sexta-feira, 27 de setembro de 2019

ABSTENCIONISMO

Parece que, nas gerações sub-40, a percentagem de abstencionistas é superior a 75%. Portanto, têm o que merecem.

Se não cumprem o dever cívico de votar (acto que devia ser obrigatório), que direito lhes assiste em protestar contra os contratos de trabalho precários, os salários terceiro-mundistas, a especulação do arrendamento urbano, a inexistência de uma rede ferroviária que sirva todo país (e não apenas o eixo Lisboa-Porto-Braga), as disfunções do Serviço Nacional de Saúde, a oferta residual de alojamento académico, etc.? Somos de facto uma sociedade peculiar.

As gerações que nos anos 1960 e 70 lutaram por um país livre, e adulto, confrontam-se hoje com a sociedade alheada e alienada que os seus herdeiros criaram.