A leitura atenta da sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa divulgada ontem à noite pela RTP e hoje de manhã pelo Público, demonstra várias coisas.
Não vou aqui dissecar todos os dados, mas alguns merecem reflexão.
Apesar da persistente contestação interna e do boicote sistemático dos seus barões, tudo indica que Rui Rio coloque o PSD no patamar de 2015. O anunciado descalabro do partido foi uma miragem.
O povo de Direita não vai em fantasias. Fantasias: votar no ALIANÇA ou no CHEGA com o único intuito de apear o homem do Porto.
Do mesmo passo, grande parte dos votantes do CDS prefere transferir-se para o antigo parceiro do que votar num partido que se foi progressivamente abimbalhando e não tem pudor de apresentar um programa com medidas inexequíveis. Exemplo: redução de 15% no IRS de todos os portugueses.
Infelizmente, o instinto de sobrevivência nunca foi um traço distintivo da Esquerda.
Foi sempre a classe média (médicos, advogados, professores, enfermeiros, quadros médios e superiores do Estado e das empresas privadas, pequenos empresários e comerciantes, etc.) quem decidiu as eleições. Não são os clubes de opinião.
Aqui chegados, tudo indica que o PS será o partido mais votado, mas não é de descartar uma vitória de Pirro.