sábado, 29 de janeiro de 2022

OS MORTOS DO INVERNO


Qualquer profissional de saúde conhece estes números. Ainda bem que o Diário de Notícias fez deles manchete.

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

O ESTADO DA NAÇÃO


E assim chegámos ao último dia da campanha eleitoral. No domingo, se nenhum partido (seja ele qual for) obtiver maioria absoluta, teremos no imediato que aguentar com um governo de gestão e novas eleições no próximo Outono.

Até lá teremos a almofada da Constituição: «A Assembleia da República não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à sua eleição, no último semestre do mandato do Presidente da República ou durante a vigência do estado de sítio ou do estado de emergência.» —  cf. artigo 172.º, n.º 1.

Imagem: infografia CNN da tracking poll da Pitagórica. Clique.

EMPATE


Sondagem do CESOP da Universidade Católica para a Antena Um e o Público, divulgada hoje. Clique na imagem.

QUE JOVENS?


Sondagem do ISCTE para o Expresso e a SIC, divulgada hoje. O estudo não explica se são jovens Erasmus ou jovens da working class.

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

EMMA GOLDMAN


Hoje na Sábado

Nenhum balanço do século XX pode ignorar Emma Goldman, que em 1931 publicou uma densa autobiografia — Viver a Minha Vida — só agora traduzida em Portugal. Mas quem foi esta mulher que o activismo anarquista, longe dos corredores académicos, fez filósofa política?

Nascida na Lituânia no seio de uma família judaica, Emma tinha dezasseis anos quando foi para os Estados Unidos, fixando-se primeiro em Rochester e anos mais tarde em Nova Iorque, cidade onde fez a sua formação junto das comunidades de imigrantes russos e alemães. Piotr Kropotkin, teórico do anarco-comunismo, seu amigo, foi uma permanente fonte de inspiração.

Viver a Minha Vida começa exactamente assim: «Foi em 15 de Agosto de 1889 que cheguei a Nova Iorque, tinha vinte anos.» A partir daí nunca mais abandonou as causas em que acreditava. Os motins de Haymarket, em Chicago, desencadeados pela jornada de oito horas de trabalho, foram o ponto de partida para uma vida pontuada por incidentes. Um dos primeiros foi a tentativa de assassinato do coleccionador de arte Henry C. Frick, perpetrada (1892) por Alexander Berkman, seu amante. Berkman foi preso, mas depois de sair da prisão ajudou-a a fundar a revista Mother Earth, que se publicou até serem ambos presos e deportados para a Rússia.

Porém, a pátria dos sovietes não era lugar indicado para uma defensora pública da liberdade de expressão, da independência das mulheres, dos direitos laborais, das lutas sindicais, da objecção de consciência, do controlo da natalidade, do amor livre, da homossexualidade, etc. Dois anos perdidos. A forma como Moscovo esmagou a revolta de Kronstadt, que opôs marinheiros anti-bolcheviques a Lenine, levou-a a sair do país e a escrever (1923-24) dois livros sobre o desapontamento que lhe causara a Mãe Rússia. A partir de então foi alvo de ataques por parte do movimento comunista internacional. Para os camaradas, Emma Goldman fizera apostasia.

Após temporadas em vários países europeus e no Canadá, estabeleceu-se em Saint-Tropez em 1928. Precisava de tranquilidade para a sua autobiografia mas também para escrever uma biografia de Voltairine de Cleyre. Apoiante declarada da Espanha republicana, nada sabemos desses anos fatais, posteriores à redacção de Viver a Minha Vida.

Emma Goldman morreu em Toronto, pouco antes de completar 71 anos. Mas, como desejava, foi enterrada em Chicago junto às campas dos mártires de Haymarket.

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

NÃO ESQUECEMOS

Na campanha em curso, um dos méritos da forte exposição mediática dos candidatos do PSD, CDS, IL e CH tem sido a revelação das suas verdadeiras intenções: acabar o ajuste de contas com o 25 de Abril iniciado pelo Governo PSD/CDS em 2011.

