quinta-feira, 22 de outubro de 2015

GOLPADA


O Presidente da República indigitou Passos Coelho para formar Governo. Embora discutível, a decisão é legítima. Porém, a comunicação que fez ao país prenuncia uma deriva anti-democrática e anti-constitucional de recorte autoritário. Excertos:

«Em 40 anos de democracia, nunca os governos de Portugal dependeram do apoio de forças políticas antieuropeístas, isto é, de forças políticas que, nos programas eleitorais com que se apresentaram ao povo português, defendem a revogação do Tratado de Lisboa, do Tratado Orçamental, da União Bancária e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, assim como o desmantelamento da União Económica e Monetária e a saída de Portugal do Euro, para além da dissolução da NATO, organização de que Portugal é membro fundador. [...] Se o Governo formado pela coligação vencedora pode não assegurar inteiramente a estabilidade política de que o País precisa, considero serem muito mais graves as consequências financeiras, económicas e sociais de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas. [...] É aos Deputados que compete decidir, em consciência e tendo em conta os superiores interesses de Portugal, se o Governo deve ou não assumir em plenitude as funções que lhe cabem

Significa isto que o PR recusará empossar um Governo do PS com apoio parlamentar do BE e da CDU se e quando o Governo PAF for chumbado no Parlamento?

A parte em que apela a uma cisão no grupo parlamentar do PS está esclarecida.

A imagem é do Expresso. Clique.