Dezassete horas de reuniões (ontem) serviram apenas para deixar claro que Atenas não tem alternativa. Ou dança conforme Schäuble impõe, ou vai dar uma volta ao jardim da Celeste. Aconteça o que acontecer, a humilhação não decorre do anunciado veto finlandês. A humilhação suprema vem da “bondade” de Hollande, que mandou para Atenas uma equipa de técnicos, chefiados por um alto-funcionário do Eliseu. Esse petit comité vai redigir as leis que a UE quer ver aprovadas, no Governo e no Parlamento da Grécia, até ao meio-dia de quarta-feira. Isto tem um nome: colonialismo. E um significado: Hollande não acredita na capacidade técnica dos funcionários gregos. Vindo de ondem vem, não admira. A França nunca disfarçou a sua vocação imperial. A solidariedade (evitar um rombo nos bancos franceses) põe a Grécia ao nível do Mali. É isto que os gregos querem? Ninguém pede contas a Tsipras por ter virado o referendo do avesso?