...] Depois, temos esta escrita de Eduardo Pitta, limpa, sem metáforas, em linguagem direta. No início do conto Ema entra no autocarro, nada nos é dito sobre essa decisão. Mas o esgar do motorista e o espanto do revisor contam-nos toda uma história. Algo de grave se passou que não nos é dado a conhecer diretamente, cabe ao entendimento do leitor transcender a própria palavra escrita, uma elipse poderosa, avassaladora e o leitor treme de espectativa. Ao terceiro parágrafo já se rendeu e espera o pior, mas não consegue parar de ler. É assim em todos os contos, a elipse como uma segunda voz, um novo tipo de narrador a que não estamos habituados, pelo menos com este nível de mestria.

Todos nós somos senhores das nossas decisões ou de parte da nossa vida, mas o destino está nas circunstâncias de cada um, nos preconceitos, no que escondemos, no que a sociedade nos impõe, e sobreviver pode não ser uma opção. Devastação, impensável não ler este livro

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quinta-feira, 2 de setembro de 2021

ISABEL DA NÓBREGA 1925-2021


Morreu hoje Isabel da Nóbrega, escritora e tradutora, Grande Oficial da Ordem da Liberdade. Tinha 96 anos.

Autora de romances, contos, três peças de teatro e literatura para a infância, foi várias vezes premiada. Colaborou intensamente na imprensa, tendo escrito, a partir dos anos 1950, cerca de três mil crónicas.

A partir de edições inglesas e francesas traduziu obras de Tolstoi, Pirandello, Erich Maria Remarque, Graham Greene e outros. Na rádio e na televisão foi responsável por diversos programas culturais, tais como O Prazer de Ler e Largo do Pelourinho. O romance Viver com os outros (1964) é considerado a sua obra-prima.

Depois do cardiologista Abreu Loureiro, pai dos seus filhos, viveu com João Gaspar Simões entre 1954 e 1968, tornando-se companheira de Saramago em 1970 (viveu com o futuro Nobel durante dezasseis anos), mas o seu nome desapareceu das dedicatórias.

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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

LISBOA


CÂMARA DE LISBOA — Sondagem da Aximage para a TSF, JN e DN divulgada hoje.

Fernando Medina, PS / 51% 

Carlos Moedas, PSD+CDS+PPM+MPT+ALC / 27% 

João Ferreira, CDU / 9%

Beatriz Gomes Dias, BE / 4% 

Bruno Horta Leal, IL / 2%

Manuela Gonzaga, PAN / 2%

Nuno Graciano, CH / 2%

Liderando uma coligação de cinco partidos (PSD, CDS, PPM, MPT e ALC), Moedas obtém um resultado inferior ao conseguido pela soma do PSD e do CDS em 2017.

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LISBOA


O jornal é de hoje, mas a imagem da 1.ª página começou a circular ontem à noite, animando (ou estragando) jantares e convívios.

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domingo, 29 de agosto de 2021

FRANCISCO BUGALHO


UM POEMA POR SEMANA — Para este domingo escolhi Dúvida de Francisco Bugalho (1905-1949), o poeta que melhor retratou os dias parados no tempo.

Conhecido como poeta da melancolia alentejana, Francisco Bugalho nasceu no Porto, numa família da alta burguesia com raízes em Castelo de Vide.

Após haver colaborado em vários jornais e na influente revista — aliás ‘folha de arte e crítica’ — Presença, estreou-se em livro com Margens (1931). Em 1932 radicou-se em Lisboa, onde concluiu o curso de Direito, casou e lhe nasceu o primeiro filho, o futuro poeta Cristovam Pavia. Radicado em Castelo de Vide a partir de 1933, cidade onde exerceu funções de Conservador do Registo Predial, também se dedicou à agricultura.

Em 1960, Régio fez para a Portugália a introdução da sua poesia completa. Além de poesia, Bugalho escreveu um romance (inédito) e traduziu autores como Hawthorne e Stevenson. Morreu aos 43 anos, na sua casa de Castelo de Vide.

O poema desta semana pertence a Canções de entre Céu e Terra (1940). A imagem foi obtida a partir de Poesia (1998), volume organizado por Luis Manuel Gaspar, João Filipe Bugalho, Maria Jorge, Luís Amaro e Diana Pimentel. Prefaciado por Joana Morais Varela, publicado pela Editora LG, com ilustrações de Luis Manuel Gaspar, vasta iconografia, cronologia, tábua de variantes, extractos de correspondência e minuciosa bibliografia, Poesia é, pelo esmero gráfico e rigor bibliográfico, o livro com que sonham todos os poetas.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares, Camilo Pessanha, Edith Arvelos, Cesário Verde e António José Forte.]

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PORTO


CÂMARA DO PORTO — Sondagem da Aximage para a TSF, JN e DN divulgada hoje.

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