Espanha volta às urnas no próximo 10 de Novembro. Duas eleições gerais no espaço de seis meses e meio dão a medida de quão nefastas são as maiorias precárias. Nos últimos quatro anos, os espanhois votaram quatro vezes em eleições gerais, além das autonómicas, das autárquicas e das europeias.
As eleições do passado 28 de Abril tinham tudo para correr bem: a abstenção foi apenas de 28% e o PSOE foi o partido mais votado. Mas os 123 deputados eleitos não são suficientes para a maioria absoluta (175). Como os pequenos partidos regionais não se opõem à investidura de Sánchez, só o PODEMOS podia desatar o nó-górdio.
Exigiu para tanto ter gente sua no Governo. Sánchez recusou. Alguns lugares de director-geral e de assessores de gabinete era tudo quanto estava disposto a ceder em troca de apoio parlamentar. Iglesias esticou demasiado a corda e vai perder deputados em Novembro, passando, provavelmente, de 4.º para 5.º partido.
Os espanhois estão fartos de tanta irresponsabilidade e não me admirava nada que o nível da abstenção desse a vitória à Direita.