quarta-feira, 27 de outubro de 2021

E AGORA, SENHOR PRESIDENTE?

Consumado o chumbo da proposta de OE 2022, aguarda-se a dissolução do Parlamento. O Presidente da República, que jantou com o primeiro-ministro, começa a ouvir os Partidos sexta-feira, tendo convocado o Conselho de Estado para o próximo 3 de Novembro.

Uma vez que a Constituição estabelece o prazo mínimo de 55 dias entre a publicação do decreto presidencial de dissolução da AR e as eleições antecipadas, dificilmente poderíamos ter novas eleições antes do fim do ano. Mas nada, excepto a vontade do Presidente, impede que se realizem a 9 de Janeiro. Sucede que PSD e CDS têm congressos agendados para precisamente Janeiro e, nessa medida, o mais provável é que as eleições sejam marcadas para 13 de Fevereiro.

Não foi por simples cortesia que Marcelo recebeu Paulo Rangel. No auge de uma crise política, a prioridade do Presidente diz tudo sobre a sua vontade. Rui Rio tem razão para dar pinotes de corça.

Entretanto vão pelo cano as creches gratuitas, o reforço do SNS, o aumento das pensões, o desdobramento dos escalões de IRS, as novas leis laborais, etc. Com sorte, estaremos a discutir novo Orçamento lá para Maio do próximo ano, em condições análogas às desta semana, salvo se o PS (ou o PSD) conseguirem maioria absoluta. Continuem a brincar às coligações nórdicas e depois queixem-se.