A propósito da morte de Arnaldo Matos, fundador do MRPP em 1970, advogado, Pacheco Pereira escreve hoje no Público um texto que põe os pontos nos is.
Lembra, por exemplo, que, «Depois do 25 de Abril, [o MRPP] entrou em choque com o MFA, tendo sido a única organização que foi sujeita a uma prisão em massa por parte dos militares no poder, com a preciosa ajuda do PCP, que os considerava “contra-revolucionários” e agentes da CIA. Arnaldo Matos foi igualmente preso e gerou um grande movimento exigindo a sua libertação.»
Detido pelo Copcon, a polícia revolucionária de Otelo, Arnaldo Matos foi o primeiro preso político após o 25 de Abril. E o MRPP foi proibido de concorrer às eleições para a Assembleia Constituinte.
Percebo as razões da má-vontade de muita gente contra Arnaldo Matos, porque vivi os anos em que, como recorda Pacheco Pereira, assumiu posições que o colocaram «próximo do PS e de um grupo de militares ligados a Eanes, na resistência ao PCP e às outras organizações da extrema-esquerda, como a UDP.»
Se estivesse vivo, faria amanhã 80 anos. A História não deve ser apagada.
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