quinta-feira, 1 de outubro de 2020

QUINO 1932-2020


Praticamente cego e vítima de AVC, morreu ontem Quino, i.e., Joaquín Salvador Lavado Tejón, o argentino que criou a Mafalda, personagem de banda desenhada que marcou sucessivas gerações. Tinha 88 anos.

Publicado e traduzido em todo o mundo, Quino era filho de pais espanhois, expressando-se em dialecto andaluz até à adolescência. Mafalda nasceu por causa de uma campanha publicitária (1962) aos frigoríficos e máquinas de lavar roupa Mandsfield, trabalho rejeitado que o levou a publicar cartoons na imprensa, em plena ditadura militar de Onganía.

O ciclo Mafalda vai de 1964 a 1973, caracterizando-se pelo pacifismo (a Guerra do Vietname estava no auge), o feminismo, a crítica ao consumismo e a insatisfação das juventudes rebeldes. A “morte” de Mafalda coincide com o regresso de Perón ao poder e consequente exílio (na Itália) de Quino, que continuou a publicar livros até 2016 e a colaborar semanalmente com o jornal El País durante mais de vinte anos.

Cidadão espanhol desde 1990, Quino deixou de viver em Espanha em 2014, ano em que recebeu o Prémio Príncipe de Astúrias de Comunicação e Humanidades. Antimonárquico de formação, tornou pública a sua admiração por Felipe VI.

A imagem mostra Quino em Setembro de 2014, sentado ao lado de Mafalda, Manolito e Susanita, obra de 2009 do escultor Pablo Irrgang. O banco encontra-se no bairro de San Telmo, em Buenos Aires.

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