Eu não me esqueço do que foram esses quatro anos: 

A subida brutal do IRS / a ominosa Contribuição Extraordinária de Solidariedade aplicada a todas as pensões de valor igual ou superior a mil euros / a retenção de 50% do subsídio de Natal de 2011 / os subsídios de férias pagos em duodécimos a partir de 2012 / a sobretaxa extraordinária de 3,5% / aprovação da Lei Cristas que desregulou o mercado do arrendamento urbano e provocou milhares de despejos arbitrários / a tentativa, chumbada pelo Tribunal Constitucional, de impor um tecto à acumulação das pensões com pensões de sobrevivência / a demonização ideológica dos encargos com idosos / a privatização da TAP, EDP, REN, GALP, CTT / o encerramento de todas as escolas do primeiro ciclo com menos de 20 alunos / a redução das indemnizações por despedimento / o aumento dos passes sociais em 15% / a subida do IVA do gás e da electricidade / o congelamento das carreiras dos funcionários públicos / a eliminação de quatro feriados nacionais / a redução das férias / o aumento da carga horária de trabalho / a tentativa de aumentar a Taxa Social Única dos trabalhadores e baixar a dos patrões / a tentativa de privatizar a RTP e a Caixa Geral de Depósitos / a tentativa de rever a Constituição da República / etc.

Não podemos esquecer.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

AXIMAGE


Estudo Aximage, divulgado hoje pela TSF, JN e DN. Vale o que vale. Alerta-nos para a necessidade de votar, não com o coração, nunca com a bílis. Temos de votar com a razão.

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

A VIDA COMO ELA É


Obviamente.

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CARGAS FISCAIS


Os assessores económicos de Rui Rio, João Cotrim de Figueiredo e restante tropa fandanga tinham obrigação de esclarecer os patrões. Não o tendo feito, deviam consultar esta tabela. A carga fiscal portuguesa é alta, todos sabemos que sim, mas está longe de ser a mais alta da UE. O que eles apregoam não corresponde aos factos. 

Mesmo pelo critério falacioso de misturar impostos com descontos para a Segurança Social, mesmo assim, somando duas coisas de natureza diferente, existem dezoito países da UE onde a “carga fiscal” é mais alta do que a nossa. Atrás de nós temos a Irlanda, Malta e um punhado de países do Leste.

Pelo critério correcto (impostos são impostos) existem doze países onde a carga fiscal é superior à nossa, com a Dinamarca, Suécia e Finlândia à cabeça, mas também a França, a Itália, a Bélgica, etc. Verdade que na Alemanha os impostos são inferiores.

Imagem: JN. Clique.

domingo, 23 de janeiro de 2022

DAVID MOURÃO-FERREIRA


UM POEMA POR SEMANA — Para este domingo escolhi O Dedo Os Dedos de David Morão-Ferreira (1927-1996), poeta da fixidez e da diluição da memória, na síntese perfeita de Eduardo Prado Coelho.

Natural de Lisboa, David Mourão-Ferreira foi, além de poeta e brilhante ensaísta, contista e romancista laureado, director de jornais e revistas, professor do ensino secundário, do ISLA e da Faculdade de Letras de Lisboa, secretário de Estado da Cultura em três Governos e personalidade destacada da cena literária.

Estreado em livro com A Secreta Viagem (1950), teria alguns dos seus poemas cantados por Amália — exemplo maior, ‘Barco Negro’ — ainda nos anos 1950, mantendo-se a colaboração de ambos nas décadas seguintes.

Os programas que apresentava na Emissora Nacional e na RTP foram cancelados (1965) por haver protestado contra o encerramento da Sociedade Portuguesa de Escritores. O romance Um Amor Feliz (1986), mais tarde adaptado à televisão, recebeu todos os prémios disponíveis em Portugal. Viajante incansável, a Itália era o seu país de eleição.

O poema desta semana pertence a Matura Idade. A imagem foi obtida a partir de Obra Poética [1948-1995], volume organizado por Luis Manuel Gaspar e publicado pela Assírio & Alvim em 2019.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares, Camilo Pessanha, Edith Arvelos, Cesário Verde, António José Forte, Francisco Bugalho, Leonor de Almeida, Carlos de Oliveira, Fernando Assis Pacheco, José Blanc de Portugal, Luís Miguel Nava, António Maria Lisboa, Eugénio de Andrade, José Carlos Ary dos Santos, António Manuel Couto Viana, Ruy Cinatti, Al Berto, Alexandre O’Neill e Vitorino Nemésio.]

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