Maria Velho da Costa morreu ontem à noite, subitamente, em Lisboa. Não é fácil falar de quem fomos próximos.
Contudo, gostaria de destacar da sua obra títulos como Maina Mendes (1969), Casas Pardas (1977), Lucialima (1983), Missa in Albis (1988), Irene ou o Contrato Social (2000), Myra (2008), mas naturalmente também duas obras em co-autoria: Novas Cartas Portuguesas, 1972 (com Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno) e O Livro do Meio, 2006 (com Armando Silva Carvalho). Na área do ensaio deve referir-se Português, Trabalhador, Doente Mental (1977). Além de romances, ensaios de análise social e crónicas, Maria Velho da Costa é ainda autora de uma curiosa peça de teatro, Madame (1999), obra que põe em confronto as personagens femininas de Eça de Queirós e Machado de Assis.
Entre 1977 e 2013, Maria Velho da Costa recebeu todos os prémios que havia para receber, incluindo, em 2002, o Prémio Camões.
Recordar que participou como argumentista em filmes de João César Monteiro, Margarida Gil e Alberto Seixas Santos.
Funcionária pública toda a vida, primeiro no Instituto Nacional de Investigação Industrial, por último no Instituto Camões, foi leitora de português no King’s College de Londres (1980-87) e adida cultural na embaixada de Portugal na Cidade da Praia (1988-91).
Agora não haverá quem trate do pequeno jardim inglês. Até sempre, Maria de Fátima. E os meus sentimentos a seu filho, João Sedas Nunes.
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