sexta-feira, 20 de julho de 2018

ANA IMPUNE?

Em 2014, António Costa, então presidente da Câmara de Lisboa, fez aprovar a taxa turística de chegada aérea: um euro por turista. A medida entrou em vigor em Janeiro de 2015, ano em que a ANA pagou à CML cerca de 4 milhões de euros. Mas em 2016 e 2017 não pagou nada.

Agora, Bruxelas exige paridade entre turistas e residentes. Havendo taxa, pagam todos. E a Câmara de Lisboa optou pela lei do menor esforço: vai abolir a taxa.

O incumprimento da ANA? Fica no limbo? Ninguém pede explicações aos senhores José Luís Arnaut e Thierry Franck Ligonnière?

A título de curiosidade, o movimento (chegadas e partidas) do Aeroporto de Lisboa:

2015 — 20,1 milhões de passageiros
2016 — 22,5 milhões
2017 — 26,7 milhões.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

O NOSSO DINHEIRO


Ruínas anteriores aos fogos de Pedrógão Grande foram transformadas em habitações ‘permanentes’ de gente que alterou a morada fiscal para tirar vantagem do estatuto de ‘vítima’. Os dirigentes e técnicos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro assinaram de cruz?

Entretanto, meio milhão de euros «terá sido canalizado para situações irregulares.» A CCDRC notificou hoje o Ministério Público. Vem tudo na Visão.

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ANGELIKA SCHROBSDORFF


Hoje na Sábado escrevo sobre Tu Não És Como as Outras Mães, da alemã Angelika Schrobsdorff (1927-2016), autora inédita no nosso país que além de escritora foi actriz. Oriunda da alta burguesia de Berlim, tornou-se famosa pelo tom ‘promíscuo’ do primeiro romance, Die Herren, publicado em 1961. Mas seria preciso esperar trinta anos para dar à estampa a sua obra-prima, Tu Não És Como as Outras Mães. Trata-se da biografia da mãe, Else Kirschner, mulher inconformista muito à frente do seu tempo, alguém que por norma contrariava as convenções da boa sociedade. Pior: uma judia que desdenhava as tradições da cultura judaica. O destino da avó (morta no campo de Theresienstadt) marcará o espírito de Angelika. Por isso, o livro não perde de vista o horror da Solução Final. A partir dos anos 1910, a narrativa precede, acompanha e ultrapassa o período negro do III Reich, ora em Berlim, ora em Sófia. Else é judia, mas tem dinheiro suficiente para ter também muitos amigos e toda a sorte de recursos. Vista de Dahlem, o bairro mais exclusivo de Berlim, a realidade era outra. Em Else, a ‘excentricidade’ tinha a função de ademane. Fritz Schwiefert, o primeiro marido, iniciou-a nos jogos eróticos. O mundo desaba à volta deles, mas o frívolo círculo de Else procede como se nada acontecesse. Nenhum pormenor escapa à grande angular da autora. Else tem 20 anos quando começa a Primeira Guerra Mundial, mas a família passa incólume. Na qualidade de narradora autodiegética, Angelika intromete-se com frequência na narrativa. Inseridas a contraciclo, as recordações da baronesa Eugenie von Liebig são um bom exemplo. As questões identitárias (o que é ser judeu?) são parte importante da narrativa: «À Palestina não devo nada, e o sionismo é um mau plágio de todas as aspirações do nosso tempo. O que ganharíamos se fôssemos um povo?» — o desabafo consta de uma carta escrita a partir de Portugal. Na companhia da mãe, Angelika Schrobsdorff viveu na Bulgária durante a Segunda Guerra Mundial, e foi casada com o cineasta francês Claude Lanzmann, autor do mítico documentário Shoah (1985). Ambos viveram em Israel durante 25 anos. Quatro estrelas. Publicou a Alfaguara.

SUÉCIA ARDE


Com temperaturas superiores a 30 graus a afectarem dois terços do país, a Suécia arde do Círculo Polar Árctico ao extremo Sul. Milhares de pessoas foram e estão a ser evacuadas de suas casas. Uppsala está rodeada de chamas. Jokkmokk é a zona mais crítica. Neste momento, 44 fogos, onze dos quais na parte sueca da Lapónia, obrigaram as autoridades a pedir ajuda internacional. A Noruega e a Itália já estão no terreno. O Governo sueco apela às populações para se voluntariarem.

O mapa é do jornal sueco Expressen. Clique na imagem.

terça-feira, 17 de julho de 2018

AMÉRICA EM TRANSE


Trump excedeu-se a si próprio. Na conferência de imprensa após o encontro com Putin, deixou claro que, no tocante à interferência de Moscovo nas presidenciais americanas de 2016, prefere a versão do czar russo em detrimento das conclusões da CIA corroboradas pelo procurador-especial Robert Mueller.

Dito de outro modo, Trump foi a Helsínquia desautorizar a Justiça e os serviços secretos americanos. As ondas de choque são de tal ordem que os Democratas podem ficar de braços cruzados.

Tratando o Presidente por imbecil, John O. Brennan, ex-director da CIA, escrevendo no Twitter, acusou-o de cometer traição. Paul Ryan, presidente da Câmara dos Representantes, declarou, com ênfase, que, contrariamente às afirmações do Presidente, a Rússia não é aliada dos Estados Unidos. Até os mais reaccionários comentadores da Fox News estão contra o seu ídolo.

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segunda-feira, 16 de julho de 2018

HABITAÇÃO


Onze edifícios da Segurança Social, até agora ocupados por serviços, são hoje cedidos à Câmara de Lisboa para serem colocados no mercado de habitação, a preços controlados (rendas entre 200 e 600 euros). Em Outubro ou Novembro, os funcionários transitam para um edifício único, na Avenida 5 de Outubro.

Esses 11 edifícios estão situados na Rua Rosa Araújo, Rua Mouzinho da Silveira, Avenida da República, Avenida Visconde Valmor, Entrecampos, Avenida dos Estados Unidos, Campo Grande, Avenida Manuel da Maia e Alameda D. Afonso Henriques. Por junto, são 500 fogos, variando as tipologias entre T0 e T4. A Câmara de Lisboa vai gastar 23 milhões de euros a requalificar os 500 fogos. As primeiras casas serão entregues em Janeiro de 2019 e as últimas no ano seguinte.

Na imagem, o n.º 57 da Rua de Entrecampos, um dos edifícios visados, mesmo ao lado da pastelaria Granfina. Clique.

PENSÕES DA SEG SOCIAL

Foi hoje publicada no Diário da República a Portaria que actualiza os coeficientes de cálculo das pensões atribuídas pela Segurança Social.

Disso resulta uma actualização média de 1,42%. O diploma estabelece que os pensionistas de 2018 vão receber retroactivos reportados a 1 de Janeiro.