sexta-feira, 4 de maio de 2018

DGARTES


Paula Varanda, directora-geral das Artes, foi esta manhã demitida pelo ministro da Cultura. O comunicado refere que «o ministério da Cultura tomou conhecimento de factos que tornam incompatível a manutenção de Paula Varanda no cargo

Como será revelado hoje à noite no Sexta às 9, da RTP, um desses factos prende-se com o financiamento da DANSUL / Dança para a Comunidade no Sudeste Alentejano, associação de que Paula Varanda é gestora.

CRAVO & FERRADURA

Carlos César, presidente do PS e líder da respectiva bancada parlamentar, fez um statement após ter recebido a carta de demissão de Sócrates:

«José Sócrates deixou uma marca muito positiva como primeiro-ministro, num período em que o nosso país alcançou um progresso e resultados assinaláveis. O PS orgulha-se do seu contributo em toda a história democrática e em particular dos períodos em que assumiu responsabilidades

Ontem sentia vergonha, hoje tem orgulho. Em que ficamos?

SÓCRATES BATE COM A PORTA

Depois das declarações de António Costa, Carlos César, Fernando Medina, António Arnaut e João Galamba, proferidas nas últimas 36 horas, Sócrates abandonou o PS.

Em post scriptum ao artigo que hoje publicou no Jornal de Notícias, o antigo primeiro-ministro esclarece:

«Durante quatro anos suportei todos os abusos [do Ministério Público]: a encenação televisiva da detenção para interrogatório; a prisão para investigar; os prazos de inquérito violados sucessivamente como se estes não representassem um direito subjetivo que não está à disposição do Estado; a campanha de difamação urdida pelas próprias autoridades com sistemáticas violações do segredo de justiça; o juiz expondo na televisão a sua parcialidade com alusões velhacas; a divulgação na televisão de interrogatórios judiciais com a cumplicidade dos responsáveis do inquérito.

Na verdade, durante estes quatro anos não ouvi por parte da Direcção do PS uma palavra de condenação destes abusos, mas sou agora forçado a ouvir o que não posso deixar de interpretar como uma espécie de condenação sem julgamento. [...] Considero, por isso, ter chegado o momento de pôr fim a este embaraço mútuo. Enderecei hoje uma carta ao Partido Socialista pedindo a minha desfiliação do Partido. Pronto, a decisão está tomada. Bem vistas as coisas, este post scriptum é congruente com o que acima escrevi

NOBEL DA LITERATURA, KAPUTT

É oficial. Este ano não haverá Nobel da Literatura. A Academia Sueca ficou sem quórum depois da última demissão e, por esse motivo, o prémio não pode ser atribuído. O impasse resulta do facto de, embora demissionários, os membros da Academia não poderem ser substituídos enquanto forem vivos. O rei Carlos XVI Gustavo está disposto a mudar o estatuto da Academia, mas isso não se fará em tempo útil. Portanto, em 2018, não há nada para escritores.

Lembrar que tudo começou em Novembro do ano passado, com o escândalo que envolve o fotógrafo Jean-Claude Arnault, marido da poeta Katarina Frostenson, um dos membros mais proeminentes da Academia. Arnault é acusado de assédio sexual por dezoito mulheres, estando há seis meses no centro de uma batalha judicial, mas, indiferente à controvérsia, Katarina Frostenson só se demitiu há poucas semanas.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

PORQUÊ?

A comissão parlamentar de inquérito que vai analisar eventuais responsabilidades de Manuel Pinho nas ‘rendas’ da EDP, ou seja, saber se os Contratos de Aquisição de Energia e, mais tarde, os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual, foram ou são dolosos para o Estado, tem âmbito alargado: começa em 2003, embora Pinho só tenha sido ministro a partir de 2005, e vem até 2018. A Direita dá pinotes. Não pode ser, O que interessa é o período da governação de Sócrates, dizem. Mas porquê, se os CAE e os CMEC começaram antes? De facto é uma chatice ir incomodar antigos ministros de Barroso, Santana e Passos Coelho.

