Após 42 dias de estado de emergência (entre 18 de Março e 3 de Maio), entrou hoje em vigor o estado de calamidade. As regras mudaram, nada tenho a obstar, mas a terminologia oficial não me parece feliz.
Sou dos que consideram que calamidade tem um peso semântico e simbólico superior ao de emergência (e, como eu, vários escritores e professores de literatura com quem tenho falado). O Estado entende de maneira diferente.
Nada como ir aos dicionários. Cito, por ordem de preferência, os quatro que tenho aqui mais à mão.
CALAMIDADE
Aurélio — Desgraça pública, catástrofe, flagelo.
Porto Editora — Grande mal que atinge muita gente.
Houaiss — Grande perda, dano, desgraça, destruição, especialmente a que atinge uma vasta área ou grande número de pessoas, catástrofe.
Academia das Ciências de Lisboa — Grande mal que atinge um país [...] Cataclismo, Catástrofe, Desastre, Flagelo.
EMERGÊNCIA
Aurélio — Situação crítica, acontecimento perigoso ou fortuito, incidente.
Porto Editora — Situação de gravidade excepcional que obriga a tomar providências apropriadas.
Houaiss — Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito, contingência.
Academia das Ciências de Lisboa — Situação crítica ou de gravidade excepcional que obriga a tomar medidas adequadas.
Clique na imagem.