A decisão tomada pelos duques de Sussex, Harry e Meghan, transcende o anedotário dos tablóides e da imprensa cor-de-rosa. Desde Eduardo VIII que a monarquia não sofria um abanão de tal monta. Pelo andar da carruagem, Carlos chegará a rei, se chegar, daqui a seis ou sete anos (mas Camila, duquesa da Cornualha, nunca será rainha). Será, provavelmente, o fim da monarquia inglesa.
Harry, 6.º na linha de sucessão, percebeu isso e adiantou-se. O comunicado emitido no passado dia 8 diz tudo. Alegadamente terá apanhado a rainha de surpresa, o que não deixa de ser estranho. A ausência de Sandringham, onde a família se junta durante cinco dias no Natal, era um sinal claro. O facto de Harry e Meghan terem passado as Festas em Vancouver, onde decidiram residir em permanência, não tem duas leituras. Também não foi por acaso que o filho de ambos permaneceu em Vancouver, sem a mãe, que veio a Londres com Harry, na semana passada, mas voltou para o Canadá ao fim de três dias.
Ontem, Isabel II juntou os filhos e os netos em Sandringham (onde ainda permanece), tendo Meghan acompanhado o encontro por videoconferência.
O statement da rainha é claro:
«Hoje, a minha família teve discussões muito construtivas sobre o futuro de meu neto e da sua família. A minha família e eu apoiamos totalmente o desejo de Harry e Meghan de criar uma nova vida [...] Embora tivéssemos preferido que continuassem a trabalhar como membros da Família Real a tempo inteiro, respeitamos e entendemos o desejo de viver uma vida mais independente [...] Harry e Meghan deixaram claro que não querem depender de fundos públicos [...] São assuntos complexos para a minha família resolver e há mais trabalho a fazer, mas solicitei que as decisões finais fossem tomadas nos próximos dias.»
Pode-se dizer que a Firma atingiu o turning point.
Na imagem, o statement da rainha, na íntegra. Clique.