O Supremo Tribunal Administrativo aceitou a providência cautelar, apresentada pela Associação Comercial do Porto, contra o apoio do Estado à TAP.
Apoio de que a companhia necessita para evitar ruptura de tesouraria. Dito de outro modo, para evitar ter de declarar insolvência. O Governo tem agora 10 dias para recorrer do efeito suspensivo.
O Orçamento Suplementar ao OE 2020 prevê 946 milhões de euros de ajuda à TAP (verba a reembolsar no prazo de seis meses), embora o Governo esteja autorizado pela Comissão Europeia a emprestar até 1,2 mil milhões de euros.
Antonoaldo Neves, CEO da TAP, foi ontem ouvido no Parlamento antes de ser conhecida a decisão do STA, tendo sido claro no tocante ao estrangulamento da companhia.
Eu também não gosto da TAP privada, sobretudo desta TAP privada onde o Estado detém 50% do capital mas não manda. Mas a iniciativa da Associação Comercial do Porto ultrapassa todos os limites da decência, não faz sentido e vai acabar mal. O país não pode andar a reboque de vaidades pessoais.
Quando, em Setembro ou Outubro, a TAP deixar de poder pagar os salários dos seus dez mil trabalhadores e de honrar compromissos com fornecedores, continuando com 90% da frota no chão, quem vai responder pelas consequências da akrasia...?
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