quinta-feira, 10 de setembro de 2015

DISCURSO DIRECTO, 11

Pedro Santos Guerreiro, no Expresso Diário. Excertos, sublinhados meus:

«Um debate televisivo pode não servir para nada. Dificilmente vira o sentido de uma eleição. Facilmente é uma batalha retórica e cismada no passado. O debate de hoje podia não ter servido para nada. Mas serviu. Serviu para mostrar que António Costa não está derrotado. E que Passos Coelho não está vitorioso. Sim, António Costa ganhou este debate. E isso é relevante: ainda não tinha ganho nada. Esta noite, aquilo que não ia servir para nada serviu para alguma coisa. [...] Onde António Costa teve sucesso foi no ataque à dose excessiva de austeridade, na derrapagem da dívida, até no velho recurso aos gráficos em papel, na assunção de uma imagem de líder que falhara até aqui. Mas sobretudo: António Costa aproveitou um velho truque: as expectativas sobre ele eram tão baixas, uma vez que a sua campanha tem sido tão fraca, que o que disse (e como disse) surpreendeu. Inesperadamente, Passos Coelho não soube responder. Também inesperadamente, Costa foi convincente. Mesmo quando se tornou impaciente. Ou sobretudo quando perdeu a paciência. [...]»