quarta-feira, 17 de abril de 2019

O ESPLENDOR DO CINISMO

Os partidos da Oposição aproveitaram o ano eleitoral para trazer à colação o tema da contagem de tempo dos professores do ensino básico e secundário. Até aqui, nada de novo. Faz parte das regras de jogo da democracia.

Aqui chegados, uma coligação negativa [PSD+CDS+BE+PCP+PEV] permitiria aprovar, imediatamente, a recuperação do tempo de serviço congelado pelo Governo PAF/Troika. Bastaria cada um destes partidos apresentar um diploma nesse sentido. A aprovação estava garantida.

O que fizeram então os estrénuos defendores dos docentes? O PSD e o CDS apresentaram diplomas sibilinos: sim senhor, têm direito aos 9 anos, se as condições económico-financeiras do país (subida do PIB e outros detalhes), na próxima legislatura, o permitirem. Se. A Esquerda chumbou. O BE, o PCP e o PEV querem novas negociações do Governo com os sindicatos com vista a estabelecer um calendário até 2025. A Direita chumbou. Os cinco diplomas baixaram à comissão parlamentar de Educação.

Dito de outro modo, toda a gente se esforçou por garantir que tudo ficava na mesma.

Por que carga de água ninguém teve tomates para apresentar um diploma sem reticências? Medo de que o Governo bata com a porta e provoque eleições antecipadas? É uma possibilidade real. Mas isso é outro campeonato. A Oposição não pode querer comer o bolo e ficar com ele.