terça-feira, 30 de março de 2021

DAESH OCUPA PALMA


Após cinco dias de combates, Palma caiu ontem nas mãos do Daesh. Os confrontos deram origem à fuga, para Pemba, de cerca de quarenta mil pessoas. 

Entre os mais de cem mortos confirmados, metade são estrangeiros (um deles português) que se encontravam no Hotel Amarula Palma. Nos seus helicópteros, a empresa de segurança sul-africana Dyck Advisory Group apenas conseguiu evacuar vinte e duas pessoas. Muitos dos que ficaram para trás foram decapitados, outros abatidos a tiro na praia.

Situada no extremo Norte de Moçambique, Palma é uma das principais bases de exploração de gás natural, naquele que é o maior investimento privado de toda a África. Entre as petrolíferas internacionais envolvidas destaca-se a Total, presente em Moçambique há mais de 60 anos.

Por junto, existem neste momento setecentos mil deslocados em Cabo Delgado, uma das onze províncias de Moçambique.

Nove vezes maior que Portugal, Moçambique tem 28 milhões de habitantes, muita riqueza natural por explorar, mas, infelizmente, não dispõe de forças armadas em número suficiente para controlar um território tão vasto. 

Tudo indica que o conflito vai internacionalizar-se. A Tanzânia e a África do Sul ponderam intervir directamente. Portugal vai enviar sessenta militares para darem formação (em Maputo) ao Exército moçambicano.

Nada disto começou agora. Nos últimos três anos, enquanto morreram moçambicanos, ninguém ligou. Agora que executivos de várias nacionalidades, todos brancos, foram executados, o mundo acordou. Até o Pentágono.

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