Vivemos num mundo estranho. Lembram-se da crise venezuelana?
Este ano, a Venezuela monopolizou as manchetes planetárias durante quatro meses consecutivos: de Fevereiro a Maio, ninguém falava de outra coisa senão do braço-de-ferro entre Guiaidó e Maduro, de populações deslocadas por força da fome generalizada (os media internacionais mais conspícuos referiram três milhões de pessoas), de ajuda humanitária impedida de entrar no país, de carência alarmante de medicamentos, de prisões arbitrárias, dissensões nas Forças Armadas, avisos temerários de Trump, apagões durante dias seguidos, Caracas mergulhada em violência e caos, exigência de novas eleições por parte da UE, ameaças do Grupo de Lima (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia), navios e aviões russos prontos a neutralizar uma eventual intervenção americana, etc. Era o Apocalipse na terra.
E de repente a Venezuela saiu do mapa.
Guiaidó continua no país? Em caso afirmativo, mantém o cargo de Presidente interino? A fome passou? Os refugiados voltaram? A oposição que se manifestava em modo contínuo volatilizou-se?
Tudo isto é muito estranho. Ou talvez não seja, porque a guerra civil líbia, cada vez mais violenta, também não consta dos alinhamentos noticiosos.
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