quarta-feira, 3 de abril de 2019

REBELIÃO NO N.º 10


A intenção de Theresa May encontrar-se com Corbyn para negociar os termos de um Brexit soft — ou seja, sair da UE mantendo a união aduaneira —, está a provocar ondas de choque de proporções muito sérias. Nigel Adams, e outros, enfatizaram que era impensável «fazer um acordo com um marxista».

Ontem, depois de quase oito horas de reunião, o Governo dividiu-se: 14 ministros manifestaram-se pela saída no próximo dia 12, sem acordo; e 10 pela tentativa de fazer aprovar o acordo chumbado três vezes. No n.º 10 de Downing Street ninguém concorda com a extensão do artigo 50, mesmo curta, ou seja, até 22 de Maio. A hipótese de uma união aduaneira é quase unanimemente considerada «altamente indesejável».

A rebelião atingiu o turning point. Stewart Jackson disse mesmo: «Não está na hora de Graham Brady e o Comitê Executivo 1922 alterarem as regras e provocarem nova votação sobre se mantêm confiança na primeira-ministra

Uma eventual alteração das regras tem a ver com o facto das moções de confiança ao chefe do Governo só se poderem efectuar com um ano de intervalo. Sucede que, em 12 de Dezembro de 2018, May derrotou por 200 contra 117 votos uma moção contra si. Sem alteração das regras, os tories vão ter de esperar pelo próximo 12 de Dezembro.

Na imagem, a capa do Daily Telegraph de hoje, com os retratos dos 14 ministros que querem sair já e sem acordo. Clique.