A data foi escolhida para aproveitar a presença na cidade dos jornalistas que tencionavam cobrir a chegada do Santa Maria, o navio desviado por Henrique Galvão, cujo destino era Luanda, mas acabou atracado no Recife (Brasil), por intermediação norte-americana, a 2 de Fevereiro.
Embora os motins de Luanda tenham sido antecedidos pela revolta da Baixa do Cassange, ocorrida a 11 de Janeiro do mesmo ano, data em que milhares de trabalhadores dos campos de algodão da Cotonang fizeram greve e destruíram plantações, equipamento e moradias, o 4 de Fevereiro tornou-se a data oficial do início do conflito angolano.
Mas seria preciso esperar pelos massacres de 15 e 16 de Março, nas províncias do Uíge e do Zaire, mas também em Kwanza-Norte, no Bengo e em Nambuangongo, para Salazar reagir, no dia 17, com o repto famoso — Para Angola, rapidamente e em força. Os massacres saldaram-se por cerca de seis mil mortos, um terço dos quais colonos brancos. Esse sim, o tiro de partida da Guerra Colonial.
Em consequência, o conflito generalizou-se à Guiné (1963, Janeiro) e a Moçambique (1964, Setembro). As independências chegaram em Setembro de 1974 (Guiné-Bissau), Junho de 1975 (Moçambique) e Novembro de 1975 (Angola). Mais de um milhão e meio de portugueses foi obrigado a participar nas três frentes. Assim nasceu o 25 de Abril.
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