sexta-feira, 23 de abril de 2021

ALVALADE CAPITAL DA LEITURA


Agora que é oficial, torno público: este ano serei o autor homenageado em Alvalade Capital da Leitura.

A semana começa no dia 31 de Maio, com um colóquio na Biblioteca Nacional de Portugal, terminando no dia 5 de Junho com o lançamento do meu livro Devastação, no Museu Bordalo Pinheiro, onde será apresentado pela professora Teresa Sousa de Almeida e o actor Luis Lucas lerá um dos contos.

Estou naturalmente feliz por se terem lembrado de mim. Sobretudo por suceder a três dos mais ilustres dos meus pares — José Cardoso Pires (2018), Aquilino Ribeiro (2019), Lídia Jorge (2020), todos antigos ou actuais moradores em Alvalade —, reunindo à minha volta um conjunto de personalidades que admiro: poetas, ficcionistas, ensaístas, críticos, professores de Literatura, cientistas sociais, actores, especialistas em estudos de género, jornalistas e gestores culturais.

Além do colóquio de abertura, sobre poesia, a realizar na BNP, e do lançamento do livro, haverá sessões temáticas: crítica literária, literatura LGBT, memórias de Lourenço Marques. Mas também uma noite de poesia e um mural público, de Vanessa Teodoro, inspirado num dos meus poemas. Tudo isto em locais icónicos de Alvalade, que divulgarei assim que o programa estiver impresso.

Embora estejam todos confirmados, não revelo nomes por enquanto. Uma coisa sei: não podia estar em melhor companhia.

Carlos Vaz Marques é o curador do evento.

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DIA MUNDIAL DO LIVRO


Celebra-se hoje o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, instituído em 1995 pela UNESCO. 

A data coincide com a morte, no mesmo dia, de Cervantes e Shakespeare. Passam hoje 405 anos.

Em Espanha, no Reino Unido, na Irlanda e na Suécia, o Dia Mundial do Livro é celebrado em datas diferentes.

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quinta-feira, 22 de abril de 2021

MAÇON, SER OU NÃO SER

O PSD e o PAN querem obrigar os titulares de altos cargos públicos a declararem publicamente se devem obediência a uma Loja maçónica. Abstenho-me de classificar o disparate.

O projecto do PSD quer registo obrigatório (nem Salazar se atreveu a ir tão longe). O projecto do PAN fica-se pela recomendação.

Hoje, José Adelino Maltez, maçon assumido, professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, foi ouvido no Parlamento. Entre outras coisas, disse: «A Assembleia da República é o maior templo de maçonaria em Portugal

As vestais rasgaram as vestes, mas Maltez continuou: «O PSD é o partido com mais maçons, não é o PS...» Sim, deputados. Sim, mais de metade dos candidatos às próximas eleições autárquicas. E por aí fora.

André Silva, do PAN, e um deputado do PSD que não sei quem seja, perderam as estribeiras. Perante a chicana, Maltez nunca perdeu a compostura.

Em que país julgam viver estas criaturas que um dia chegaram a deputados? Não conhecem a História da Europa? Nunca foram a Washington?

quarta-feira, 21 de abril de 2021

BLACK LIVES MATTER


Derek Chauvin, o polícia que a 25 de Maio do ano passado matou George Floyd numa rua de Minneapolis, foi declarado culpado das três acusações de homicídio de que está acusado.

A partir do veredicto do júri, proferido ontem, o tribunal decidirá dentro de oito semanas qual a pena, nunca inferior a 40 anos. 

Neste caso, o crime de homicídio em segundo grau é agravado por três factores: abuso de autoridade / crime de ódio / presença de crianças no local.

Chauvin saiu do tribunal algemado, tendo de aguardar preso a sentença.

O assassinato de George Floyd, um homem de 46 anos, desempregado, que sufocou até morrer deitado no chão de cara para baixo, com o joelho de Chauvin a pressionar-lhe o pescoço durante 9 minutos e 29 segundos, deu origem a manifestações em prol dos direitos civis, em todos os Estados americanos (muitas delas violentas), mas também em sessenta países.

