terça-feira, 28 de dezembro de 2021

GRABATO DIAS EM ANTOLOGIA


Pedro Mexia conseguiu a proeza de organizar, para a Tinta da China, uma antologia de poemas de João Pedro Grabato Dias, coisa que até aqui ninguém tinha conseguido, alegadamente por reticências dos herdeiros.

Para quem não sabe: João Pedro Grabato Dias é o principal pseudónimo literário de António Augusto de Melo Lucena e Quadros (1933-1994), personalidade irreverente da vida cultural moçambicana.

Nascido em Viseu, foi para Lourenço Marques em 1964, tendo vivido em Moçambique até 1984. Além de pintor sob o nome civil — António Quadros —, com obra espalhada por colecções exigentes e museus de referência, o António fez tudo: encenou peças para o teatro universitário, escreveu canções para Zeca Afonso (então professor em Moçambique), deu aulas na Universidade, co-editou com Rui Knopfli os cadernos de poesia Caliban, fascinou Sena com as Qvybyrycas de Frey Ioannes Garabatus (outro pseudónimo seu), convenceu Samora Machel da existência de um guerrilheiro-poeta chamado Mutimati Barnabé João (outra vez ele), mais o que aqui se não diz por ser de natureza privada.

Agora, quem nunca leu «o Grabato», tem as Odes Didácticas para o fazer.

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