Mário não pode ficar em Lisboa. Se não puder fazer uma digressão nacional, tem pelo menos de ir ao Porto.
As pessoas têm de saber como era, terem consciência de um tempo em que homens e mulheres eram internados à força (e, em muitos casos, lobotomizados) por serem “diferentes”. Aconteceu com o bailarino Valentim de Barros e com dezenas de outros. Podia ter sido um de nós.
Mário ficciona a vida de um artista que esteve internado durante 38 anos consecutivos. O texto de Fernando Heitor faz um tour d'horizon ao país hipócrita que foi o nosso entre os últimos anos da Primeira República e a queda do Estado Novo. É preciso saber como era. E não esquecer.
Flávio Gil, actor de excepção, dá o corpo e a voz ao monólogo perturbador que Fernando Heitor encenou com alto conseguimento.
No São Jorge até 1 de Setembro.
Clique nos dois instantâneos de Flávio Gil fotografado por Rui Olavo.