Os três colegas de Chauvin que assistiram à tortura sem nada fazer (os polícias Kueng, Lane e Thao), serão julgados a partir de 23 de Agosto.

Na imagem, Chauvin a sair do tribunal.

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segunda-feira, 19 de abril de 2021

DEVASTAÇÃO

 


Nas livrarias a partir do próximo 25 de Maio. São contos. Clique.

48 ANOS


Passam hoje 48 anos sobre a fundação do Partido Socialista. 

Nesse distante 19 de Abril de 1973, vinte e sete membros da Acção Socialista Portuguesa, oriundos de Portugal e outros países, reunidos na Fundação Friedrich Ebert, em Bad Münstereifel, votaram a favor da transformação da ASP em PS. Sete votaram contra.

Assim nasceu o PS.

A lista de fundadores é mais extensa que os dezanove da imagem, porque nem todos puderam deslocar-se à Alemanha.

A foto é da Fundação Mário Soares. Clique.

CENSOS 2021


Começa hoje o período de resposta ao Censos 2021. Até ao próximo 3 de Maio, há que preencher, este ano de forma online, os questionários.

Os códigos de acesso foram distribuídos pelo INE (nós recebemos os nossos no passado dia 15) em boletim próprio. Para quem não responder, as coimas podem ir até 25 mil euros.

Até 1970, o censo realizava-se nos anos zero (1900, 70). A partir da década seguinte passou para o ano um (1981, 2011). Em Portugal e no resto do mundo.

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DESCONFINAR


Ora vamos lá desconfinar mais um pouco.

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domingo, 18 de abril de 2021

FIAMA


UM POEMA POR SEMANA — Para hoje escolhi O Miradouro, de Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007), personalidade hierática da vida literária portuguesa, de quem se diz ter sido hermética entre os herméticos. Discordo.

Natural de Lisboa, Fiama viveu numa quinta de Carcavelos até aos 18 anos, tendo feito os primeiros estudos na St Julian’s School. Na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa conheceu Gastão Cruz, com quem foi casada. Juntos, editaram a Antologia de Poesia Universitária (1964) e deram consistência teórica ao movimento Poesia 61. A obra canónica abre com Morfismos (1961), justamente porque Fiama rasurou os dois livros anteriores, um dos quais premiado.

Além de poesia, Fiama escreveu teatro, ensaio, récits e o romance Sob o Olhar de Medeia (1998). Na área do ensaio ocupou-se sobretudo de teatro, Camões, Gil Vicente e a influência da Cabala na poesia portuguesa dos séculos XVI a XVIII. Como tradutora, verteu para português obras de Artaud, Brecht, Novalis, Tchekov e outros. Entre todas, destacaria a versão que fez do Cântico Maior Atribuído a Salomão (1985), integrada na sua obra poética.

O teatro foi sempre uma paixão. Talvez por isso, a seu respeito, se fale do teatro da voz. Fiama estagiou no Teatro Experimental do Porto, fez crítica, fundou com Gastão o Teatro Hoje (Lisboa), frequentou na Gulbenkian um seminário de Gutkin, encenou Mariana Pineda de Lorca e, por último mas não em último, escreveu sete peças, algumas das quais representadas.

Investigadora de linguística, disse um dia que O Romance da Raposa de Aquilino Ribeiro fora o primeiro livro infantil que lera. Em 1992 deixou Lisboa, voltando à quinta de Carcavelos. Em Portugal recebeu todos os prémios que havia para receber, excepto o Camões. Morreu aos 68 anos.

O poema desta semana pertence a (Este) Rosto, de 1970, mais precisamente à sequência que nesse livro se chama ‘A Vez das Vilas’. A imagem foi obtida a partir de Obra Breve, volume da poesia reunida, publicado em 2006 pela Assírio & Alvim.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca e António Gedeão.]

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