Está disponível desde hoje na Netflix a 4.ª temporada da série criada por Peter Morgan sobre o reinado de Isabel II.
A série é inspirada na peça de teatro The Audience, que Morgan escreveu e estreou em 2013. O filme The Queen (2006), de Stephen Frears, já fora feito a partir de um guião do mesmo Morgan. Desengane-se quem pensar que ele é fã da família real. Pelo contrário, nunca escondeu ser anti-monárquico. Essa talvez seja uma mais-valia da série, que está longe de ser uma hagiografia. Isso talvez explique os remoques de alguns críticos alegadamente conhecedores do que se passa em Buckingham, Sandrigham e Balmoral.
A nova temporada cobre o período de 1977 a 1990, significando isso que surgem duas novas personagens: Diana Spencer, vulgo Lady Di, e Margaret Thatcher, a Dama de Ferro.
Olivia Colman mantém-se como Isabel II, Tobias Menzies como Filipe (o duque de Edimburgo), Josh O’Connor como Carlos, e Helena Bonham Carter, que não obstante ser uma boa actriz, é um notório erro de casting no papel de Margarida, a irmã rebelde da rainha.
Entre os que entram pela primeira vez, destaque para Emma Corrin, no papel de Diana, e Gillian Anderson, como Margaret Thatcher, a mulher que governou o Reino Unido durante quase doze anos (entre Maio de 1979 e Novembro de 1990). Filha de um merceeiro e mulher de um pregador metodista rico, formada em química, Thatcher, que morreu baronesa, ficou na História por três razões: partiu a espinha aos sindicatos, destruiu a classe média britânica, ganhou a Guerra das Falkland. A série enfatiza a sua incapacidade (nos anos iniciais, presumo) em frequentar as classes altas e, em especial, os círculos da Coroa, desde logo por desconhecer os códigos de linguagem atinentes. E, claro, por não perceber que a roupa de cidade não é adequada ao countryside... Imperdível.
Estão previstas mais duas temporadas.
Na imagem, da esquerda para a direita, Emma Corrin, Olivia Colman e Gillian Anderson. Clique.