Cada um vê o que quer. Eu vi o primeiro-ministro acabrunhado e o líder da Oposição em boa forma. Costa conseguiu meter buchas eficazes. Face à insistência de Passos em trazer Sócrates à colação, o que fez uma dúzia de vezes, sugeriu: «O engenheiro José Sócrates está agora em melhores condições para debater consigo. Porque é que não vai lá a casa debater com ele?» Touché. A propósito de emigração, lembrou que tinha sido o Governo a propor a diáspora. Sobre a criação de emprego, ao desmontar o Programa Vem (segundo o qual o Governo se propõe, a partir de 2016, apoiar o regresso de vinte — sim, vinte — jovens altamente qualificados, não sabendo nós se a qualificação é de berço ou da Ivy League), Costa introduziu no debate uma inesperada simetria: Governo vs Parque Mayer. Ainda em matéria de emprego, atenta a sangria de enfermeiros, Costa deu ênfase ao contributo do Governo para a criação de postos de trabalho no Reino Unido. Por último mas não em último, a forma clara como demonstrou que o Governo faz gala em ter ido além da Troika: as gabarolices de Catroga, bem como os cortes em pensões, salários e prestações sociais. Tudo visto, temos a medida da assertividade do secretário-geral do Partido Socialista.