domingo, 13 de dezembro de 2020

SER OU NÃO SER


Como é natural, o statement de André Caldas sobre estar casado com um homem continua a provocar ondas de choque. Os jornais da manhã não ignoram a entrevista dada à revista da Universidade de Lisboa. Um deles nem se esquece de referir que o marido do secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros é diplomata.

Tudo isto é natural nos países civilizados. Lembro-me bem da boa disposição de Merkel no casamento com outro homem de um antigo ministro seu dos Negócios Estrangeiros.

Nós por cá temos alguns exemplos de políticos que assumem publicamente a sua identidade sexual, como é o caso de Alexandre Quintanilha, o deputado do PS que casou em 2010 com o escritor Richard Zimler (sendo a união muito anterior), de Graça Fonseca, ministra da Cultura, de Adolfo Mesquita Nunes, antigo deputado e vice-presidente do CDS, para só citar casos de personalidades com responsabilidades públicas.

Em 2009, Miguel Vale de Almeida, antropólogo e activista LGBT, foi eleito deputado nas listas do PS. Creio que foi o primeiro a entrar em São Bento sem nada na manga.

Por isso me faz confusão que escritores e artistas novos (estou a pensar em gente com menos de 50 anos, alegadamente progressista), bastante conhecidos, não sejam capazes de dar um passo em frente. É pena. 

Sobre políticos de ambos os sexos que fazem tabu da sua identidade sexual, abstenho-me de comentar.

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