MILOSZ & GAUTIER


Hoje na Sábado escrevo sobre A Mente Aprisionada, do polaco Czeslaw Milosz (1911-2004), obra-prima de 1953 só agora traduzida em Portugal. Milosz, um dos poetas mais importantes do século XX, continua praticamente inédito no nosso país. Publicado antes da Revolução Húngara de 1956 e da Primavera de Praga de 1968, o ensaio suscitou enorme controvérsia: «Os admiradores do comunismo soviético consideraram-no insultuoso e os anticomunistas acusaram-no de não expressar uma posição política clara e inequívoca, e suspeitaram que, no fundo, o autor seria marxista.» Como tantas vezes acontece, Milosz sofreu o ónus de ter razão antes de tempo. Poeta, ensaísta e diplomata, Milosz, oriundo da nobreza lituana, cresceu sob domínio czarista russo, mas já vivia em Varsóvia quando o exército alemão ocupou a cidade e exterminou a comunidade judaica. Durante a guerra traduziu The Waste Land, de T.S. Eliot. Aos 40 anos abandonou a carrière, fixando-se em Paris. A facilidade com que viajou de Washington, onde estava colocado, para a capital francesa, deu azo a especulações nunca esclarecidas. Os seus livros foram proibidos na Polónia e Camus foi o único intelectual que o apoiou. Docente de Berkeley a partir de 1960, participou da revolução contracultural dos sixties, naturalizando-se americano em 1970. Tendo recebido o Nobel da Literatura em 1980, seria preciso esperar pelo colapso da URSS para obter a projecção planetária que lhe era devida. A Mente Aprisionada questiona o comportamento dos seus pares face ao totalitarismo: «O intelectual fica de olhos a brilhar ao ver a sociedade dar caça à burguesia […] A principal característica deste intelectual é o medo que tem de pensar pela sua cabeça.» O que faz um escritor numa democracia popular? O que o motiva? A partir de obras ‘canónicas’, Milosz explica. São quatro os escritores analisados como padrão da vertigem do absurdo. O exemplo de Stanislaw Ignacy Witkiewicz, que se suicidou quando o Exército Vermelho entrou na Polónia, dá o mote. Mas nem só os intelectuais marxistas são postos em causa. O exército soviético, que fez vista grossa ao massacre da resistência polaca por parte dos nazis, é outro item melindroso. Leitura imprescindível. Cinco estrelas. Publicou a Cavalo de Ferro.

Escrevo ainda sobre Constantinopla, do francês Théophile Gautier (1811-1872). A cidade, actual Istambul, tem sido fonte de constante fascínio por parte de poetas, artistas e intelectuais tout court. Poeta, romancista, escritor de viagens, libretista e crítico de arte, Gautier não foi o primeiro a deixar-se seduzir pela metrópole turca. Publicado em 1853, Constantinopla deveio um clássico da literatura de viagens. Financiado por Emile Girardin, proprietário do jornal La Presse, Gautier partiu em 1852 para a capital do Império Otomano. Ali permaneceu dois meses, na companhia da cantora Ernesta Grisi, e o resultado foi uma narrativa atenta, culta, extremamente detalhada, das gentes («rapazes de bigodes rebarbativos...», os «narizes martelados», o tom de pele «charuto de Havana»), do quotidiano, práticas religiosas e tradições, durante o curto reinado de Abdul Mejide, o sultão sobre quem Gautier tece considerações. Embora sedutora, a escrita de Gautier não confere à cidade o recorte cenográfico, por vezes ‘dramático’, que o italiano Edmondo de Amicis lhe deu (a sua Constantinopla saiu um quarto de século mais tarde), mas nem por isso a leitura é menos aliciante. O volume inclui variada iconografia. Quatro estrelas. Publicou a Relógio d’Água.

IMPORTA-SE DE REPETIR?


A minha distracção atingiu o turning point: houve julgamento e não dei por isso. Outra hipótese está fora de questão. Não acredito que um deputado cometa a leviandade de rasurar o princípio constitucional da presunção de inocência.

Clique na imagem do Expresso.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

ESCREVER DE OUVIDO


Onde é que Luís Miguel Queirós, jornalista cultural do Público, descobriu que a Livraria Sá da Costa, em Lisboa, e a Culsete, em Setúbal, foram «obrigadas a fechar portas»? Ambas continuam abertas, como sabe qualquer peão. Escrever de ouvido é fatal.

terça-feira, 1 de maio de 2018

GUERRA FRIA


Odd Arne Westad, 58 anos, norueguês, professor na London School of Economics e em Harvard, não é um daqueles historiadores mediáticos, conhecidos por toda a gente, como são Hobsbawm, Judt, Beevor ou Schama, mas isso não o diminui.

