Tornou-se intolerável acompanhar as notícias e ver as imagens que chegam das vagas de refugiados. A cobertura da imprensa europeia, em especial a de língua inglesa, obriga-nos a recuar a 1938. O que está a passar-se na Hungria (onde a partir da próxima terça-feira, dia 15, o controlo de fronteiras será da responsabilidade do exército, sob regime de Estado de Crise) tem de ser rapidamente travado. A Europa não pode tolerar que populações “internadas” em campos sejam alimentadas com comida atirada ao ar pela polícia, como sucede em Roszke, junto à fronteira com a Sérvia. Mas a Europa também não pode tolerar que a Dinamarca e a Áustria fechem autoestradas e suspendam ligações ferroviárias para impedir que alguns milhares de refugiados cheguem, respectivamente, à Suécia e à Alemanha. A situação dos refugiados que todos os dias chegam à ilha de Lesbos, na Grécia, faz de Lampedusa, na Itália, um resort. E Calais desapareceu dos noticiários porquê? Tudo isto é muito, muito inquietante.