Sucede que Strindberg (1849-1912) também foi romancista, contista, diarista, ensaísta, pintor, fotógrafo, alquimista, activista político do movimento operário, polemista assíduo sobre as questões que moldaram o seu tempo, teosofia incluída.
Strindberg defendeu o direito das mulheres a votarem embora as considerasse seres inferiores. Misógino assumido, casou três vezes. Não gostava do rei, nem de militares, nem da Igreja, nem de capitalistas, nem de judeus. Também não gostava de Ibsen. E invejava Selma Lagerlöf.
Cristina Carvalho calibra bem todas estas harmónicas no romance biográfico Strindberg — Neste Mundo Fui Apenas Um Convidado. Vale a pena ler para perceber melhor este proto-anarquista pouco simpático de que a Suécia (e com razão) tanto se orgulha.
Numa acção concertada entre o Instituto Camões e a embaixada de Portugal em Estocolmo, o livro foi apresentado no Strindbergsmuseet — aka Museu Strindberg — no passado dia 9, pelo seu director Erik Höök.
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