Tudo começou no passado dia 9, nas províncias de KwaZulu-Natal e Gauteng, quando o antigo Presidente Jacob Zuma se entregou à polícia para cumprir a pena de prisão de quinze meses a que foi condenado por ter recusado comparecer perante a Comissão Zondo, um colectivo nomeado para investigar alegados actos de corrupção durante os nove anos (2009-18) em que foi Presidente.
Neste momento a violência atinge várias regiões do país, com as principais autoestradas cortadas, dezenas de centros comerciais saqueados e incendiados, milhares de lojas vandalizadas, distribuição de alimentos à beira da ruptura desde que a Tiger Brands suspendeu a actividade, postos de combustíveis abandonados e outras infraestruturas críticas nas mãos dos insurrectos. A refinaria de petróleo Sapref, a maior da África Subsariana, também suspendeu a operação.
A prisão de Zuma terá sido o detonador da profunda crise económica que afecta a África do Sul, país que se debate com uma taxa de desemprego de 32% (superior a 50% nos menores de 30 anos), corte dos subsídios estatais que vigoraram até 2019 e, agora, os efeitos da pandemia: 2,3 milhões de infectados, mais de 65 mil mortos.
Com cerca de 60 milhões de habitantes (sendo brancos 8%), a África do Sul é a segunda maior economia de África e a 32.ª a nível mundial. A oposição responsabiliza Cyril Ramaphosa, o actual Presidente, de ter negligenciado os repetidos avisos dos serviços secretos.
Sabemos como começou, não sabemos como vai acabar. Guerra civil no horizonte?
Na imagem, uma rua de Joanesburgo no passado dia 11. Clique.