Parece que chegámos ao sábado de todas as decisões. Regressado de Bruxelas, António Costa tem agendadas reuniões com Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. A ver vamos o resultado.
Entretanto, os representantes das confederações patronais abandonaram a Comissão Permanente de Concertação Social, solicitando, todos em bloco, audiência ao Presidente da República.
Embora não as deseje, o primeiro-ministro não tem medo de eleições antecipadas. E é o que acontecerá se o OE 2022 for chumbado, porque não o estou a ver a apresentar segunda versão à medida dos caprichos de uns e de outros.
Por muito rápido que seja o processo, não haveria eleições antes do fim de Março. O prazo mínimo entre a dissolução do Parlamento e o acto eleitoral não pode ser inferior a 42 dias, mas há que contar com a coreografia institucional: demissão do PM, eventual convite do PR para que Costa se mantenha, reuniões com partidos, convocação do Conselho de Estado, etc. (e tudo isto com a lentidão suficiente para que PSD e CDS realizem os seus congressos). Dito de outro modo, com eleições no fim de Março, apenas no fim de Junho seria provável novo OE.
Mas o que são seis meses com o país a viver de duodécimos, com os fundos europeus geridos pelo Governo demissionário e com todas as alterações laborais metidas na gaveta?
Os princípios são muito bonitos mas não pagam contas ao fim do mês.