sábado, 9 de maio de 2020

VACINAS

O meu optimismo já conheceu melhores dias, mas, mesmo agora, não quero ser (nem parecer) pessimista. Isto para dizer que me parece mais sensato deixar de falar em vacinas para o Covid-19.

Vejamos: não há vacina para o SARS, que apareceu em 2002. Passaram 18 anos. Nem para o MERS, que apareceu em 2012. Passaram 8 anos. Recuando ao século XX, convém lembrar que ainda não existe vacina contra a SIDA, surgida em 1981. Até 2019, a SIDA matou cerca de trinta e dois milhões de pessoas.

Então por que carga de água surgiria uma vacina para o Covid-19, de preferência a tempo do Verão de 2021? Porque as televisões contratam funâmbulos para entreter a malta?

Quero acreditar que, nos próximos 12 ou 15 meses, possa ser viável uma terapêutica que minimize o Covid-19, que até ao momento infectou quatro milhões de pessoas (exactamente 4.077.936) e matou outras 280 mil em todo o mundo.

A SIDA também se tornou uma doença crónica graças aos retrovirais. É nisso que temos de acreditar. Vir à televisão prometer vacinas não me parece sério.