O JL que saiu hoje é um número especial dedicado exclusivamente a Eduardo Lourenço. Um dos textos sobre o autor homenageado é de Eugénio Lisboa, colaborador do jornal praticamente desde a sua fundação.
Aparentemente, o texto merece reservas a José Carlos de Vasconcelos, o director. Eugénio Lisboa sentiu-se visado pelas farpas do editorial e bateu com a porta.
Aqui fica a carta de demissão de Eugénio Lisboa:
«José Carlos de Vasconcelos, quero comunicar-lhe que não volto a colaborar no JL. Enquanto o fiz, procurei sempre dizer, com franc parler que devo a bons e íntegros mestres, aquilo que penso: com admiração, quando ela é devida, mas sem idolatrias próprias de ditaduras de terceiro mundo.
Para este número, dedicado a Eduardo Lourenço, enviei-lhe um texto a seu pedido. Isso convocava, da sua parte, no mínimo, neutralidade e cortesia, não as farpas envenenadas da sua editorial.
A minha colaboração de tantos anos, que não é de qualidade “imaginária” — ou, se é, porque continuou a mantê-la? — não justifica um ataque tão enviesado. A minha visão do Eduardo Lourenço é a minha, a que sinceramente tenho e posso garantir-lhe que não estou só.
Seja como for, não voltarei a incomodá-lo com os meus textos e desejo bom futuro ao JL.»
Definitivamente, vivemos no país do beija-mão. Digo eu.