terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

PASSARAM 40 ANOS


Eram 18:20 em Madrid quando, a 23 de Fevereiro de 1981, o tenente-coronel Antonio Tejero invadiu o Palácio das Cortes à frente de um pelotão de Guardas Civis. 

Nessa segunda-feira, as Cortes procediam à investidura de Leopoldo Calvo-Sotelo como Presidente do Governo de Espanha. Calvo-Sotelo sucedia a Adolfo Suárez, que renunciara a 29 de Janeiro.

Enquanto as Cortes eram invadidas, a cidade de Valência era ocupada por meia centena de tanques e três mil militares golpistas afectos ao general Alfonso Armada e ao tenente-general Jaime Milans del Bosch.

Através da televisão, era uma da madrugada de 24 de Fevereiro, Juan Carlos I, rei de Espanha, exortou os espanhóis a resistirem e a defenderem a Constituição: «A Coroa não pode tolerar de forma alguma acções ou atitudes de pessoas que tentem interromper pela força o processo democrático que a Constituição votada pelo povo espanhol determinou.» O discurso do rei desencorajou os revoltosos.

O sequestro das Cortes terminou ao meio-dia do dia 24. Por recusa peremptória do rei, abortou a tentativa de constituir um Governo provisório de salvação nacional. Um telefonema de Juan Carlos forçou a rendição de Alfonso Armada e Milans del Bosch. Tejero e outros golpistas foram presos. Calvo-Sotelo foi investido ao fim da tarde de 24 de Fevereiro.

O Supremo Tribunal condenou Alfonso Armada, Milans del Bosch e Tejero a 30 anos de prisão, embora nenhum tenha cumprido a pena na totalidade. Foram também condenados outros trinta golpistas. 

Na imagem, a foto que correu mundo: o momento em que Tejero ordena aos deputados que se atirem ao chão. Clique.