sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

VASCO PULIDO VALENTE 1941-2020


Morreu hoje Vasco Pulido Valente, historiador, ensaísta e cronista. O mais brilhante cronista da imprensa portuguesa dos últimos 40 anos. Tinha 78 anos.

Da sua extensa bibliografia destaco O Poder e o Povo. A Revolução de 1910 (1975), versão revista da tese de doutoramento defendida em Oxford, O País das Maravilhas (1979), A República Velha: 1910-1917 (1997), Esta Ditosa Pátria (1997), Glória, a biografia romanceada de Vieira de Castro (2001), Marcello Caetano: as desventuras da razão (2002), Um Herói Português: Henrique Paiva Couceiro (2006), Ir pró Maneta: a revolta contra os franceses (2007), De Mal a Pior (2016) e O Fundo da Gaveta. Contra-revolução e Radicalismo no Portugal Moderno (2018).

Licenciado em Filosofia, doutorado em História, oriundo do grupo de católicos progressistas reunidos na revista O Tempo e o Modo, militante do MAR (o Movimento de Acção Revolucionária de Jorge Sampaio), Pulido Valente oscilou sempre entre o PS e o PSD.

Textos seus encontram-se dispersos na imprensa de referência: Diário de Notícias, Expresso, O  Tempo, O Independente, Kapa, Observador, Público e outros.

Investigador-coordenador aposentado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, antigo docente do Instituto Superior de Economia da mesma universidade, do ISCTE e da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, Pulido Valente foi secretário de Estado da Cultura (1980) por escolha de Sá-Carneiro, deputado do PSD (1995) e apoiante da candidatura presidencial de Mário Soares.

Foi ainda guionista de vários filmes, entre eles O Cerco (1970), de Cunha Teles, protagonizado por Maria Cabral, sua primeira mulher e mãe de sua filha, a crítica literária Patrícia Cabral. A seguir viveu três anos com Maria Filomena Mónica, casando outras quatro vezes, duas das quais com a jornalista Constança Cunha e Sá.

A foto é de Nuno Ferreira Santos, para o Público. Clique.