domingo, 23 de janeiro de 2022

DAVID MOURÃO-FERREIRA


UM POEMA POR SEMANA — Para este domingo escolhi O Dedo Os Dedos de David Morão-Ferreira (1927-1996), poeta da fixidez e da diluição da memória, na síntese perfeita de Eduardo Prado Coelho.

Natural de Lisboa, David Mourão-Ferreira foi, além de poeta e brilhante ensaísta, contista e romancista laureado, director de jornais e revistas, professor do ensino secundário, do ISLA e da Faculdade de Letras de Lisboa, secretário de Estado da Cultura em três Governos e personalidade destacada da cena literária.

Estreado em livro com A Secreta Viagem (1950), teria alguns dos seus poemas cantados por Amália — exemplo maior, ‘Barco Negro’ — ainda nos anos 1950, mantendo-se a colaboração de ambos nas décadas seguintes.

Os programas que apresentava na Emissora Nacional e na RTP foram cancelados (1965) por haver protestado contra o encerramento da Sociedade Portuguesa de Escritores. O romance Um Amor Feliz (1986), mais tarde adaptado à televisão, recebeu todos os prémios disponíveis em Portugal. Viajante incansável, a Itália era o seu país de eleição.

O poema desta semana pertence a Matura Idade. A imagem foi obtida a partir de Obra Poética [1948-1995], volume organizado por Luis Manuel Gaspar e publicado pela Assírio & Alvim em 2019.

[Antes deste, foram publicados poemas de Rui Knopfli, Luiza Neto Jorge, Mário Cesariny, Natália Correia, Jorge de Sena, Glória de Sant’Anna, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Herberto Helder, Florbela Espanca, António Gedeão, Fiama Hasse Pais Brandão, Reinaldo Ferreira, Judith Teixeira, Armando Silva Carvalho, Irene Lisboa, António Botto, Ana Hatherly, Alberto de Lacerda, Merícia de Lemos, Vasco Graça Moura, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, Natércia Freire, Gomes Leal, Salette Tavares, Camilo Pessanha, Edith Arvelos, Cesário Verde, António José Forte, Francisco Bugalho, Leonor de Almeida, Carlos de Oliveira, Fernando Assis Pacheco, José Blanc de Portugal, Luís Miguel Nava, António Maria Lisboa, Eugénio de Andrade, José Carlos Ary dos Santos, António Manuel Couto Viana, Ruy Cinatti, Al Berto, Alexandre O’Neill e Vitorino Nemésio.]

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