A Guerra Fria. Uma História do Mundo, de 2017, agora traduzido, faz um tour d’horizon ao período que vai de 1890, ano da primeira crise capitalista global e da radicalização dos trabalhadores, a 1990, momento do colapso da URSS. Setecentas páginas que extravasam a bipolaridade Washington vs Moscovo. Portugal, Angola, China, Coreias, Chile, Indonésia, etc., são alguns dos países analisados no âmbito do «sistema internacional» que foi a Guerra Fria. Doravante uma obra de referência. Publicou a Temas & Debates.

BRASIL

Quando eram cinco da manhã em Portugal, um incêndio provocou o colapso do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paisandu, no centro de São Paulo.

Os 22 andares ruíram com a precisão de uma implosão controlada.

Inaugurado em 1968, antiga sede da Polícia Militar, o edifício estava devoluto desde 2006 e era agora ocupado ilegalmente por pessoas sem tecto. O incêndio provocou a evacuação de hotéis e edifícios vizinhos. Dezenas de pessoas estarão nos escombros. Um homem que estava a ser resgatado pelos bombeiros foi arrastado pela derrocada e morreu.

Coincidência trágica: ocupas+incêndio+colapso.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

CASO WINDRUSH


Amber Rudd, 54 anos, ministra britânica do Interior, demitiu-se ontem à noite, evitando assim ter de ir ao Parlamento explicar por que razão mentiu sobre a deportação de imigrantes.

O Governo britânico estabeleceu quotas para a deportação de imigrantes com baixo nível de rendimentos, sendo visados os descendentes dos imigrantes entrados no Reino Unido a partir de 1973, ou seja, nos últimos 45 anos, em particular os caribenhos. A ministra alegou desconhecer a existência dessas quotas. Ontem, na carta de demissão, alega ter enganado ‘inadvertidamente’ a Comissão de Assuntos Internos.

Sajid Javid, 48 anos, filho de pais paquistaneses, antigo quadro do Deutsche Bank e, até ontem, secretário da Habitação, é o novo titular do Interior.

domingo, 29 de abril de 2018

HABITAÇÃO

O Diário de Notícias publica hoje uma importante entrevista com Helena Roseta. Fica um breve extracto:

«Nós hoje temos 735.000 casas vazias segundo o último censo, de 2011 [...] Nós próprios temos conhecimento disso, ainda hoje falei com uma pessoa muito conhecedora do mercado imobiliário que me disse que tem conhecimento de haver ruas inteiras que estão na mão ou de famílias com posses ou de grandes fundos imobiliários e que, pura e simplesmente, não as põem no mercado porque não querem, porque estão à espera que o preço suba. Eu chamo a isso açambarcamento

sábado, 28 de abril de 2018

CASAS

Entrevistada hoje pelo Diário de Notícias, Assunção Cristas diz:

«É mentira que a lei de 2012 desprotegesse as pessoas com mais de 65 anos [...] Sem acordo, o contrato continuava vitalício [...] Há casos de senhorios mal formados que se aproveitaram do desconhecimento dos inquilinos. [...] Deve ser feito um levantamento das pessoas enganadas que vão ser despejadas

Ora bem, o que a líder do CDS não explicou, e Fernanda Câncio não perguntou, foi o seguinte — «E o processo de despejo avançou com vício de forma?»

Quem decreta o despejo? Um juiz ou o funcionário de turno? Se o processo tem lacunas, é nulo. Ou não será?

sexta-feira, 27 de abril de 2018

BDSM


A esquizofrenia talvez explique o súbito fascínio dos media portugueses por Yanis Varoufakis, o homem que mergulhou a Grécia no estado em que se encontra. Sejamos claros: foi a sua actuação desastrosa, um compósito de atrabílis, pose e nonsense, que deu azo à intolerância da UE, do BCE e do FMI. Alvo de desprezo e chacota por parte de largos sectores da opinião pública europeia, Varoufakis saiu pela esquerda baixa ao fim de cinco meses como titular das Finanças. Tivesse ele tido tomates para impor a solução que em 2015 esteve por um triz, ou seja, a saída da Grécia da moeda única, e teria legitimidade para dizer os disparates que diz. Continuavam a ser disparates, mas proferidos por alguém com autoridade. Enquanto os gregos sofrem toda a sorte de restrições, Varoufakis renunciou em 2015 ao lugar de deputado (o circuito Helena Rubinstein dá outra tusa). Incapaz de perceber a solução portuguesa, atordoado com o facto de Centeno presidir ao Eurogrupo, constrói narrativas paroxísticas para caucionar fantasias. Os seus aliados portugueses bem podem limpar as mãos à parede.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

LÉSBICAS


Como em todos os 26 de Abril, celebra-se hoje o Dia da Igualdade Lésbica, e o Parlamento Europeu promove uma sessão sobre os direitos das mulheres homossexuais. Sabemos o nome das espanholas, francesas, alemãs, inglesas e dinamarquesas que vão estar na sessão. E portuguesas? Vai haver?

