O imbróglio da Ota, no primeiro Governo Sócrates, deixou o PS refém da esquizofrenia direitista do novo aeroporto de Lisboa. Alcochete, que era uma boa solução, a meu ver melhor do que a Ota, ficou pelo caminho por causa da crise da dívida.
Mas não podemos estar eternamente amarrados ao tabu.
Inaugurado em 1940, o aeroporto da Portela não dá resposta adequada a 30 milhões de passageiros e 214 mil movimentos por ano (números de 2018). Desde 1961 que os sucessivos governos, do Estado Novo e da II República, estudam uma alternativa à Portela. Repito: desde 1961.
Regressei ontem a Lisboa depois de cinco dias em Madrid. A partida de Barajas fez-se com 70 minutos (01:10) de atraso. Até aqui, problema da TAP. Mas nada justifica que o avião, por congestionamento de tráfego aéreo na aproximação a Lisboa, tendo tido que dar voltas sobre a península de Setúbal durante 20 minutos. Aqui o problema já é do aeroporto.
E ao atraso temos de acrescentar as inenarráveis condições do desembarque, com mais de 150 passageiros compactados numa carrinha que levou 10 minutos a percorrer (a uma velocidade inqualificável, perigosa para os passageiros que viajavam de pé) o trajecto, cheio de curvas, entre Figo Maduro e o local onde nos despejaram.
Não havia mangas disponíveis? Errado. Havia várias. Para agravar a situação, o aeroporto não dispõe de passadeiras rolantes, obrigando quem chega a percorrer a pé, cerca de meia hora, fazendo gincana entre os utentes das lojas e manjedouras.
Venha o Montijo, e depressa.
Imagem: maquete do futuro (2021 ou 22) aeroporto do Montijo. Clique.