domingo, 31 de janeiro de 2021

RUI KNOPFLI


UM POEMA POR SEMANA — À laia de antologia pessoal, começo hoje a publicar um poema por semana. Para abrir escolhi Rui Knopfli (1932-1997), uma das grandes vozes da poesia de língua portuguesa do século XX. 

Natural de Inhambane, Knopfli foi para Lourenço Marques ainda criança, ali tendo vivido até ser obrigado a sair de Moçambique em Março de 1975, por imposição do almirante Vítor Crespo. (O alto-comissário não gostou do editorial de Knopfli, então director do vespertino A Tribuna, sobre o caso do espião Macintosh denunciado pela Frelimo às autoridades rodesianas.) Após quatro meses em Lisboa, Knopfli foi para Londres ocupar o cargo de conselheiro de imprensa na embaixada de Portugal, permanecendo na capital britânica até Agosto de 1997. Morreu no dia de Natal desse ano, depois de fumar um Cohiba. Está enterrado em Vila Viçosa.

O Preto no Branco não será o seu melhor poema, mas tem uma carga simbólica evidente. Escrito em 1962 e publicado pela primeira vez em 1969, no livro Mangas Verdes com Sal, em plena guerra colonial, ilustra bem o sentimento da intelligentsia moçambicana sobre o futuro a haver.

Fiz a close reading deste poema em Século de Ouro. Antologia Crítica da Poesia Portuguesa do século XX (imagem), organizada por Osvaldo Manuel Silvestre e Pedro Serra, publicada em 2002 pela Cotovia e Angelus Novus, obra que colige 73 poemas de 47 poetas. A cada poema corresponde um ensaio.

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