No El País, 26 espanholas dão a cara: são médicas, advogadas, polícias, empresárias, desportistas, executivas, jornalistas, modelos, guionistas, professoras, e outras de outras profissões. Clique na imagem.

IGUALDADE

Um detalhe lateral, porém marcante, da inauguração, ontem, do Jardim Mário Soares, sobressai do à-vontade com que homens e mulheres de várias gerações afirmaram em público as suas identidades, outrora rotuladas de ‘desviantes’. Deputados, autarcas, professores, intelectuais, profissionais liberais, quadros de empresa, escritores, artistas plásticos, actores, estudantes, etc., levaram os seus maridos, as suas mulheres, os seus companheiros e namorados de todos os sexos, fazendo juntos a festa. É claro que não foi a primeira vez. Mas ontem foi na rua, a sol aberto, e foi bonito de ver.

VUILLARD & FINN


Esta semana, na Sábado, escrevo sobre A Ordem do Dia, Prémio Goncourt 2017, o ‘romance’ que assinala a estreia, em Portugal, do francês Éric Vuillard (n. 1968). Várias vezes laureado, Vuillard é autor de obras sobre temas históricos, como sejam a queda do império Inca, a Revolução Francesa, a colonização do Congo, a Primeira Guerra Mundial, tendo desta vez feito pontaria ao III Reich e, em particular, ao apoio das grandes indústrias alemãs, como a Opel, Telefunken, Krupp, Siemens, Basf, Allianz, IG Farben, Agfa, Varta e Bayer. Sem esse apoio, Hitler não teria chegado onde chegou. A precisão é tal que nos questionamos sobre se A Ordem do Dia é, como anunciado, um romance ou, em vez disso, uma crónica sobre factos da História. Palavras do autor: «A literatura autoriza tudo». De facto, em 20 de Fevereiro de 1933, em Berlim, teve lugar a reunião fatal: «As sombras penetraram no grande vestíbulo do palacete do presidente da Assembleia; em breve, porém, deixará de haver Assembleia…» Vuillard descreve com elegância não isenta de sarcasmo o encontro dos sacerdotes da alta finança em casa de Göring, então presidente do Reichstag. São todos citados pelo nome. Com as eleições de Março no horizonte, Göring recorda as responsabilidades de cada um: destruir os sindicatos e acabar com o comunismo. O primeiro capítulo é um prodígio de ironia sobre a história da Opel, «um império incorporado noutro império». Por outro lado, o retrato que faz de Edward Wood, Lorde Halifax, o ministro britânico que deitava água na fervura do Anschluss, tem alto teor de corrosão: «No que toca às ideias, Halifax não tem grandes pudores.» É portanto neste registo de crónica factual que o ‘romance’ progride. Está lá tudo: o incêndio do Reichstag, Dachau, a ominosa Noite das Facas Longas, as leis da eugenia, os recenseamentos étnicos, a noção de espaço vital, o assassinato de Dollfuss, o encontro de Hitler e Schuschnigg em Berchtesgaden, a anexação austríaca, a invasão da Checoslováquia, conversas de Ribbentrop, o flop da primeira série de tanques Panzer… Interessante, mas pouco romanesco. Quatro estrelas. Publicou a Dom Quixote.

Escrevo ainda sobre A Mulher à Janela, romance de estreia de A. J. Finn, pseudónimo de Daniel Mallory (n. 1980), reputado editor de thrillers e crítico literário. Lembram-se de Janela Indiscreta, de Hitchcock? O livro é inspirado no filme. Coincidência ou não, assim que saiu do prelo, os direitos da obra foram comprados para adaptação ao cinema. Escrito no termo de mais uma depressão do autor, o romance corresponde a um guião bem esgalhado, com estrutura de planos sinalizada e diálogos adequados. No livro, em vez do fotógrafo do filme, temos Anna Fox, uma psicóloga infantil, agorafóbica, que vive com o filho e um gato, e um dia testemunha o indizível. Anna tem a mesma idade que o autor. Como ele, vive em Manhattan e vê muito cinema. O livro está encharcado de referências cinéfilas, algumas redundantes, nem todas com direito a nota de rodapé. O convívio com os Russell, a família disfuncional que foi viver para o outro lado da rua, muda a sua vida. As coisas não são exactamente o que parecem, mas não será esse o fascínio dos thrillers? Quatro estrelas. Publicou a Presença.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

SOARES & ABRIL


No dia dos 44 anos do 25 de Abril, a zona verde do Campo Grande passa a chamar-se Jardim Mário Soares.

Na extremidade Sul, junto a Entrecampos e à Biblioteca Nacional (uma área com 62 mil metros quadrados), o jardim foi todo redesenhado, substituídas dezoito árvores em risco de queda, melhorada a circulação pedonal, a iluminação nocturna, o isolamento sonoro e o sistema de rega e drenagem. Perto da alameda da Universidade de Lisboa, o Go Fit, um ginásio com seis mil metros quadrados e equipamento de topo, tem capacidade para receber dez mil pessoas. Ocupa o espaço onde outrora existiram duas piscinas. Há também um parque infantil com escalada. Uma parceria entre a Câmara de Lisboa e a Sociedade Portuguesa de Matemática permitiu instalar uma peça de ilusão de óptica, o quarto de Ames, bem como caminhos, ao longo do jardim, com os principais feitos na área da matemática.

A inauguração ocorrerá quando forem 13:00h, com a presença do Presidente da República, do Presidente da Assembleia da República, do primeiro-ministro e do presidente da Câmara de Lisboa. Onde quer que esteja, Soares ficará feliz.

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terça-feira, 24 de abril de 2018

HABITAÇÃO


O primeiro-ministro apresentou ontem, com pompa e circunstância, um ambicioso programa a que chamou “Nova Geração de Políticas de Habitação”. O pacote legislativo associado entrará em vigor por fases, coincidindo a última com os 50 anos do 25 de Abril, ou seja, 2024. A Direita deu pinotes. O PSD falou mesmo de «um novo 11 de Março». BE, PCP e PEV subscrevem. As associações de senhorios e inquilinos, idem.

Algumas medidas:

— Apoio financeiro para arrendamento a famílias com rendimentos até 1700 euros líquidos.
— Os agregados familiares só podem candidatar-se a uma casa cujo valor de renda não represente um esforço superior a 27% do seu rendimento líquido.
— Apoio financeiro para associações de moradores e cooperativas de habitação.
— Apoio financeiro para famílias de classe média incapazes de suportar rendas aos valores de mercado, mas cujos rendimentos são demasiado altos para poderem beneficiar de arrendamento apoiado.
— Os senhorios que aplicarem rendas abaixo do valor de mercado (sendo 20% o desconto mínimo), de duração nunca inferior a 5 anos, terão redução de IMI de 50%.
— A taxa liberatória do IRS baixa dos actuais 28% para 14% nos contratos de duração igual ou superior a 10 anos, e para 10% nos de duração igual ou superior a 20 anos.
— Os senhorios vão beneficiar de um seguro de renda que os compensará de incumprimento do inquilino.
— Os contratos de duração igual ou superior a 20 anos terão isenção total de IMI.
— Os inquilinos com 65 anos ou mais anos de idade, e também os deficientes, têm os contratos automaticamente renovados.
— Às famílias que pretendam mudar a residência permanente da cidade para o campo, o Estado subarrenda a casa desocupada “a preço justo”.
— O INE já começou a publicar os valores de renda praticados em cada freguesia.
Agora é preciso pôr isto tudo em corpo de Lei, começando por revogar a ominosa Lei Cristas. A ver vamos.

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segunda-feira, 23 de abril de 2018

TERROR EM TORONTO


Um homem de 25 anos, antigo aluno do Seneca College, gestor de um aplicativo do Google Play sobre estacionamento de carros, atropelou deliberadamente várias pessoas que circulavam na Avenida Yonge St-Sheppard, de Toronto. O ataque causou 10 mortos e 16 feridos em estado grave. A polícia deteve o homem e subscreve a tese do distúrbio mental. Kathleen Wynne, primeira-ministra do Ontário, é mais céptica.

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